1). Estima-se que 10 milhões de brasileiros sofram de osteoporose. Como a doença aparece?
A Osteoporose é uma doença caracterizada pela redução da massa óssea e pela deterioração da micro-arquitetura do tecido ósseo, levando a um aumento de fragilidade óssea e, consequentemente, de fraturas.
2). É verdade que o osso é constantemente renovado? Como isso ocorre e a partir de que idade essa renovação passa a ser mais lenta?
É verdade. O esqueleto é composto por dois tipos de ossos: o cortical e o trabecular. O osso cortical é responsável por 80% da massa óssea total, e o osso trabecular forma os 20% restantes, constituindo os corpos vertebrais e grande parte do colo do fêmur. A cada momento, cerca de 30% da massa óssea de cada um dos nossos 206 ossos está sendo continuamente renovada, sem prejuízo para a massa óssea total. Esse fenômeno ocorre através das unidades de remodelação óssea, presentes principalmente no osso trabecular.
Enquanto o osso trabecular é renovado em 25% da sua totalidade durante o ano, somente de 2% a 3% do osso cortical é renovado. O pico de massa óssea do adulto normal é o resultado do equilíbrio entre duas células existentes no tecido ósseo: os osteoblastos (formação óssea) e os osteoclastos (reabsorção óssea). O pico de massa óssea no adulto é conseguido ao final ou logo após o esqueleto ter atingido seu crescimento linear. Este pico é chamado de massa óssea crítica. Perto dos 15 anos de idade, as meninas já adquiriram cerca de 90% do seu pico de massa óssea, completando-o até os 30 anos. Na menopausa, entretanto, é que a perda de massa óssea se acelera.
3). Sexo, raça, idade e hereditariedade são fatores que contam para o aparecimento da doença? De que forma?
São fatores de risco, sim. Quanto ao sexo, a osteoporose é quatro vezes mais comum em mulheres do que em homens. Dados do IBGE apontam que 54% da população brasileira é composta por mulheres; cerca de 88 milhões de pessoas. De 26 milhões a 30 milhões de mulheres têm mais de 50 anos de idade e 10 milhões têm mais de 60 anos. Aos 50 anos, a relação de fraturas osteoporóticas entre o sexo feminino e o masculino é de 6 para 1. Aos 70 anos, essa relação diminui para 2:1.
Pode-se considerar que uma em cada cinco mulheres acima dos 50 anos será vítima de fratura durante o ano, seja de fêmur, de vértebra ou punho. A idade é um fator determinante de massa óssea em ambos os sexos. A partir dos 35 anos, a mulher pode começar a perder massa óssea. Certamente, a partir dos 45 anos, a perda é mais acentuada. A raça negra apresenta um risco menor de osteoporose, quando comparada à branca e à oriental, que também apresenta um alto risco. A massa óssea é determinada em cerca de 70% por fatores genéticos – genes receptores de vitamina D, calcitonina, estrógeno e colágeno.
4). E o fumo, o álcool e o café – eles representam um aumento de risco?
O fumo, o álcool e o café, embora sendo fatores menores, aumentam o risco de osteoporose. O sedentarismo, o estresse e a baixa ingestão de cálcio também são fatores contribuintes. Se a pessoa nada pode fazer quanto aos fatores genéticos, ao menos pode adquirir hábitos saudáveis. O fumo leva a uma diminuição de massa óssea corporal, principalmente na coluna vertebral. O álcool põe em risco principalmente a região do fêmur.
5). Na mulher, a menopausa é um fator importante? E no homem, o que acontece?
Os estrógenos atuam na remodelação óssea, inibindo a sua reabsorção. Parecem influir também na formação de vitamina D, estimulando, assim, uma maior absorção de cálcio. Se a mulher passar pela menopausa antes dos 45 anos, suas chances de desenvolver osteoporose aumentam. Algumas perdem de 10% a 15% da massa óssea nos primeiros oito anos após a menopausa. Geralmente, o problema se inicia pela coluna vertebral. A osteoporose no homem ocorre por alterações no gene do colágeno, em conjunto com o hormônio do crescimento.
