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Doença Inflamatória Intestinal

A doença inflamatória intestinal (DII), na sua conceituação mais ampla, corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrointestinal, seja ele agudo ou crônico. Assim, podemos classificá-la em DII com causa conhecida (ex., infecções, parasitoses, enterocolite pós-irradiação ou actínica, isquêmica, etc) e DII com causa não totalmente esclarecida.

Neste último grupo, 80-90% dos casos são diagnosticados como retocolite ulcerativa inespecífica ou idiopática (RCUI) e doença de Crohn (DC). Os restantes, 10-20%, são representados principalmente pelas colites linfocítica e colagênica, “bolsite” ou “pouchitis” (inflamação da bolsa ileal pós-colectomia para RCUI), doença de Behçet e pela enterocolite eosinofílica.

A RCUI é conhecida desde o século XIX e a doença de Crohn recebeu este nome por causa da sua descrição, em 1932, pelos médicos americanos Crohn, Ginzburg e Oppenheimer. De maneira geral, quando falamos em DII, nos referimos à RCUI e à DC, uma vez que no grupo de DII com causa conhecida, as doenças já são nomeadas levando-se em conta sua etiologia (ex., enterocolite infecciosa, parasitária, actínica, isquêmica, etc).

A DII pode acometer indivíduos em qualquer faixa etária, porém incide mais entre os 20-40 anos de idade. É um pouco mais comum entre as mulheres. Ocorre mais entre os brancos e judeus. A DII é mais comum em países como os EUA, Inglaterra e países da Escandinávia, com incidência (nº de novos casos anuais/100.000 habitantes) atingindo 13 para a RCUI e 7 para a DC.

Países da Ásia e América do Sul são tidos como de baixa incidência para DII (0,5 para RCUI e 0,08 para DC). No Brasil, ainda desconhecemos a real incidência da DII, mas ela é certamente maior nas regiões sul e sudeste. No entanto, já existe um esforço conjunto e uma movimentação dos centros universitários de referência para a DII, no sentido de coletarmos dados estatísticos confiáveis que poderão ser confrontados com os mundiais.

Autores

Dr. Adérson Omar Mourão Cintra Damião Professor Assistente-Doutor do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Dra. Maria Izabel Lamounier de Vasconcelos Nutricionista Supervisora de Clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz , Mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP), Especialista em Nutrição Clínica , Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – SBNPE

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/2001