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31 de maio: Dia Mundial Sem Tabaco

1) O que será celebrado no dia 31 de maio pela OMS?
No dia 31 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) celebra o Dia Mundial Sem Tabaco. Neste ano, as comemorações alusivas à data terão como tema “A Saúde no Controle do Tabaco”, que abordará a importância dos profissionais de saúde no controle do tabagismo.

2) Que ações estão sendo desenvolvidas no Brasil para o controle do Tabaco?
No Brasil, o Ministério da Saúde se movimenta para conseguir a aprovação no Senado da convenção que irá definir as regras para controle do tabaco no País. Para isso, elaborou uma cartilha que será distribuída entre os senadores com o objetivo de esclarecer dúvidas e alertar para a importância da ratificação do acordo. O governo já iniciou também uma campanha maciça, com anúncios de rádio e internet, para combater o consumo de tabaco no País.

3) O tabagismo é um problema de saúde pública?
O tabagismo é um problema de saúde pública que a cada ano mobiliza mais e mais camadas da sociedade. Entre as doenças mais comuns associadas ao tabaco estão a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que hoje mata mais de três brasileiros a cada hora, além de outras tão graves quanto, como os cânceres de pulmão, de boca, gastrointestinal, entre muitos outros.

A DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é um problema de caráter progressivo que se caracteriza pela presença de sintomas respiratórios crônicos (tosse, produção de catarro e falta de ar). Segundo o Gold – Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, um programa mundial que atua com o objetivo de sistematizar, padronizar e orientar o diagnóstico e tratamento da DPOC, a sigla se traduz na nova nomenclatura para classificar tanto a bronquite crônica, quanto o enfisema pulmonar, manifestadas conjunta ou separadamente.

4.Qual a relação entre o Tabaco e a DPOC?
O hábito de fumar cigarros é o principal fator de risco e responde por 80% a 90% do risco de desenvolvimento da DPOC. Cerca de 15% de todos os fumantes desenvolvem a doença. Apesar de ser a principal causa, o tabagismo não é o único risco. Populações expostas à poluição em recintos fechados devido a atividades com fogões e aquecedores à lenha ou carvão correm risco.

A variedade de poeiras suspensas no ar também aumenta o risco de DPOC, tal como a poluição do ar. A hereditariedade é ainda um outro fator de risco.
Embora a maioria dos estudos mostre uma prevalência maior de DPOC entre homens, hoje o número de mulheres fumantes aumentou, assim o risco de desenvolver a doença é equivalente ao do grupo masculino.

5) A DPOC chega a matar três Brasileiros por hora?
A DPOC chega a matar 30 mil pessoas por ano*, no Brasil. Isso significa que, a cada hora, morrem mais de três pessoas no País devido à doença. A DPOC atinge aproximadamente 5,5 milhões de brasileiros* e supera os índices de óbito por acidente de trânsito* (29.640 óbitos) e pneumonia* (29.345 óbitos). Uma das complicações da doença é a limitação das atividades diárias. O paciente chega a ter dificuldade nas rotinas básicas, como tomar banho, alimentar-se, caminhar e até conversar. A doença é muito grave.

O indivíduo passa a depender da ajuda de familiares para exercer essas atividades. Isso ocorre, devido à perda da capacidade pulmonar do paciente. Uma das conseqüências da DPOC são as internações freqüentes causadas pela piora do quadro conhecida como exacerbação. Por esta razão, a DPOC gera um forte impacto econômico para o governo, uma vez que a necessidade de internações é freqüente. Segundo dados do Datasus, em 2001, o governo gastou R$ 100 milhões com pacientes internados pela doença, o dobro dos gastos com internações por pneumonia, além de provocar mais de 200 mil internações por ano, ausência ao trabalho, morte prematura, custos adicionais para a família, paciente ou responsável.

Autor

Dr. José Jardim Pneumologista e Professor de Pneumologia da Unifesp - Universidade Federal de São Paulo

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