Entenda a importância entre a Microbiota e o Envelhecimento
 
O intestino de um adulto tem aproximadamente 100 trilhões de micro-organismos, que desempenham várias funções. Na maioria dos indivíduos adultos ocorre a predominância de 64% de Firmicutes e 23% de Bacteroidetes, e em menor quantidade outras bactérias. Esses organismos estão presentes na maioria dos indivíduos, porém pode haver variações nas quantidades e nas espécies, entre os indivíduos de diferentes regiões e culturas.

Em situações nas quais o organismo está em equilíbrio, a microbiota intestinal se mantém relativamente constante ao longo da vida. No entanto, no envelhecimento pode ser alterada por diversas razões, tais como: alteração na alimentação, diminuição da produção de ácido clorídrico no estomago, dificuldade de mastigação devido à falta de dentes, dependência de familiares e cuidadores para o preparo de uma alimentação adequada, e o consumo de vários medicamentos.

Em decorrência disso, há algumas alterações na estrutura da mucosa intestinal do idoso, que pode ser influenciada pela presença de  bactérias oportunistas, que afetam negativamente a saúde. Uma das estratégias para melhorar esta situação é o consumo de frutas e vegetais, fontes de fibras, que são alimentos para as bactérias benéficas presente no intestino. No entanto, na alimentação dos idosos, com frequência é observado à redução no consumo de fibras. O que torna o trânsito intestinal mais lento. Isso resulta em diminuição das bactérias patógenas nas fezes, o que pode indicar a permanência delas no intestino.

Por outro lado, quando ocorre a adequação alimentar, as bactérias benéficas no intestino atuam de maneira a favorecer a saúde do idoso. As bactérias apresentam algumas atividades no intestino tais como: a fermentação de substratos dos alimentos; o impedimento do crescimento de patógenos; a modulação do conteúdo bacteriano e da imunidade no intestino; a competição por nutrientes e receptores de adesão na mucosa intestinal; a produção de algumas substâncias - ácidos graxos de cadeia curta, neurotransmissores, vitaminas, hormônios, dentre outras.

Diversos estudos têm demonstrado que a adequação alimentar, em especial com a quantidade adequada de fibras, participa da melhora em diversas complicações metabólicas presentes no envelhecimento, como por exemplo; resistência à insulina, hipercolesterolemia e depressão.

Fonte
Profa. Dra. Eliana Louzada - Doutora pela Universidade de São Paulo, Mestre pela Universidade São Judas Tadeu, Nutricionista, docente universitário. Professora de diversos cursos de pós-graduação da Universidade Candido Mendes