PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E MÃES BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA-FAMILIA EM 3 BAIRROS DA CIDADE DE MACAPÁ-AP
 

5º Fórum de Nutrição 2009 - Belém do Pará
Nutrição e Saúde Pública

Autores: Monteiro, Aline Bentes; Chamilco, Rosilda Islã.
Unid. Básica de Saúde Leozildo B. Fontoura, Prefeitura de Macapá (AP).

Apresentação: Aline Bentes Monteiro (albentes@bol.com.br)

A alimentação e nutrição adequadas são pré-requisitos básicos para um bom estado de saúde, mas nem toda população tem um acesso adequado. O atual governo tem o Programa Bolsa-família, de transferência de renda, como estratégia para melhorar esse acesso. Dados do programa assumem que 58,6% das famílias pobres do País são atendidas (COUTINHO & LUCATELLI, 2006). Na Unidade Básica de Saúde, onde se desenvolveu a pesquisa são atendidas, como cumprimento da condicionalidade de saúde do programa, aproximadamente 215 famílias e 603 crianças e adolescentes até 17 anos, até julho de 2008. Objetivos: Caracterizar e correlacionar com o tempo de beneficio, o perfil nutricional de crianças de 0 a 7 anos e das mães beneficiadas pelo Bolsa-Família nos bairros do zerão, jardim marco zero e universidade da cidade de Macapá e iniciar um programa de educação nutricional com essas famílias. Metodologia: No primeiro momento foi realizado um estudo transversal, no período de julho/08, para caracterização do perfil nutricional das famílias. O exame antropométrico, foi realizado conforme recomenda o Ministério da Saúde na publicação do SISVAN (2004). Para avaliação nutricional o padrão utilizado foi: para as crianças menores de 60 meses foi o da OMS (2006) e para as crianças maiores de 60 meses foi o NCHS(1977), utilizados na caderneta de saúde da criança (MS,2007) e para as mães foi utilizado o IMC (OMS,1998), Após traçar o perfil e avaliar os resultados iniciou-se o trabalho de educação nutricional, composto por 8 palestras, que deverão ser realizadas até setembro de 2009, com temas relacionados a alimentação e prevenção de doenças, em seguida um novo perfil nutricional deverá ser traçado. Resultados: A amostra foi composta de 155 crianças e 107 mães. Quanto ao tempo de beneficio 43% (n=112) da amostra recebe o beneficio a menos de 1 ano, 38% (n=100) recebem entre 1 a 2 anos e 19% (n=50) recebem a mais de 3 anos. Quanto ao perfil nutricional das mães tem-se a diminuição do eutrofismo, aumento do sobrepeso, e a obesidade teve uma tendência à redução conforme o aumento do tempo de beneficio. Quanto ao perfil das crianças, avaliando-se o P/I, tem-se uma redução do baixo peso, aumento do risco nutricional e aumento do sobrepeso conforme o aumento do tempo de benefício. Conclusões: O perfil nutricional da amostra ressalta a importância das condicionalidades do programa, da vigilância nutricional, da educação alimentar e a responsabilidade dos profissionais de saúde, em especial do Nutricionista, que acompanham essas famílias, para repassar informações para a manutenção do peso e da saúde adequados das crianças aos adultos. Além de mostrar que a transição nutricional, não escolhe classe social ou região para se desenvolver.

 

 
 

 

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS ATENDIDAS EM INSTITUIÇÕES SOCIAIS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA MESA BRASIL SESC NOS MUNICÍPIOS DE BELÉM E ANANINDEUA, PARÁ - 2008.
 

5º Fórum de Nutrição 2009 - Belém do Pará
Nutrição e Saúde Pública

GARCIA, G.; SANTOS, N.
Serviço Social do Comércio - SESC, Belém/Brasil

Autor para apresentação: GLEICE GARCIA.

