Alimentação e nutrição apresentam conceitos diferentes. Embora diretamente ligadas, a alimentação é a etapa de escolha, preparo e ingestão de alimentos. A nutrição começa com a ingestão do alimento e se estende à sua utilização pelo organismo.
Alimentos são produtos de origem animal e vegetal que fornecem nutrientes responsáveis pelos processos de nutrição. A ciência dos alimentos se refere ao estudo de fenômenos físicos e químicos que ocorrem durante a/o preparação/processamento de alimentos por ação de fatores como calor, frio, luz, oxigênio, de reações químicas e de efeitos mediados por esses fatores.
A ciência dos alimentos é fascinante porque permite estabelecer relação entre aspectos teóricos e práticos da produção de alimentos e sua influência sobre características sensoriais e nutricionais. Apropriar-se do conhecimento científico significa não apenas estruturar-se para a arte de bem preparar alimentos, mas reconhecer que o estudo dos alimentos é mais que uma ciência: é reconhecer que a gastronomia é reflexo da cultura de um povo (09).
Segundo Ferreira (07), gastronomia se refere aos conhecimentos teórico e prático acerca de tudo que diz respeito à arte culinária, às refeições apuradas, aos prazeres da mesa; à arte de regalar-se com finos acepipes. Gomensoro (10) considera que gastronomia se refere apenas à arte do bem comer e do saber escolher a melhor bebida para acompanhar a refeição. Por outro lado, a arte culinária se caracteriza especialmente pela criação de sensações de natureza estética, suscitando em outrem o prazer da alimentação.
Comparando-se os dois conceitos, observa-se que Ferreira (07) aborda o tema com mais abrangência, envolvendo outros conhecimentos e/ou habilidades como elementos importantes à boa gastronomia. Gomensoro (10) não pressupõe que arte culinária se refira à habilidade de preparar alimentos segundo normas dietéticas; pressupõe apenas que a arte culinária se caracteriza pela criação de sensações de natureza estética, provocando no outro o prazer da alimentação.
Entende-se desta forma que nutrição e gastronomia são ciências que se complementam e conjuntamente melhoram a qualidade de vida, porque podem conferir hábitos saudáveis e prazer no ato de se alimentar.
Estudos científicos atualizados indicam que a alimentação influencia decisivamente a saúde do homem, por relacionar-se com nutrição, sobrevivência, desempenho na vida e conservação da espécie, além de recentemente ser apontada como um dos fatores mais importantes para a longevidade com qualidade de vida (02).
De acordo com Cândido e Campos (05), a preocupação de órgãos de saúde pública com os hábitos de vida da população tem aumentado à medida que estudos populacionais em diversos países confirmam a prevalência de obesidade e morbimortalidade em conseqüência do estilo de vida da sociedade moderna. Conforme Rouquayrol et al. (18), estilo de vida inclui hábitos e comportamentos autodeterminados adquiridos social ou culturalmente, de modo individual ou grupal: tabagismo, alcoolismo e outros padrões de consumo (preferências dietéticas, sódio, potássio, quantidade de alimentos - calorias), medicações, outros.
Rouquayrol et al. consideram que obesidade se relaciona estreitamente com doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial e intercorrências cardiocirculatórias graves. Em conseqüência desta situação estabelece-se um núcleo triangular de condições (sobrepeso/diabetes/doenças cardiovasculares) em torno do qual giram dislipidemias e manifestações degenerativas (18). Isto significa comprometer a longevidade com qualidade de vida. Significa menor expectativa de vida.
Depreendendo que qualidade de vida apresenta relação direta com hábitos alimentares saudáveis, a Organização Mundial de Saúde adotou a pirâmide alimentar como instrumento de (re)educação alimentar. Propõe hábitos alimentares saudáveis.
Trabalha com os conceitos variedade, moderação e proporcionalidade. Recomenda moderar a ingestão de açúcares e gorduras, especialmente (03).
De acordo com a literatura, o monitoramento da qualidade de vida pode ser realizado por meio do controle da ingestão de açúcares, gorduras e sal. Simultaneamente verifica-se que o alimento não deve apenas satisfazer a fome. Alimentação é também prazer. Nutrição é ciência. Gastronomia é arte.
A composição química do alimento não é suficiente para produzir no homem vontade de se alimentar. É necessário tornar os alimentos atraentes. Cor, aroma, temperatura, consistência, estado físico são fatores que isolada ou conjuntamente exaltam características sensoriais e gastronômicas e influenciam os sentidos.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2000
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