O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é a forma mais comum da patologia, correspondendo a aproximadamente 90% dos casos. Essa doença está associada a diversos fatores com papel importante na patogênese, evolução clínica e aparecimento de complicações. Os fatores imunológicos e genéticos, com impacto da herança familiar, associados a fatores ambientais, que sofrem grande impacto por hábitos dietéticos inadequados, inatividade física, aumento do peso e crescimento, bem como o envelhecimento populacional são apontados como resposta do crescente número de indivíduos acometidos pela doença.

A busca por componentes terapêuticos que possam auxiliar no tratamento do DM, atualmente, envolve uma ampla pesquisa de plantas medicinais, dentre eles está o Abelmoschus esculentus L. Moench, conhecido popularmente como quiabo, que tem sido utilizado no controle de diversas patologias por sua composição nutricional. É um alimento com baixo valor calórico que pode ser utilizado em dietas onde existe a necessidade de restrição calórica, além disso, apresenta vitaminas A, C, do complexo B, e minerais como cálcio, ferro e fósforo, proteína e óleos.

O quiabo auxilia na melhora do funcionamento intestinal, atividade hipoglicêmica, hipocolesterolêmica e anticancerígena devido ao alto teor de fibras que possui, com quantidades consideráveis de lignina, celulose, hemicelulose e pectina. É importante destacar também que o crescente número de indivíduos com DM, traz uma sobrecarga ao sistema de saúde pela elevada taxa de hospitalizações, uma vez que apresentam uma maior taxa de complicações cardiovasculares, cerebrovasculares, insuficiência renal, cegueira e amputações não traumáticas.

O objetivo desse artigo é apresentar os efeitos decorrentes da utilização do quiabo no tratamento do Diabetes mellitus tipo 2.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa. A pesquisa foi realizada por meio das bases de dados: (MEDLINE) via site (PUBMED), (SCIELO) e (LILACS) via site Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). No qual a busca dos artigos ocorreu utilizando os seguintes descritores: quiabo, Abelmoschus esculentus, diabetes, glicemia e resistência à insulina, combinados entre si através do boleano AND.

Os trabalhos inclusos nesta revisão integrativa consistiram majoritariamente em 10 estudos com modelos experimentais animais e 1 realizado em humanos. A maioria dos estudos apontaram que o quiabo possui efeito anti-hiperglicemiante,

O quiabo parece ser um importante adjuvante no tratamento do DM2, devido aos elementos que apresenta em sua composição, responsáveis por sua ação terapêutica, com fortes evidências de sua ação anti-hiperglicemica e antioxidante. Porém, merece uma maior investigação para detalhamento de alvos clínicos sobre os quais atua. Além disso, doses de utilização e interação com outros medicamentos antidiabéticos merecem ser mais estudadas através da realização de estudos clínicos em humanos com uma amostra bem definida, uma vez que a maioria dos estudos tratam dos efeitos em modelos animais.