Ao longo de décadas a desigualdade tem sido foco das diretrizes e políticas públicas no mundo inteiro. A preocupação com os aspectos relacionados à qualidade de vida tornou-se tema central de discussões mundiais e tomou frente na forma de acordos multilaterais envolvendo nações desenvolvidas e subdesenvolvidas. O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos e o sexto em subnutrição. Este grande paradoxo está relacionado a questões políticas, econômicas, ideológicas e comportamentais. O Mapa de Exclusão Social do Pará de 2008 divulgado pelo IBGE/SEPOF, tendo como um dos indicadores o número de pessoas abaixo da linha da pobreza, renda domiciliar mensal inferior a ½ salário mínimo per capita, apontou os seguintes resultados: Brasil: 62.439.618 e 59.558.170; Região Norte: 7.071.639 e 7.048.097; Pará: 3.470.492 e 3.392.670; Região Metropolitana de Belém: 817.792 e 704.703, dados do ano de 2006 e 2007, respectivamente para cada localidade. Apesar de ter havido um decréscimo no número de pessoas abaixo da linha da pobreza a nível Nacional, Regional, Estadual e na Região Metropolitana de Belém, ainda é elevado o número de pessoas que vivem abaixo do “padrão de vida mínimo” no que diz respeito a vários aspectos como: nutricionais, de moradia ou acesso a serviços básicos. Frente a essa realidade de alto grau de desigualdade e má distribuição de renda o Mesa Brasil SESC (MBS) configura um Programa de combate à fome e ao desperdício de alimentos. Baseado na segurança alimentar e nutricional sustentável. Redistribui alimentos excedentes próprios para o consumo e sem valor comercial, complementando e reforçando a refeição, somando valor nutricional à mesa do brasileiro. Assim, realizou-se um estudo epidemiológico populacional de base transversal, constituído de levantamento da ficha escolar do aluno para obtenção da data de nascimento e aferição de dados antropométricos de 1.988 crianças, sendo 1.322 do município de Belém e 666 do município de Ananindeua, de 0 a 10 anos atendidas em instituições sociais beneficiadas pelo Programa MBS, no período de abril a junho de 2008, com o objetivo de traçar o perfil nutricional desses pacientes e fazer uma comparação entre os municípios. Utilizou-se formulário de coleta de dados contendo: Nome da instituição social; da criança; Data de nascimento; da coleta; Sexo e Dados Antropométricos (peso e estatura). O peso foi verificado seguindo padronização do Programa Biológico Internacional em balança médica calibrada (Filizola), com precisão até 100g, com as crianças descalças, usando o mínimo possível de roupas, não estando apoiadas na parede, nem segurando a mãe ou o profissional. Antes de cada seção de coleta de dados a balança foi calibrada. Para a medição da estatura foi feita à aferição com estadiômetro fixo na balança que mede até 190 centímetros e graduado com precisão de 0,5 centímetros ou fita inelástica com precisão até décimos do centímetro fixada em superfície plana com a criança em apnéia respiratória, em posição ortostática, com os pés juntos, as mãos nos quadris e com a cabeça mantida no plano de Frankfurt. A análise estatística foi realizada por intermédio do Software Epi Info, versão 6.04 d. Dentre as crianças avaliadas no município de Belém 51,9 e 48,1% e no município de Ananindeua 52,2 e 47,8% de indivíduos do sexo masculino e feminino, respectivamente. Em relação ao sexo feminino, percebe-se que há uma maior prevalência de crianças na faixa-etária entre 3 a 6 anos em ambos os municípios (Belém = 61,2% e Ananindeua = 54,7%). Posteriormente a faixa-etária em destaque são as crianças com idade entre 6 a 10 anos (Belém = 31,3% e Ananindeua = 30,5%). A leitura projeta-se da mesma forma para o sexo masculino. Ao analisar as crianças através do indicador peso para a estatura (P/E), observa-se que das 1.322 crianças de Belém 85,6% estão eutróficas, 12,0% têm desnutrição em graus variados e 2,3% estão com sobrepeso/obesidade. Enquanto que entre as 666 crianças de Ananindeua o percentual de eutrofia é de 82,6%, de desnutrição é de 15,0% e de sobrepeso/obesidade é 2,0%. Havendo diferença estatisticamente significante entre os municípios (p = 0,0367). Analisando o indicador estatura para a idade (E/I), verifica-se que das 1.322 crianças de Belém 53,9% estão com estatura normal, 45,5% têm baixa estatura (permeando de leve a grave) e 0,6% estão com alta estatura. Enquanto que entre as crianças de Ananindeua o percentual de normalidade é de 44,6%, de baixa estatura é 55,1% e alta estatura é de 0,3%. Havendo, portanto, diferença estatisticamente significante entre os municípios quanto ao indicador E/I (p < 0,0001). De acordo com os resultados obtidos, pode-se inferir a partir da análise do indicador P/E que o percentual de desnutrição é mais acentuado em Ananindeua, enquanto que o estado nutricional de eutrofia e sobrepeso/obesidade no município de Belém e analisando E/I, apesar da grande maioria das crianças apresentarem estatura normal para a idade, uma significativa parcela delas estão com déficit estatural, indicando, portanto, severa escassez de alimentos quando mais jovem, provocando dessa forma o seu crescimento de maneira inadequada, é o que chamamos de desnutrição pregressa. De maneira geral, percebe-se uma melhoria no quadro nutricional de nossas crianças, no entanto, medidas urgentes e pertinentes são necessárias a fim de amenizar estes problemas ainda na infância.

