1) Com que proposta o Ministério da Saúde está está estudando a osteoporose masculina?
A Proposta é conhecer melhor a realidade da doença em homens no Brasil para poder implementar campanhas de esclarecimento
Tropeçar e cair pode trazer conseqüências desagradáveis para qualquer um. Porém, quando isso acontece em uma pessoa portadora de osteoporose, as chances de uma fratura aumentam consideravelmente. A doença traduz-se pela diminuição de cálcio nos ossos e pela desorganização de sua estrutura, tornando-os frágeis. Mesmo sendo mais comum em mulheres, esse mal também atinge os homens.
Para conhecer a realidade da doença em pessoas do sexo masculino, o Ministério da Saúde vai investir R$ 150 mil por ano no Ambulatório de Osteoporose Masculina do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro. O ambulatório é uma iniciativa pioneira no País.
A proposta é quantificar as vítimas da osteoporose masculina, estudar sua prevalência e tratar a doença.
2) Como está sendo realizado este estudo?
O trabalho teve início em março deste ano e já atendeu mais de 500 pacientes. No ambulatório, homens com mais de 50 anos são convidados a responder questionários para avaliação dos fatores de risco. Em seguida, são submetidos ao teste de densitometria óssea para diagnóstico da doença.
O exame é feito em 15 minutos, é indolor e é o melhor método de diagnóstico. Se for detectada a doença, o paciente passa a ser tratado no Into, gratuitamente.
Os resultados nesse período revelaram que existe grande número de pacientes portadores de osteopenia, estágio intermediário da doença, quando há a diminuição da massa óssea, mas ainda sem a presença da osteoporose.
Os resultados parciais da pesquisa realizada no primeiro ambulatório de osteoporose masculina do Brasil serão apresentados ao Ministério da Saúde em outubro deste ano. Com base no material, serão implementadas ações de prevenção e controle da doença em homens.
3)Quais são as Conseqüências da osteoporose masculina?
Não existe grande diferença na osteoporose em pessoas do sexo masculino e do feminino. A mais significativa é que a mortalidade em decorrência da fratura de fêmur – manifestação mais grave da doença – é de 17% em mulheres e chega a 30% em homens. Supõe-se que isso acontece porque, nas mulheres, a fratura ocorre quando são mais jovens, sendo portadoras de um menor número de doenças associadas.
A doença não provoca sintomas.
Com a osteoporose, ocorre uma diminuição da qualidade do osso, com um conseqüente aumento do risco de fraturas, que ocorrem mesmo em impactos sem maiores conseqüências para uma pessoa sem a doença. Em desenvolvimento desde a infância, a massa óssea atinge seu pico na terceira década de vida (entre 20 e 30 anos).
A fratura, em especial do fêmur, é o principal problema da osteoporose. Nos Estados Unidos, por exemplo, são registradas 1,5 milhão de fraturas por ano devido à doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta dos 65 anos de idade, um quarto das mulheres deve ter osteoporose e mais de 70% vão desenvolvê-la após os 80 anos.
A população feminina tem mais chances de ter a doença do que a masculina. A diferença da sua ocorrência chega a ser de um homem para cada três mulheres. Outro fator relacionado com o aparecimento da osteoporose é a etnia. É mais freqüente em pessoas brancas e asiáticas do que em negros.
Existe também o fator de hereditariedade. As pessoas com parentes próximos vítimas da doença têm mais probabilidade de desenvolvê-la. A velhice também é considerada um forte fator de risco. Isso não que dizer que todos os idosos vão ter a doença, mas eles têm mais risco do que os jovens. Ele ressalta ainda que pessoas magras são mais atingidas.
Nas mulheres, a grande vilã da osteoporose é a menopausa. Isso porque durante esse período há uma diminuição da produção de estrogênio, hormônio responsável pela formação óssea. Há uma parada súbita da produção de hormônios, o que leva à aceleração da osteoporose.
Em alguns casos, os médicos receitam a reposição hormonal para mulheres que apresentam a síndrome da menopausa (calores e irritações). Tal procedimento ajuda a desacelerar a doença. É preciso destacar que os hormônios não são usados especificamente para o combate da osteoporose, mas para outras finalidades. Se a mulher não for candidata ao uso de hormônios, existem outros medicamentos indicados para o controle da osteoporose.
4)Exercícios e ingestão de cálcio previnem a doença?
A prevenção da osteoporose está diretamente ligada à formação da massa óssea de uma pessoa. O pico de massa óssea – ou seja, o máximo que o indivíduo é capaz de desenvolver durante a sua vida – pode ser atingido até os 30 anos. Isso é obtido com exposição solar regular, exercícios físicos e ingestão de cálcio e vitamina D de forma adequada. Se não se ingere esses nutrientes na quantidade ideal para o organismo e não faz exercícios, tem mais chances de chegar aos 50 anos de idade numa situação de osteopenia.
A ingestão ideal de cálcio é entre 1.000 e 1.500 miligramas por dia. Sua principal fonte é o leite. Uma mulher na faixa acima de 51 anos precisa de 1.200 mg de cálcio por dia, quantidade de quatro copos de 200 ml de leite. O cálcio também é encontrado em vegetais verdes como couve e brócolis, mas esses alimentos possuem outros componentes que reduzem a sua absorção. Por isso, a fonte animal deve ser privilegiada, como o leite e seus derivados.
Já a vitamina D pode ser obtida por exposição ao sol – cerca de 15 minutos diários – ou por meio de medicamentos. Em relação aos exercícios, o mais indicado é a caminhada, pois causa impacto nos ossos.As atividades físicas que auxiliam na prevenção da osteoporose são aquelas que agem contra a gravidade. Exercícios na piscina, por exemplo, não funcionam, pois é preciso que haja um certo impacto para estimular o desenvolvimento da massa óssea.
Alguns medicamentos estão relacionados com o desenvolvimento da doença. Os principais são cortisona e remédios para epilepsia. Doenças como artrite reumatóide, hipertireoidismo e hiperparatireoidismo também estão relacionadas com as causas da osteoporose. Outros fatores que ajudam a desenvolver a doença são o fumo e o excesso de álcool (mais de duas doses diárias).
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