O objetivo do estudo foi avaliar o impacto da implementação dos Dez Passos da Alimentação Saudável Para Crianças Menores de Dois Anos no consumo de alimentos de baixo valor nutricional no primeiro ano de vida. Participaram do estudo 397 crianças que foram randomizadas ao nascimento em grupo controle e intervenção. O grupo intervenção recebeu orientações dietéticas durante visitas domiciliares sistemáticas no primeiro ano de vida o grupo controle, somente as visitas para coletas de dados.
Observou-se que a média da idade na introdução de produtos de baixo valor nutricional foi estatisticamente maior no grupo intervenção. A freqüência no consumo de biscoitos, balas, chocolate, refrigerante e salgadinhos foi estatisticamente maior no grupo controle.
A menor renda familiar e menor escolaridade materna foram associadas ao maior consumo desses alimentos.Concluiu-se que é possível intervir positivamente nas práticas alimentares de crianças pequenas a partir de orientações dietéticas e vigilância nutricional.
As crianças amamentadas regulam o consumo de acordo com as suas necessidades, entretanto com a introdução de outros alimentos essa responsabilidade é transferida às mães, que comumente tendem a super alimentar o filho (Hervada & Newman, 1992; Spruijt-Metz et al., 2002). O aleitamento materno exclusivo em livre demanda é importante porque o bebê começa cedo, a desenvolver a capacidade de autocontrole da ingestão alimentar, aprendendo a distinguir a fome da saciedade.
Essa capacidade permite à criança nos primeiros anos de vida assumir um autocontrole sobre o volume de alimento que consome em cada refeição e os intervalos entre essas, segundo as suas necessidades (Birch & Fisher, 1995). Parece que as crianças ajustam à ingestão de alimentos de acordo com a sua densidade energética (Birch & Marlin, 1982).
No entanto, apesar desse ajuste as crianças que consomem dietas de maior densidade energética acabam por ingerir mais energia (Brown, et al., 1995). Estudo demonstrou que a estrutura inicial do hábito alimentar da criança forma-se por volta dos dois e três anos de idade e pode influenciar esse comportamento no futuro (Skinner et al., 2002).
O manual “Dez Passos da Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos” (Ministério da Saúde, 2002a) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, e sumariza as recomendações elaboradas frente aos problemas relacionados à alimentação e nutrição de crianças menores de dois anos em todas as regiões do país, estabelecidos pelo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos (Ministério da Saúde, 2002b), e foi elaborado com finalidade de apoiar os profissionais de saúde a promover práticas alimentares saudáveis para a criança pequena, apresentando atualizações sobre o tema para o profissional e sugestões de como transmitir as orientações para as mães.
Entre os passos estabelecidos o número oito tem como objetivo retardar a introdução de alimentos de baixo valor nutricional (açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas) nos primeiros anos de vida. O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto da implementação dessa política em uma coorte de crianças do nascimento até os 12 meses de idade sobre a adesão ao passo oito e seus fatores determinantes.
Autores
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2004
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