Nos tempos atuais, quando redução de custos torna-se de interesse capital para administradores de hospitais, uma análise de custo mais apressada poderia concluir que terapia nutricional (TN) representa custo adicional com benefício questionável e baixo potencial de aumentar o rendimento hospitalar. Entretanto, verificou-se que em um hospital universitário urbano, os pacientes desnutridos (56%) foram responsáveis pelo consumo de 72,5% dos custos totais (1). Portanto, pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição são potencialmente de maior custo e as iniciativas de combate à desnutrição podem reduzir o custo hospitalar.
Existem diversas maneiras disponíveis de estimar custo- benefício e custo- eficiência. A análise de risco- benefício compara a morbi- mortalidade devido ao tratamento proposto com a redução de morbi- mortalidade que resulta do mesmo tratamento. As complicações inerentes à nutrição parenteral total (NPT) e à nutrição enteral (NE) são bem conhecidas. A prevenção de complicações pode ser alcançada graças a protocolos reguladores de procedimento, à política de controle de qualidade e abordagem adequada de Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional.
Estes procedimentos são de baixo risco, reproduzíveis e de fácil controle. Os benefícios da terapia nutricional na economia hospitalar são menor gasto em despesas relativas ao diagnóstico e tratamento das complicações e menor período de internação hospitalar. A análise de custo- benefício, expressa em unidades monetárias, relaciona o custo monetário de um tratamento ao valor dos benefícios produzidos.
A análise do custo- eficiência seleciona o benefício a ser alcançado pelo tratamento e compara o custo monetário de diferentes estratégias terapêuticas para alcançá-lo. A análise de custo de TN esbarra na dificuldade de encontrar o verdadeiro custo. O custo econômico (valor dos recursos consumidos) e o preço (contas a pagar) são completamente diferentes.
Considerando a NPT, por exemplo, após o valor pago ao fornecedor pelos aminoácidos e solução de glicose, existem valores adicionais a pagar por aditivos, equipamento para mistura, custos de farmácia, e custos adicionais (depreciação de espaço e equipamento, custo administrativo, expansão futura, etc.). Existem, também, custos intangíveis (desconforto, imobilidade e dependência psicológica) e benefícios (melhor qualidade de vida) que devem ser considerados, mas, novamente, são de difícil avaliação em TN. Adiciona-se ser difícil identificar estratégia alternativa para substituir corretamente a terapia nutricional.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2001
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