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Resgatando a Criatividade que Existe em Você

1)Como devemos estimular a criatividade no ser humano desde o nascimento?
Olho o bebê, recém-nascido, aparentemente tão indefeso e dependente dos cuidados de outros, e vejo um pesquisador. O ser humano nasce propenso a criar, com uma enorme capacidade de absorver experiências e transformá-las em base mental para a criação.

Entretanto, o que vemos a partir do inicio da chamada Educação de uma criança são ambientes construidos sobre barreiras. As barreiras são, ao mesmo tempo, mecanismos de criação de defesas ao processo natural de pesquisa, que inevitavelmente levam à redução – não da capacidade de criar - , mas de abertura dos canais de expressão da criatividade. Os processos racionais e conscientes passam a se sobrepor à livre expressão das emoções, aos sentimentos e aos processos supra-conscientes. Os pais ensinam através de uma série de “nãos", e nunca através de “experimente“...

A escola, onde o indivíduo deveria ter um espaço de crescimento centrado em seus talentos naturais , é um poderoso mecanismo de cerceamento da expressão da criatividade. A estrutura do ensino, em matérias estanques entre si , a sequência lógica dos assuntos, a metodologia pouco participativa, o baixo nivel de solicitação para pesquisa e descoberta, o estilo diferente de cada mestre, processos de avaliação centrados em padrões, e até mesmo a disposição da sala de aula, tudo enfim, tende a premiar menos a criatividade e a diferenciação e mais a capacidade de se enquadrar em modelos pré-estabelecidos.

Perde-se por tudo isso a universidade do pensamento humano. Ao lado disso, as regras e padrões sociais, baseados em leis explícitas e não explicitas, tendem a condicionar o indivíduo a comportamentos “adequados“. Valores mudam e evoluem a partir de diferenças e rebeldias, porém levam tempo.
Tendencialmente, o individuo busca se acomodar a situações mais confortáveis
Todos nós sabemos que a liberação da criatividade é o principal desafio desse milênio, quando mercados competitivos exigem diferenciação , integração, inovação e parcerias.

2)Como tornar um nutricionista ( extremamente técnico em sua formação ) num profissional criativo?
A barreira do medo do risco é muito forte.
Na cultura de nossas empresas, qualquer pessoa que pensa, conversa, ouve , visita outras áreas, outras empresas , vai ao teatro , tem um hobby , ou simplesmente pega seus pertences e vai dar uma volta quando se sente bloqueado, é olhado como “folgado“.

Sabemos que quanto mais diversificadas em sua natureza forem as atividades, mais constructos cerebrais intercambiáveis serão acrescentados e maior será a capacidade de gerar idéias inéditas.
Erros são preciosos nas organizações. Em vez de serem escondidos e punidos , são como a febre .... um sinal de alerta e motivo de diagnóstico. A transformação do erro em “estudo de caso“ é uma poderosa ferramenta de liberação do potencial criativo da equipe envolvida. Vivência em situações diferentes , profissionais e sociais, também liberam o potencial criativo.

3)Como a Criatividade entrou em sua vida Profissional?
Em 1.990, trabalhando em uma empresa metalúrgica, passando pela produção, observei que as operadoras usavam luvas de algodão que após seu uso eram jogadas no lixo.
Perguntei a um diretor por que não lavavam essas luvas , uma vez que algodão não é um material descartável. Ele estranhou minha pergunta e disse que não havia condição de lavá-las pois ficavam cheias de graxa.
Mas eu não me convenci com essa resposta e procurei saber se outras empresas montadoras e auto-peças usavam tais luvas , e se também as descartavam.

E para minha surpresa , soube que todas usavam e todas lavavam ( havia uma empresa multinacional especializa na lavagem dessas luvas). Voltei a procurar o diretor a fim de lhe contar a boa nova. E ele então me providenciou cursos sobre criatividade e após os quais passei a coordenar, por cinco anos , um grupo de criatividade na empresa , com excelentes resultados.
Através desses cursos ( 1.991 a 1.993) com eminentes especialistas em criatividade, como : Roger Von Oech e Roberto Menna Barreto , tive oportunidade de desenvolver , adequar e vivenciar essas técnicas no meu “dia a dia“ ( pessoal e profissional) .

No curso “Oficina de Criatividade”, ministrado pelo publicitário Roberto Menna Barreto, ele dizia: “Qualquer pessoa que fale sobre criatividade como algo sério, não sabe o que está falando".
Partindo deste principio, define criatividade como a criança que existe em cada um, que pode ser capaz de resolver situações jamais solucionadas por pessoas “sérias“.
Roberto propõe um pouco de “travessura mental“, um modo mais leve de enfrentar problemas e de resolvê-los de forma inédita e eficaz. É impossível falar bem sobre criatividade sem ser de algum modo polêmico. E, também, contraditório.

