Combate ao Desperdício - Dra. Maria Idati Gonsalves
O Conselho Regional de Nutricionistas - CRN-3 entende que o projeto para acabar com a fome no país, precisa priorizar, acima de tudo, o combate ao desperdício. Estatísticas indicam que, em média, 30% dos alimentos são desperdiçados durante as fases de transporte, armazenamento, comercialização e manipulação. Outra advertência: a ONU recomenda a ingestão de aproximadamente 2.500 Kcal por dia para um adulto. Mas é preciso equilibrar na alimentação diária as quantidades de carboidratos, proteínas e gorduras, por exemplo, para obter os resultados esperados.
A segurança Alimentar e Nutricional é a garantia do direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. Todo país deve ser soberano para assegurar sua segurança alimentar, respeitando as características culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. É responsabilidade dos estados nacionais assegurarem este direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, cada parte cumprindo suas atribuições específicas
SESI SP Implanta Programa Alimente-se Bem com R$1,00 - Dra. Tereza Watanabe
No Brasil, 60% de todo o lixo domiciliar é composto por comida. Isso representa, a cada ano, um volume de 26,3 milhões de toneladas de restos de alimentos desperdiçados. O Serviço Social da Indústria (SESI-SP), por meio do Alimente-se Bem com R$ 1,00, programa cujo o enfoque é o "desperdício" e o "aproveitamento integral dos alimentos", oferece sua contribuição no sentido de minimizar essa grave situação.
Criado em 1999, o projeto foi delineado a partir de amplos estudos realizados por uma equipe de nutricionistas do SESI-SP, que pesquisaram o perfil de dezenas de cardápios utilizados em restaurantes, refeitórios de empresas, receitas de merendeiras, donas de casa etc. O resultado são os chamados restaurantes educativos - atualmente oito em todo o estado -, os cursos gratuitos nos Centros de Atendimento (CATs) que possuem o Programa, o livro contendo 145 receitas, as aulas práticas gratuitas em empresas e eventos da instituição como a tradicional Ação Global, além de uma Unidade Móvel - uma cozinha didática adaptada em uma carreta.
No Centro de Atividades de A.E. Carvalho as aulas gratuitas de culinária começaram em de janeiro de 2003. Temas como "desperdício" e "aproveitamento total dos alimentos" estão sendo apresentados aos participantes - comunidade da região e que, na zona leste, chega a 4 milhões de habitantes. Também será demonstrado ser possível preparar as três principais refeições do dia (café da manhã, almoço e jantar) gastando apenas R$1 por pessoa, essa é uma maneira de conscientizar as pessoas sobre a importância do tema - cardápios nutricionalmente ricos e de baixo custo. No final de cada curso, participantes receberão o livro temático produzido pela instituição, com 150 receitas e que está na 5ª edição.
Fortificação de Farinhas - Dra. Andréa Ramalho
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de oficializar a portaria que determina aos fabricantes de farinhas de trigo e de milho o acréscimo de ácido fólico e ferro em seus produtos, com a finalidade de diminuir a incidência de doenças, a desnutrição e os problemas decorrentes da deficiência dessas vitaminas em gestantes (defeitos no feto). A iniciativa é o início de uma batalha contra a má-alimentação da população brasileira e a reversão do atual quadro social. A medida é, sem dúvida, um avanço nas questões de saúde e nutrição do país e deve ser associada a outras iniciativas na solução do problema da desnutrição e da má-alimentação, principalmente em crianças.
O combate às deficiências nutricionais mais prevalentes no mundo se dá por meio de programas e leis governamentais. Apesar do sucesso de algumas iniciativas, a experiência mostra que as ações relacionadas com suplementação de apenas um ou dois micronutrientes - como é o caso da lei brasileira - na maioria dos segmentos populacionais afetados têm apresentado efeitos limitados. Embora a deficiência de micronutrientes possa ocorrer isoladamente, a combinação entre eles é essencial e a falta de algumas vitaminas e minerais pode reduzir o impacto de programas desta natureza.
São indispensáveis Geração de Emprego e Abertura de Mercados - Dr. Jacques Diouf
O aumento da produção agrícola não basta para combater a fome nos países em desenvolvimento, mas que se requer além disso gerar emprego e renda para a população e um maior acesso aos mercados para os produtos agrícolas.
Há seis anos, na Cúpula Mundial da Alimentação acordamos erradicar a fome de todos os países, com o objetivo imediato de reduzir pela metade o número de pessoas desnutridas do seu nível atual não passando do ano de 2015. Ainda falta muito caminho a percorrer. Mais de 840 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem de fome. Na América Latina e Caribe existem 211 milhões de pobres - 11 milhões a mais que em 1990 - dos quais 89 milhões estão na extrema pobreza. Desse total, 77 milhões vivem em zonas rurais, (representando 64 por cento da população rural) dos quais 54 milhões são indigentes.
Mais da metade da população da Região que vive no campo é pobre, e quase metade deles não podem satisfazer suas necessidades alimentares básicas com sua renda.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2003
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