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Qualidade de Vida X Nutrição e Câncer

Historicamente a evolução de novas terapias do Câncer tem focado interesse em resultados biomédicos para a resposta tumoral, tais como o aumento da sobrevida, diminuição da toxicidade do tratamento, a remissão da doença, entre outros. A desnutrição protéico-calórica é um problema comum em pacientes com câncer. O principal objetivo da Terapia Nutricional é fornecer calorias, proteínas e micronutrientes para manter, ou melhorar, o estado nutricional antes, durante e após a terapia para o câncer. Certamente o tratamento da desnutrição resulta em melhora da capacidade funcional e subjetiva. Além disto a TN pode melhorar o sistema imune e contribuir para aumentar capacidade de tolerância aos tratamentos quimio e radioterápicos.

Enquanto a via oral é geralmente preferida pelos pacientes, muitos deles são incapazes de consumir calorias suficientes voluntariamente por causa da anorexia e limitações mecânicas, dificultando a alimentação por via oral. Estes pacientes requerem Nutrição enteral via sonda. Além disto, a Terapia Nutricional encontra um forte aliado que é melhora da Qualidade de vida dos pacientes.

A preocupação em tratar mais formalmente o impacto do Câncer e seu tratamento na saúde funcional, psicológica e social do indivíduo já acontecia em 1949 quando Karnofsky, um dos pioneiros neste tema, relacionou Qualidade de Vida e Câncer. A Nutrição e sua relação com o Câncer até os dias hoje está baseada em alguns princípios básicos já descritos por Maurice Shils há 15 anos, como exemplos: 1) A terapia nutricional deverá sempre ser considerada de suporte no tratamento curativo ou paliativo.

O objetivo do cuidado nutricional em pacientes com Câncer é sempre manter o estado nutricional, a saúde funcional e a composição corporal. A tentativa de reverter a desnutrição severa é geralmente frustrada. 2) A intervenção nutricional precoce é a única forma de retardar a depleção nutricional severa. Assim como o tratamento quimioterápico no estágio terminal da doença, a intervenção nutricional no estágio de desnutrição severa são tentativas inúteis de recuperação.

Só o diagnóstico e a intervenção precoce são a chave do sucesso. 3) O inadequado consumo calórico-proteíco e os efeitos adversos do tratamento serve de base para evidenciar clinicamente a depleção nutricional e contribui para agravar o quadro de desnutrição. 4) Devemos contar com um instrumento que avalie objetivamente o estado nutricional do paciente e o resultado da terapêutica nutricional aplicada, retardando o seu diagnóstico e possibilitando a intervenção nutricional precoce.

Autor

Dra. Telma Búrig Nutricionista Chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do Centro de Pesquisas Oncológicas - CEPON /SC.

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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/1999