O objetivo deste estudo foi examinar a natureza de todas as relações entre pacientes adultos que recebem nutrição enteral e o serviço de dietética e aperfeiçoar os atuais protocolos dietéticos baseando-se nos achados do estudo visando melhorar os cuidados oferecidos ao paciente.
Todos os pacientes adultos encaminhados ao Serviço de Nutrição e Dietética da Comunidade (Community Nutrition and Dietetic Service - CNDS) durante 6 (seis) meses foram incluídos no estudo. Usando um formulário desenvolvido a partir de uma análise retrospectiva dos registros dos casos, coletaram-se dados sobre as complicações que promoveram um aumento na freqüência dos contatos, ultrapassando o número previsto no protocolo do departamento. O software SPSS - Statistical Package for the Social Sciences foi utilizado para a análise dos dados.
A indicação mais comum para a nutrição enteral domiciliar neste grupo de pacientes adultos foi o comprometimento da deglutição após um acidente vascular cerebral (AVC) (59,5%), seguido de câncer (21,5%). Os pacientes com câncer apresentaram uma tendência de precisar de mais intervenção que os demais pacientes. Nesse grupo, observou-se uma diferença significativa no número total de contatos e telefonemas domiciliares (P= 0,019) e uma tendência a receberem mais visitas domiciliares.
Os protocolos do departamento foram revisados para incluir um retorno 2-6 semanas após a avaliação dietética inicial fora do ambiente hospitalar nos casos em que se identificou essa necessidade. O monitoramento dietético mais intenso traz implicações para os serviços de nutrição na comunidade.
A alimentação enteral domiciliar tornou-se mais comum nos últimos anos (Elia, 1999) por causa dos avanços tecnológicos, do desenvolvimento da técnica de gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) e da pressão crescente para transferir os cuidados de pacientes estáveis dos hospitais, nos quais a internação é dispendiosa, para o atendimento na rede primária. (Howard & Bowen, 2001). Apesar de o número de pacientes no Reino Unido ter aumentado, a falta de verbas para o atendimento desses pacientes representa um grande problema.
A British Artificial Nutrition Survey (BANS) relata que 40% dos centros não têm verba alocada especialmente para suporte nutricional artificial (Elia et al., 2001), o que provoca dificuldades para pacientes e seus cuidadores e também para os profissionais de saúde envolvidos (McNamara et al., 2000: Heaney & Tham, 2001). A oferta dos serviços varia no Reino Unido (Mensforth, 1999; Baxby, 2000); em algumas áreas, as mudanças nos serviços foram facilitadas por alterações em acordos financeiros (Howard & Bowen, 2001).
Dentro da área oriental do Conselho de Saúde e Serviços Sociais da da Irlanda do Norte (Eastern Health & Social Services Board - EHSSB), um centro de nutrição foi aberto em 1997, após uma auditoria do departamento que mostrara que o estado nutricional dos pacientes deveria ser reavaliado pelo menos a cada seis meses, sugestão que foi incorporada ao protocolo do departamento (L’Estrange, 1997). Entretanto, na prática, muitos pacientes tiveram mais contatos com o serviço de dietética e um número maior de avaliações nutricionais.
A proposta deste estudo era:
- Examinar a natureza de todos os contatos entre pacientes adultos que estavam recebendo nutrição enteral e o serviço de dietética;
- Identificar quais fatores, se algum, interferem na freqüência de contatos;
- Fazer futuras recomendações sobre os cuidados adequados.
Autores
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2003
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