 
 

 

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS ATENDIDAS EM INSTITUIÇÕES SOCIAIS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA MESA BRASIL SESC NO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA – PARÁ, 2008.
 

5º Fórum de Nutrição 2009 - Belém do Pará
Nutrição e Saúde Pública

GARCIA, G.; SANTOS, N.
Serviço Social do Comércio - SESC, Ananindeua/Brasil

Autor para apresentação: GLEICE GARCIA.

O MESA BRASIL SESC (MBS) é uma Rede Nacional de Solidariedade que atua na área de Segurança Alimentar e Nutricional, através da doação de alimentos excedentes sem valor comercial para populações carentes institucionalizadas em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social. Paralelamente, desenvolve ações educativas para consumo consciente dos alimentos e resgate da cidadania. O Programa tem na parceria com doadores, entidades sociais e voluntários a base de sua sustentação. É uma iniciativa do SESC que dissemina a cultura da responsabilidade compartilhada para a garantia do direito humano a alimentação. O desenvolvimento infantil depende de diversos fatores e repercute sobre o crescimento infantil. Atualmente vivemos a transição nutricional, ou seja, da desnutrição para a obesidade e é sabido que apresentam efeitos deletérios à saúde. Essa transição faz com que o acompanhamento do estado nutricional de grupos populacionais, principalmente de crianças torne-se de extrema importância. Assim, realizou-se um estudo epidemiológico populacional de base transversal, constituído de levantamento da ficha escolar do aluno para obtenção da data de nascimento e aferição de dados antropométricos de 666 crianças de 0 a 10 anos atendidas em instituições sociais beneficiadas pelo Programa MBS, no período de abril a junho de 2008 (município de Ananindeua), com o objetivo de traçar o perfil nutricional desses pacientes. Utilizou-se formulário de coleta de dados contendo: Nome da instituição social; da criança; Data de nascimento; da coleta; Sexo e Dados Antropométricos (peso e estatura). O peso foi verificado seguindo padronização do Programa Biológico Internacional em balança médica calibrada (Filizola), com precisão até 100g, com as crianças descalças, usando o mínimo possível de roupas, não estando apoiadas na parede, nem segurando a mãe ou o profissional. Antes de cada seção de coleta de dados a balança foi calibrada. Para a medição da estatura foi feita à aferição com estadiômetro fixo na balança que mede até 190 centímetros e graduado com precisão de 0,5 centímetros ou fita inelástica com precisão até décimos do centímetro fixada em superfície plana com a criança em apnéia respiratória, em posição ortostática, com os pés juntos, as mãos nos quadris e com a cabeça mantida no plano de Frankfurt. A análise estatística foi realizada por intermédio do Software Epi Info, versão 6.04 d. Dentre as crianças avaliadas no estudo 52,2% e 47,8% da população corresponderam a indivíduos do sexo masculino e feminino, respectivamente. A distribuição por faixa-etária foi semelhante em ambos os sexos. Em se tratando da amostra geral, 27,2% das crianças estão na faixa-etária entre 3 e 6 anos, e apenas 7,6% com idade igual ou inferior a 3 anos. Ao analisar os dados através do indicador peso para a estatura (P/E) e faixa-etária, pode-se observar que das 100 crianças com idade < 3 anos 86,0% estão eutróficas, das 360 crianças com idade entre 3 e 6 anos este percentual é de 81,1% e entre as crianças de 6 a 10 anos o percentual de eutrofia aumenta para 83,5%. Havendo diferença estatisticamente significante do estado nutricional entre as faixas etárias (p < 0,0001). Observar-se ainda que a faixa-etária com maior propensão ao desenvolvimento de desnutrição (permeando de leve a grave) são as crianças com idade entre 3 a 6 anos (18,6%). Já em relação ao sobrepeso/obesidade nota-se que é de 6 a 10 anos (5,8%). É válido ressaltar ainda que tais relações são estatisticamente significativas. Correlacionando as variáveis estatura para a idade (E/I) e faixa-etária, verifica-se que das 100 crianças com idade < 3 anos 33,0% estão com estatura normal, das 360 crianças com idade entre 3 e 6 anos este percentual é de 45,3% e entre as crianças de 6 a 10 anos o percentual de crianças com estatura normal é de 49,0%. Havendo diferença estatisticamente significante do estado nutricional entre as faixas etárias (p < 0,0001). De acordo com os resultados obtidos, pode-se inferir que na população estudada o sobrepeso/obesidade pode ser desencadeado pelas escolhas alimentares errôneas, principalmente na fase de pré-adolescência. Enquanto que a desnutrição em fases mais precoces decorrentes da desigualdade social a qual atinge grande parte da população brasileira. De maneira geral, percebe-se uma melhoria no quadro nutricional de nossas crianças. No entanto, são necessárias intervenções nesse grupo etário a fim de diagnosticar previamente o estado nutricional debilitado (déficit ou superávit nutricional), uma vez que, tais patologias exercem influência decisiva nos riscos de morbimortalidade e no crescimento e desenvolvimento infantil.

