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Educação Nutricional: Colocando a Ciência na Prática

Nutrição nas Academias: Desafio Biológico ou Cultural?

O fenômeno "being physical" tem sido erroneamente associado com o "boom" das academias nas duas últimas décadas. O "being physical" foi inicialmente proposto como "being healthy", pelo Instituto Nacional de Saúde americano (NIH) após conscientização que era mais barato investir em campanha de motivação da prática esportiva que custear pontes de safena de pacientes habitualmente sedentários.

As academias pegaram bem esse gancho, maquiaram sua aparência, cibernetizaram seus equipamentos e passaram a atrair também os jovens. Hoje cerca de 6 milhões de brasileiros malham, marombam e dizem suar a camisa nas mais de 9 mil academias, movimentando negócios orçados em 2 bilhões de reais por ano. Parte deste negócio envolve a venda de alimentos e derivados denominados ergogênicos pelo pressuposto, nem sempre cientificamente comprovado, de melhorar o desempenho atlético.

A escolha do alimento a ser ingerido, a quantidade adequada às necessidades, constituem angústia comum de pessoas que querem emagrecer, pessoas sem tempo para comer e o supereficiente atleta com obsessão pelo desempenho. Via de regra os 3 exemplos são sensíveis aos bombardeios da mídia, carecem de conhecimentos básicos em nutrição, se dispõem a investimentos regulares com suplementos dietéticos e, invariavelmente, têm as academias como quartel general e polo gerador de informação, conduta e opinião. O que sabem os assíduos "academiófilos" sobre nutrição básica e fundamentos da alimentação humana?

Infância: As Tendências da Educação Alimentar para a Prevenção de Patologias

A modificação que se produziu no modo de vida e nos hábitos alimentares das crianças nos últimos anos pode ser atribuída às transformações do ambiente familiar e do ambiente social. Uma quantidade bastante significativa de anúncios na televisão estimula as crianças a consumir alimentos e refrescos, principalmente alimentos de "segunda" (junk foods), com elevado grau de processamento, cujo valor nutritivo é limitado.

Esses alimentos possuem alto teor energético e tipicamente contêm grandes quantidades de gorduras (especialmente gorduras saturadas), açúcar, colesterol e sal, além de fornecerem poucos micronutrientes. É a chamada "comida da TV".

Nas crianças, os padrões alimentares estabelecem-se a partir de 1-2 anos e tendem a persistir com poucas alterações ao longo de toda vida. Portanto, é importante assegurar às crianças uma dieta tão variada quanto possível já a partir dessas idades tão precoces. Uma dieta que inclua muitos nutrientes e sabores diferentes, assim como texturas e cores, não só assegurará uma nutrição e desenvolvimento , mas também estimulará a capacidade de fazer escolhas adequadas entre diferentes alimentos.

Autores

Dra. Ana Cristina Quixabeira Rosa e Silva Nutricionista, Chefe do Serviço de Nutrição e Dietética da Clínica Santa Juliana - Maceió, Membro da Equipe de EmergênciaDr. Aramando Lages - Maceió, Mestre em Tecnologia de Alimentos - UFPB
Dra. Marcia Wilma Ferreira dos santos Nutricionista - Maceio/AL
Dra. Monica Yara G. Morelli CeMeNutri - FMUNESP
Prof. Dr. José Santarém CECAFI - FMUSP
Prof. Dr. Roberto C. Burini Prof. Titular de Patologia Clínica do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu, Pós-doutorado em Metabolismo e Nutrição no Massachusetts Institute of Tecnology, USA, Coordenador do Centro de Metabolismo e Nutrição da FMUNESP, Presidente da Comissão de Suporte Nutricional Enteral e Parenteral do HC da FMUNESP, Botucatu.
Profa. Dra. Nailza Maestá Nutricionista pós-doutoranda do Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri), Doutora pelo programa de Ginecologia da FMUNESP, Botucatu (SP), Brasil. Professora Doutora da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mai/Jun/1999