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O Benefício da Dieta em Pacientes Hospitalizados com Escarasde Decúbito

As úlceras de decúbito são resultantes da falta de irrigação sangüínea, devido à imobilidade dos pacientes acamados, normalmente, por longos períodos.(Abrams, 1994) Pacientes com risco nutricional tem maior dificuldade no processo de restabelecimento da cicatrização (Peckenpaught, 1997). O objetivo deste trabalho foi avaliar o aparecimento da escara de decúbito, sua relação com a patologia e o estado nutricional dos pacientes internados no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo – RS, durante 52 dias no ano de 2002, totalizando um grupo de 7 indivíduos de ambos os sexos.

A avaliação dos portadores desta ferida, foi feita através da Avaliação Subjetiva Global, considerando medidas antropométricas, bioquímica e exame clínico. Verificou-se maior índice nos homens, com faixa etária acima de 31 anos. O estado nutricional da maioria dos pacientes estava abaixo do normal com alto índice de estresse. Na analise laboratorial avaliou-se o hemograma, onde foram considerados o hematócrito, a hemoglobina e a contagem total de linfócitos, indicadores do estado nutricional.

A dieta seguida pelo grupo foi hiperprotéica com suplemento específico 2 vezes ao dia. Os pacientes portadores de diabete não participaram do grupo, pois a sua circulação é prejudicada pois o suplemento alimentar usado na pesquisa contém sacarose. Verificou-se que as dietas adequadas juntamente com os cuidados da enfermagem são fundamentais na cicatrização da escara.

As úlceras de decúbito ou escaras constituem uma preocupação para os profissionais de saúde. Trata-se de uma lesão (ferida) causada pela falta de irrigação sangüínea em partes do corpo que sofrem pressão contínua e demorada.

Nos Estados Unidos, 10 a 20 % dos pacientes são internados com escaras ou adquirem uma durante a internação. Em torno de 70 a 90% de todas as úlceras são vistas em pacientes com mais de 65 anos de idade. Em pacientes residentes a incidência é de 24%.

Os fatores que predispõem as escaras incluem pressão contínua sobre uma região, umidade, desnutrição, desidratação, má circulação, emagrecimento e a presença de bactérias patogênicas. E os pacientes que possuem maior risco de contrair essas úlceras são as pessoas com estado mental alterado, velhos, pessoas com fraturas, incontinência urinária, intestinal, imobilização prolongada, desnutridos, acamados, tensão de oxigênio baixa e espasmos.

Entre os locais mais propensos a lesões destacam-se calcanhares, sacro, ísquio, cotovelos, escápula, vértebras e costelas. As conseqüências são dor (queimação) e predisposição para adquirir infecção.
O tratamento inicia com a prevenção. No local afetado, realiza-se a lavagem com água e sabão, aplicação de antisséptico, nutrição adequada e em casos mais graves a cirurgia. O risco com o tratamento ineficaz se relacionam com o conhecimento insuficiente sobre a etiologia, a prevenção e o cuidado domiciliar. (Carpenito, 1999).

A nutrição desempenha papel fundamental nessa situação, pois uma alimentação equilibrada auxilia na cicatrização da escara e melhora o nível nutricional dos pacientes que normalmente se encontram com balanço nitrogenado negativo. (Gas, 1988).

A necessidade de realização desta pesquisa visa demonstrar a importância da alimentação na melhora da escara de decúbito e na manutenção do estado nutricional e físico, como também auxiliar os profissionais na área da saúde a direcionar o tratamento.

Autores

Dra. Ana Teresa Lamb Nutricionista pela Universidade Cruz Alta - RS
Dra. Kelen Schimidt Nutricionista - Esp. Professora da Universidade de Cruz Alta - RS
Dra. Luciane Smidt Nutricionista – Professora Esp. da Universidade de Cruz Alta - RS

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2004