Carta do 5o Fórum Nacional de Nutrição Região Centro- Oeste
O 5o Fórum Nacional de Nutrição região Centro-Oeste, realizado em Brasília nos dias 15 e 16 de maio de 2009, cujo tema central é "Definindo os rumos da Nutrição no Brasil",
Considerando:
- O crescimento de doenças e agravos não transmissíveis, concomitante a fome, desnutrição e carências nutricionais;
- O número reduzido de profissionais Nutricionistas na Atenção Básica da Saúde;
- O aumento na prevalência da obesidade e da obesidade mórbida, com conseqüente aumento no número de cirurgias bariátricas no Brasil e no mundo todo e que os resultados da cirurgia bariátrica dependem diretamente das recomendações e dos cuidados nutricionais adotados pelo paciente;
- Que a fitoterapia é um recurso terapêutico caracterizado pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas e que tal abordagem incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social;
- O alto custo e difícil acesso aos medicamentos alopáticos por grande parte da população, inclusive a mais carente;
- Que as restrições alimentares têm aumentado e a população tem dificuldade de se alimentar corretamente e de encontrar alimentos saborosos e saudáveis;
- O uso abusivo de suplementos e drogas comercializados nos ambientes de práticas de exercícios físicos, muitas vezes ilegalmente, já que inexiste a prescrição médica ou do nutricionista;
- A dificuldade do profissional de nutrição em promover a aderência da população à alimentação saudável;
- Que o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum em mulheres no mundo, que em mulheres brasileiras é a primeira causa de morte por câncer, que cerca de 90% dos carcinomas de mama são atribuíveis a fatores ambientais e apenas 5 a 10 % a susceptibilidade genética;
- Que as neoplasias malignas constituem a segunda ou terceira causa de morte da população brasileira, variando entre as regiões, sendo portanto um grave problema de saúde pública devido a sua alta incidência e mortalidade;
Recomenda:
- A ampliação do quadro de Nutricionistas na Atenção Básica à Saúde, visando uma atuação interdisciplinar na área de saúde;
- Que os profissionais nutricionistas possam ter acesso a informações sobre condutas dietoterápicas adequadas a pacientes submetidos a cirurgia e que haja uma padronização das rotinas nutricionais em cirurgia bariátrica;
- Que haja investimentos na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para produção de medicamentos fitoterápicos, favorecendo a produção nacional e a implantação de programas para uso de medicamentos fitoterápicos nos serviços de saúde, inclusive pela prescrição do nutricionista participante do PSF. E, além disso, o uso de fitoterápicos e plantas medicinais como preconiza a PORTARIA MS/GM Nº. “971, DE 3 DE MAIO DE 2006 no item 1.3, onde se recomenda ainda integrar no Sistema Único de Saúde o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos;
- Que os nutricionistas devam se apropriar mais dos conceitos de química de alimentos e técnica dietética para poder oferecer mais opções a seus clientes, pensando sempre que comer é um prazer acima de tudo;
- Que oficinas de culinária devam ser oferecidas para que os clientes possam testar receitas, degustar e trocar informações nutricionais com seus nutricionistas;
- Que sejam incluídas preparações regionais saudáveis nos restaurantes comerciais;
- Que os suplementos nutricionais, de acordo com Consulta Pública (nº60) anunciada pela ANVISA, sejam indicados somente a atletas com a finalidade de melhora no desempenho físico, tendo em vista que a alimentação balanceada e diversificada é suficiente e recomendável para atender as necessidades nutricionais de indivíduos que praticam atividade física de forma regular ou esporádica;
- A efetiva revisão do currículo de formação do nutricionista nas universidades brasileiras, incluindo disciplinas relacionadas à ciência do comportamento e ciências sociais;
- Ampliar as estratégias de prevenção e diagnóstico precoce, promovendo a redução de fatores de risco principalmente aqueles relacionados à nutrição: amamentar seus filhos e aumentar o tempo de amamentação; reduzir o sedentarismo e promover estilo de vida mais ativo; reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e a gordura total da dieta; desenvolver estratégias de combate a obesidade, ganho de peso e obesidade abdominal; diminuir o consumo de alimentos de alta densidade energética e fast-foods;
além de ampliar a cobertura mamográfica e o rastreamento no âmbito do Sistema Único de Saúde
Comissão Científica:
Prof. Dr. Clayton Neves Camargos (SES/DF)
Profª. Dra. Denise Oliveira e Silva (UnB/DF)
Profª. Dra. Diana Borges Dock Nascimento (UFMT/MT)
Profª. Dra. Érika Aparecida da Silveira (UFG/DF)
Profª. Juliana Oliveira de Toledo (UCB/DF)
Profª. Dra. Lívia de Lacerda de Oliveira Pinelli (UnB/DF)
Profª. Dra.Marina Kiyomi Ito (UnB/DF)
Profª. Dra. Michele Caroline de Costa Trindade (USP/SP)
Profª. Dra. Raquel Braz Assunção Botelho (UnB/DF)
Dra. Sibele B. Agostini (Nutrição em Pauta/SP)
Profª. Dra. Silvia Leite Faria (Gastronutrição/DF)
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