Alterações das enzimas hepáticas ocorrem em 20 a 90% dos pacientes adultos e 9 a 42% das crianças sob nutrição parenteral total (NPT) . Em geral, são assintomáticas nos adultos, onde as transaminases elevam-se nas duas primeiras duas semanas do início da terapêutica e caracterizam-se pela normalização com a interrupção do NPT, modificação da fórmula, associação com nutrição enteral (NE), ou ocorre normalização espontânea a despeito da continuidade da NPT . Em crianças, é mais freqüente a associação das alterações hepáticas com aumento da morbi-mortalidade, principalmente em neonatos prematuros e em jejum prolongado.
A elevação predominante das aminotransferases sugere esteatose e da gama-glutamiltransferase (GGT) e/ou fosfatase alcalina sugere colestase . A hiperbilirrubunemia direta é comum na colestase induzida pela NPT na criança . No adulto esta alteração pode sugerir outro diagnóstico , como sepse, droga, hepatite viral ou obstrução extra-hepática . A NPT contribui para colestase intra-hepática e lama biliar na criança e esteatose, esteatohepatite, lama biliar, colelitíase e colestase no adulto .
Alterações hepáticas da criança
A colestase é a complicação mais frequente na criança e menos frequente no adulto. A causa provável é multifatorial . Três conceitos podem explicar a patogênese da colestase: toxicidade direta da NPT no fígado, deficiência nutricional hepática resultante da oferta inadequada de NPT e complicações relacionadas a falta de nutriente enteral e estímulo inadequado da circulação êntero-hepática e função intestinal.
A imaturidade de sistema secretor biliar associada a NPT, acentua a colestase fisiológica. A diminuição do “pool” de sal biliar e a função mitocondrial pouco desenvolvida podem expor o neonato prematuro ao desenvolvimento de colestase.
Alterações hepáticas do adulto
A esteatose hepática é a disfunção hepática mais comum do adulto com NPT, podendo ocorrer em 25 a 100% dos casos. Pode aparecer entre a primeira e quarta semana do início da NPT. A infiltração gordurosa se inicia na área periportal, e regride após o término da NPT. A maioria dos pacientes que recebem NPT por mais que 3 meses apresentam alteração bioquímica hepática ou esteatose à biópsia. Medidas simples como reduzir a oferta calórica e incluir lipídeos à prescrição podem reverter esta alteração.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/2000
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