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Diabetes Infantil tem Manifestação Silenciosa e Pode Ser Diagnosticada Desde a Adolescência

1) Qual é a incidência do diabetes na população?
Cerca de 10% da população brasileira sofre de diabetes. A doença ocorre em duas formas básicas: o tipo 1, que afeta crianças e adolescentes e representa entre 5% e 10% do total dos portadores do problema, e o tipo 2, mais comum, que atinge adultos. Em geral, esta segunda modalidade afeta pessoas com mais de 40 anos.

2) A doença está com uma incidência aumentada em crianças e adolescentes?
Embora não existem estatísticas que revelem a incidência exata, nos últimos anos, os especialistas têm observado que a doença tem afetado cada vez mais, crianças e adolescentes. Nos últimos cinco anos, crianças com idade a partir de 10 anos manifestaram diabetes do tipo 2.

Nos Estados Unidos, este índice é absurdo, há um maior número de crianças obesas, o que contribui com a incidência do problema. Embora esta doença seja decorrente de herança genética, a obesidade aumenta a resistência à insulina - o hormônio que abre as portas das células para a glicose entrar, ou seja, o açúcar sobra no sangue e aí vem o diabetes

3)Como detectar se a criança está com diabetes?
Se a criança passa a beber muita água e urina em demasia, estes sintomas não podem passar desapercebidos. Quando a criança tem por volta de cinco anos, os pais devem valorizar estes indícios. A perda de peso excessivo também é um sinal. O diabetes manifesta-se em silêncio. Alguns exames são necessários para confirmar a presença da doença. O tratamento não é difícil. A criança precisa de uma dieta rica em fibras e pobre em açúcar, com seis refeições ao dia. Para o controle diário do diabetes, os pais contam com o auxílio do glicocímetro.

O aparelho faz a leitura e registra, no visor, o valor da glicemia - a quantia de glicose no sangue. Com uma picadinha na ponta do dedo, a criança molha com o sangue uma fitinha que é colocada no aparelho. Esta medida ajusta as doses necessárias de insulina. O controle é feito em média de duas a quatro vezes ao dia, dependendo do estágio da doença. No Brasil, ainda não possuímos um índice alarmante. Podemos atingir altos índices se os maus hábitos alimentares, que crescem a cada dia, persistirem.

4) Quais são as Complicações da doença?
Como toda doença, o diabetes infantil também pode apresentar complicações. Dentre elas, há o problema agudo, que é a variação de glicemia. A hiperglicemia – elevação da taxa de glicose no sangue -, leva a criança a uma vontade absurda de beber água. Já a hipoglicemia – queda da taxa de glicose no sangue-, geralmente que se apresenta em crianças superativas que queimam a glicose em demasia, causa tremores, deixa as mãos geladas e suadas e provoca confusão mental, mesmo durante o tratamento.

As complicações crônicas estão ligadas à glicemia alta. O paciente pode ter retinopatia progressiva (infecção na retina, globo ocular, que pode levar a cegueira) e apresentar também uma lesão que se manifesta de forma gradativa no rim. Além de pressão elevada, dor e sensibilidade nos pontos periféricos.

Autor

Dr. Luiz Eduardo Calliari Endocrinologista Pediátrico do Hospital e Maternidade São Luiz

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