6) Tratamentos contra o câncer ou doenças crônicas nos rins e pulmões podem favorecer o aparecimento de osteoporose?
Certos medicamentos utilizados em tratamentos de combate ao câncer ou a outras doenças induzem à osteoporose. São os casos dos corticóides, heparina cádmio, lítio, ainticonvulsivantes, citostáticos ou alumínio.
7). Então, nossos jovens no futuro engrossarão ainda mais as estatísticas de osteoporose?
Levando-se em conta que a massa óssea crítica é determinada em 90% perto dos 14 ou 15 anos, se essas adolescentes chegarem à vida adulta com menor massa óssea, é maior a chance de terem osteoporose. Esses resultados implicam diretamente em melhorar os hábitos alimentares e a saúde das crianças.
8). A partir de quando a preocupação em prevenir a doença deve mobilizar o paciente?
Na verdade, as mães devem se preocupar com seus bebês ainda durante a gestação, mantendo uma ingestão adequada de cálcio. A quantidade de massa óssea que a pessoa tiver aos 35 anos poderá determinar se ela terá ou não osteoporose aos 65. Portanto, é importante, aos 35 anos, quantificar a massa óssea, principalmente em pacientes com fatores de risco aumentado.
9). Existem outros exames, além da densitometria óssea, capazes de fazer um diagnóstico preciso?
A densitometria óssea é feita por absorciometria, por raio-x de dupla energia, e define a densidade mineral óssea. Os conceitos de osteoporose baseiam-se na comparação entre as informações do paciente com dados de um adulto jovem saudável. Essas comparações são expressas em desvios-padrão (T-scores). Há também a ultra-sonometria óssea. São ondas de ultra-som, vibrações mecânicas, aplicadas ao tecido ósseo com o objetivo de avaliar suas propriedades físicas. Pode ser realizada no calcâneo, na tíbia, rádio, patela ou falanges, locais onde existem poucos tecidos moles.
10). Sabe-se que a osteoporose pode levar a fraturas, corcunda e diminuição da altura. Quais os outros efeitos colaterais a que o paciente está sujeito em caso de estar tomando medicamentos?
Em geral, são as seguintes alterações biomecânicas relevantes para o diagnóstico de osteoporose: diminuição de estatura, enfisematização da caixa torácica, diminuição das condições ventilatórias, hipotrofia muscular, obstipação crônica, alterações na marcha e equilíbrio
11). Quais são as opções farmacológicas no tratamento de osteoporose?
Algumas opções são a terapia de reposição hormonal, terapia de reposição estrogênica, bifosfonatos, moduladores seletivos dos receptores de estregênio, hormônios polipeptídeos
12) Como deve ser a alimentação para prevenção e tratamento da osteoporose?
A massa óssea crítica é determinada em 90% ao redor dos 14 ou 15 anos, se o jovem chegar na vida adulta com uma menor massa óssea, a chance de desenvolver osteoporosse é maior. Estes resultados tem implicações nas diretrizes de melhorar os hábitos alimentares e a saúde das crianças.
O leite e seus derivados são os alimentos que contêm mais cálcio, devemos ingerir aproximadamente 3 copos de leite por dia, adultos e crianças, a ingestão deve variar de 600 a 1000 mg/ dia. Existem outros alimentos ricos em cálcio tais como : 2 sardinhas tem uma quantidade maior de cálcio do que 1 iogurte , que por sua vez tem mais cálcio do que 1 copo de leite. Outros alimentos são : salmão , atum ( mesmo em lata conservado em água), ostras, brocolis (1 pires) , damasco seco (1 pires) ou 1 pires de figo seco. Além do cálcio , necessitamos para a saúde do osso : 300 mg de magnésio, 1000 mg de potássio, 1 mg de Boro, e também luteína ( um aminoácido).
Deve-se diminuir a ingestão de sódio (sal), diminuir a ingestão de carne vermelha e também de café ( até 5 ao dia).Procure tomar sol entre as 7 e 10 horas da manhã e após às 17 horas, pois o sol ajuda na transformação da vitamina D, que é fundamental para manter o cálcio nos ossos.
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