 
 

 

EVOLUÇÃO DO GANHO DE PESO EM GESTANTES ADOLESCENTES ATENDIDAS NA UNIDADE DE REFERÊNCIA MATERNO-INFANTIL E ADOLESCENTE (UREMIA) NO MUNICIPIO DE BELÉM
 

5º Fórum de Nutrição 2009 - Belém do Pará
Nutrição e Saúde Pública

Azevedo, JEC2; Mota, ES1; Castro, AJO2

Unidade de Referência Materno-Infantil e Adolescente (UREMIA) do Município de Belém 1 e Universidade Federal do Pará (UFPA)2 – Brasil

Autor apresentador: Julianne Elba Cunha Azevedo

Objetivo: Avaliar nutricionalmente as gestantes adolescentes através do índice de massa corporal (IMC) correlacionado com as semanas gestacionais nessa população-alvo com o intuito de observar a evolução do ganho de peso no 1° trimestre gestacional. Metodologia: foi realizado atendimento nutricional e cálculo do índice de massa corporal seguida de prescrição dietoterápica com orientação nutricional e marcação de consulta de retorno. Para análise estatística dos resultados as pacientes foram subdivididas em 3 grupos que obtiveram ganho de peso em torno de 3 kg durante os 3 primeiros meses de consulta. Resultados: a grande maioria das pacientes apresentava idade de 14 a 17 anos com um predomínio na faixa etária de 16 anos de idade; foi observado um peso médio na primeira consulta entre 50 a 60 kg onde o menor peso foi de 43 kg sendo 81 kg o maior peso. Observou-se que das 30 gestantes consultadas, 11 (36,6%) obteve ganho de peso em torno de 1 a 3 kg; 10 (33,3%) ganho em torno de 5 a 7 kg e 9 (30%)  das gestantes atendidas ganhou em torno de 5 a 7 kg. Em relação ao estado nutricional foi constatado que das 30 gestantes avaliadas, 9 (30%) estão com o estado de baixo peso; 15 (50%) estão com o peso normal; 4 (13,3%) estão com sobrepeso e 2 (6,6%) estão com estado nutricional de obesidade. Também foi observado que a grande parte desta amostra se encontrava classificada de acordo com o estado nutricional situada entre o baixo peso e o peso normal. Conclusão: Neste estudo concluímos com base na amostra preliminar que a grande maioria das pacientes acompanhadas pelo programa da unidade de referência apresenta idade média de 16 anos, peso normal na primeira consulta e que seu ganho ponderal é em torno de 3 kg durante o primeiro trimestre gestacional.