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Adolescente: Necessidades Dietéticas e Perigos para Cardiopatias

No início da adolescência, o jovem já atingiu 80 a 85% de sua estatura, 53% de seu peso e 52% da massa esquelética final. Nestas condições, 55% das meninas e 35% dos meninos, atualmente, poderão atingir oitenta e cinco anos de idade (3).

O aumento no percentual de gordura corporal total nas meninas é 1,5 a 2 vezes maior que o dos meninos na mesma idade. Os meninos têm aumento da massa corporal magra (músculo) e do volume sangüíneo e as meninas têm menos água corporal total. O cálcio total mostra uma razão entre os sexos similar a da massa corporal magra.

Problemas nutricionais relacionados a medicamentos como anticonvulsivantes, especialmente fenitoína e o fernobarbital, interferem com o metabolismo da Vitamina D e podem levar ao raquitismo e/ou osteomalácia. A isoniazida interfere com o metabolismo da piridoxina.

Os efeitos colaterais de alguns medicamentos podem causar ingestão dietética oral insuficiente de vários nutrientes. Os esteróides contraceptivos nas meninas adolescentes diminuem os níveis séricos de vitamina C, B6, B12 e ácido fólico e aumentam níveis séricos de vitamina A, cobre e lipídeos. Deve-se ajustar a dieta de acordo com esses dados. As usuárias de dispositivo intra-uterino devem aumentar a ingestão de ferro e vitamina C para contrabalançar o aumento das perdas menstruais.

Fumar cigarros tende a provocar a redução dos níveis séricos de vitamina C. Assim, cuidar da alimentação do adolescente é um investimento para a saúde e prevenção de patologias.

Existe uma variabilidade individual entre adolescentes quanto às velocidades de crescimento físico, momento do estirão de crescimento e maturação fisiológica. Recomenda-se que a avaliação das necessidades energéticas de adolescentes seja feita a partir da avaliação do apetite, crescimento, atividade e ganho ponderal em relação à deposição de gordura subcutânea. Uma restrição da ingestão alimentar no adolescente fisicamente ativo, promove uma seqüência de eventos como: restrição no crescimento, diminuição na taxa metabólica basal e, em meninas, amenorréia.

Os aumentos nas necessidades de energia e de nutrientes como cálcio, nitrogênio e ferro durante a adolescência são determinados pelo aumento na massa corporal magra (MCM) e não pelo aumento no peso corporal, com seu conteúdo variável de gordura.

Os Levantamentos Nacionais de Exame de Saúde e Nutrição (1971-1974 e 1976-1980) revelaram que, entre todos os grupos etários, os adolescentes tinham a maior prevalência de estado nutricional “insatisfatório”. Com base em anamnese e recordatório alimentar, a ingestão de cálcio, vitamina A, vitamina C e ferro dos adolescentes tendia a ser menor que as Ingestões Diárias Recomendadas (IDR). A necessidade de ferro está aumentada nos dois sexos entre 11 e os 18 anos, a fim de sustentar a MCM e a massa de hemoglobina. Além disso, nas meninas, o ferro também é necessário para compensar as perdas menstruais.

O zinco é um elemento essencial para o crescimento do adolescente. Existem relatos, oriundos do Oriente Médio, de uma síndrome de deficiência de zinco, caracterizada por retardo do crescimento, hipogonadismo e diminuição da acuidade gustativa (1).

As características dos hábitos alimentares de adolescentes são: (1) uma maior tendência para pular refeições, especialmente o café da manhã e o almoço; (2) lanches, especialmente doces; (3) consumo inadequado de fast food; (4) dietas de emagrecimento; (5) refrigerantes, café, chá e bebidas alcoólicas freqüentemente substituindo o leite e os sucos e (6) comprar e preparar mais alimentos para si mesmos.

Alguns padrões de comportamento relacionados a alimentação são explicados pela independência recém-conquistada e pela agenda ocupada do adolescente, sua dificuldade em aceitar os valores existentes, insatisfação com a imagem corporal, busca de auto-identidade, desejo de aceitação pelos amigos e necessidade de enquadrar-se no estilo de vida adolescente.

A adolescência é um período de maturação tanto para o organismo como para a mente, acontecendo um crescimento emocional e intelectual, de forma bastante rápida. O adolescente passa a ser capaz de realizar “deveres da adolescência”, sendo que muitos desses deveres têm implicações para o bem estar nutricional.
O distúrbio emocional dos mesmos comumente afeta os hábitos alimentares e com freqüência se sentem desconfortáveis com seus corpos que mudam rapidamente.

O desejo de mudar a taxa de crescimento ou as proporções corpóreas pode levar os adolescentes a manipulações dietéticas que podem ter conseqüências negativas e serem sujeitos a exploração por interesses comerciais.

Autores

Alaíde Ignêz de Almeida Rego Discente do Curso de Graduação em Nutrição – UFAL
Dra. Ana Cristina Quixabeira Rosa e Silva Nutricionista, Chefe do Serviço de Nutrição e Dietética da Clínica Santa Juliana - Maceió, Membro da Equipe de EmergênciaDr. Aramando Lages - Maceió, Mestre em Tecnologia de Alimentos - UFPB

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2000

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