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Perfil Antropométrico em Usuários de Restaurantes de Refeições Coletivas

Sabe-se que a obesidade é uma doença crônica e leva ao aparecimento de outras doenças, como: hipertensão, doença coronariana, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Também desencadeia intolerância a glicose, hiperinsulinemia, apnéia do sono, doença da vesícula, osteoartrites, diminuição da fertilidade e alguns cânceres levando a uma maior morbi-mortalidade nesses indivíduos. Em adição, indivíduos obesos sofrem discriminação na sociedade e reduzem sua qualidade de vida. A obesidade pode ser definida como um acúmulo excessivo de gordura corpórea suficiente para colocar a saúde sob risco.

Ela ocorre quando a ingestão de energia (na forma de alimentos) excede o dispêndio (na forma de metabolismo e atividade física). Possui causa multifatorial e origina-se e mantém-se por diferentes motivos: mal hábito alimentar, predisposição genética e familiar, falsas crenças em torno da gordura, superalimentação, excesso de gorduras e carboidratos na dieta, falta de exercício, estresse, ansiedade, distúrbios emocionais. Numerosos estudos vêm demonstrando um aumento assustador no aparecimento de obesidade na população dos países industrializados.

Até mesmo em países em desenvolvimento, onde a subnutrição é tradicionalmente vista como endêmica, a obesidade está começando a emergir como um problema de saúde pública. Em países industrializados, onde os alimentos ricos em energia são abundantes e baratos e os estilos de vida são cada vez mais sedentários, a obesidade já é uma questão de saúde significativa e grave. Nos Estados Unidos a obesidade ocupa o segundo lugar como causa de morte, atrás somente das causas de morte associadas com o tabagismo.

Em estudos epidemiológicos utiliza-se como padrão de avaliação o Índice de Massa Corporal (IMC), pois pode ser calculado de forma razoavelmente precisa a partir de medições corpóreas que são obtidas simples e prontamente com um mínimo de equipamentos . Quando o IMC é superior a 28 está associado ao aumento do aparecimento de diabetes tipo 2, hipertensão e doença coronariana.

As tendências internacionais atuais revelam um rápido aumento na prevalência de obesidade nos últimos 10 a 15 anos. Estudos epidemiológicos, baseados no IMC, realizados em 7 países (França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos e Japão) mostraram que mais de um quarto da população tinha sobrepeso (IMC> 25), com exceção do Japão. Recentes pesquisas estatísticas indicam que mais de 30% da população adulta dos Estados Unidos são obesas, representando um aumento de 8% nos últimos 10 anos.

Dados de inquéritos nacionais sobre saúde e nutrição dos Estados Unidos de 1960 e 1994, indicam um aumento progressivo na prevalência de adultos obesos, sendo particularmente notável o aumento observado entre 1976 e 1994: 12,3% para 19,9% entre homens, e 16,9% para 24,9% entre mulheres.

Dados do IBGE obtidos em dois períodos (1974-5 e 1989) mostram que a proporção de indivíduos com sobrepeso se elevou de 16,7% para 24,5% e de indivíduos com obesidade se elevou de 4,7% para 8,3 %. Tendo em vista esse rápido aumento na prevalência da obesidade e a gravidade de complicações que esta doença pode ocasionar, o presente trabalho foi realizado com o intuito de verificar o perfil antropométrico em trabalhadores de indústrias da região norte do Estado de Santa Catarina que utilizam restaurante de refeições coletivas da Empresa Ataliba Refeições.

Diante do perfil encontrado estaremos diagnosticando os obesos na população estudada para traçar futuras metas terapêuticas. O estudo foi realizado em 20 Unidades de Alimentação de Restaurantes Industriais que servem um total de 9.000 refeições/dia. Foram avaliados 3.351 pessoas, o que representa 37,2%. Destes, 48,46% eram mulheres e 51,54% eram homens.

Autores

Regina Lúcia Martins Fagundes Professora Doutora do Departamento de Nutrição UFSC, Florianópolis, SC
Valeska De Costa Nutricionista da Empresa Ataliba Refeições, Especialista em Terapia Nutricional

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2000