O verão chegou com a promessa de alegria, descontração, comemorações, descanso, passeios e muito sol. No entanto, pessoas com antecedentes de doenças cardiovasculares e/ou com fatores de risco como obesidade, colesterol/triglicérides, diabetes, tabagismo, estresse e hipertensão devem adotar cuidados redobrados, pois esses problemas podem se agravar com a quebra da rotina alimentar e de hábitos comum durante esse período.
O uso excessivo de bebida alcoólica pode causar arritmia cardíaca, principalmente em mulheres, que possuem níveis menores de enzimas responsáveis pelo metabolismo da substância.
Mas aqueles que têm como destino das férias locais frios também precisam ficar atentos. A mudança repentina de temperatura, atrelada ao esforço físico, excessos na ingestão de alimentos e bebidas alcoólicas inspiram alguns cuidados.
É interessante, em especial para quem não está com o checkup em dia, aproveitar a chegada das férias para fazer sua avaliação médica anual.
Confira a seguir os principais riscos neste período de diversão, descanso e, muitas vezes, excessos:
• O uso demasiado de bebida alcoólica pode causar arritmia cardíaca, principalmente em mulheres – Este público apresenta menos água no organismo, o que faz com que o álcool fique mais concentrado. As mulheres geralmente pesam menos e possuem níveis menores de enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool, como a aldeído desidrogenase (ADH) e a álcool desidrogenase (ALDH).
• Exageros X lesão no coração - Os exageros na alimentação e de esforço físico podem representar riscos imediatos de alguma lesão no coração. Para fazer exercícios físicos intensos, é preciso ter um pré -condicionamento do coração, de modo que aquele futebol com os amigos no dia 31, excesso de esportes aquáticos ou em montanhas devem ser evitados por quem não está habituado à prática de atividades físicas. Os eventos mais comuns são o infartos e arritmias.
• A mudança repentina de temperatura é considerada um fator de preocupação para pessoas com problemas cardíacos, principalmente no frio com a alteração de pressão arterial, vasoconstricção das artérias e alteração da agregação plaquetária. Esta última, faz com que aumente a viscosidade sanguínea levando ao infarto. Com a altitude, o ar rarefeito aumenta a pressão arterial. Para se ter uma ideia, uma viagem de avião diminui a oxigenação na cabine em 25%.
• A longo prazo o álcool consumido em excesso pode levar a uma dilatação do coração ou uma miocardiopatia, doença no músculo cardíaco que dificulta o fornecimento de sangue do coração para o corpo e pode causar insuficiência cardíaca.
• Como amenizar situações de lesão cardiovascular para aqueles que têm fatores de risco:
• Ter feito avaliação previa ou validada há menos de 1 ano.
• Manter a alimentação e a ingestão de álcool como nos períodos normais.
• Evitar lugares muito quentes ou muito frios.
• Não deixar de tomar nenhum dia as medicações habituais, mesmo em caso de uso de álcool.
Fonte
Dr. José Luiz Aziz - diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp)