Vejamos um detalhe contraditório: qualquer bom texto sobre criatividade terá de ser por definição, um texto novo. Contudo, justamente para ser um bom texto sobre criatividade, ele não pode pretender ensinar nada de novo, ele só pode funcionar como algo útil, na medida em que souber dizer às pessoas o que as pessoas, no fundo, já sabem. Nessa medida é que ele se torna inovador, até libertador.

4) O que é criatividade?
Criatividade, em termos de invenção, gerência , comunicação , solução de problemas na vida pessoal e profissional , é um ato simples , trivial, intelectualmente primário.
Qualquer pessoa que fale sobre criatividade como coisa séria não sabe do que está falando.
Por que criatividade não é coisa séria? Criatividade é uma coisa risonha.

Através desse aprendizado , leituras e vivências , adequei palestras , cursos e oficinas (com dinâmicas vivenciais ), voltados para nutricionistas e/ou profissionais de outras áreas. Tais atividades permitem ao participante a exploração de novas possibilidades quanto ao seu desenvolvimento criativo, assim como estabelecer parâmetros para a resolução de problemas profissionais. Ou seja : criar para aprender x aprender criando.

5)Como são ministrados estes cursos?
Tenho ministrado essas atividades em Universidades : ( USP / São Judas / Anhembi Morumbi / Unimep ( Piracicaba ) / Unirp ( São José do Rio Preto ) ./ Hospital Edmundo Vasconcelos .( Gastroclínica )./ Grupo de Estudos Genpro.

- Empresas: Chocolates Garoto (Vitória ) / MWM , Sansuy , Mackenzie / Martin Brower ( Logistica da Cadeia Mc Donald ).
Meu objetivo principal é despertar o interesse de profissionais pela criatividade aplicando técnicas que resgatam esse talento nato no ser humano como:
Brincando com os problemas: Criatividade é algo que só pode partir da criança que existe em todos nós ( em alguns um pouco mais aflorada e livre ). É a “nossa criança“ - irreverente, gozadora , sensual , risonha, espontânea, descompromissada, curiosa , irresponsável - que curte, se diverte e se expressa, quando produzimos algo criativo – isto é , quando resolvemos um problema de forma inédita !

Qualquer pessoa pode criar – isso é trivial – bastando apenas conseguir um estado de espírito correto: bastando saber se defender dos “bloqueios mentais” adquiridos ao longo da vida, dos padrões culturais, das normas limitativas de pensamento, das sutis imposições das pessoas “sérias “. Pelo menos, face a problemas que tais pessoas sérias não estão conseguindo resolver.
Saber quando nossos ilustres personagens internos devem entrar ou sair de cena (Explorador / Artista / Juiz / Guerreiro).

Grande parte dos problemas que chegam a nós são situações que nos chegam tolhidas, emaranhadas pelos cordões dessa “seriedade “.
Problemas que engordam, dia após dia, comprimidos por valores que são muito bons em muitas ocasiões - a lógica , a dedução, o cálculo, os parâmetros técnicos , a tradição, a “cultura de empresa“ ou mesmo o bom senso – mas que quase nunca permitem qualquer conquista inovadora.

6)Quais são as suas recomendações para que o profissional desenvolva sua criatividade?
Criatividade é a resposta de nossa “criança“ á pressão de tais problemas ! SÓ ISSO !
Problemas que não a fazem sentir-se esmagada ou assustada perante eles , nem tampouco revoltar-se por ter de enfrentá-los e nem, por fim, a levam a ruminá-los “técnicamente", como um computador ( máquina reconhecidamente veloz e imbecil ).

Mas ao contrário, problemas que sugerem ao indivíduo, intimamente, uma oportunidade de brincar, de se divertir com seu desafio. De não levá-lo DEMASIADAMENTE a sério. Então, nossa criança, explora e brinca, mentalmente, com problemas.
Porque , no fundo, criatividade tem algo, ainda que sutil, de traquinagem, de molecagem.
Portanto, por que não por um pouco de travessura (mental) na sua vida profissional / pessoal ?
Por que não ver seus problemas profissionais e também pessoais – pelo menos por um momento – como uma criança veria ?

Ou pelo menos, aqueles problemas que suas “técnicas“ , “métodos“ , “planejamentos estratégicos“, “abordagens científicas“ - celebradas e SÉRIAS - até hoje não resolveram ......
NADA que você possa aprender – em termos de solução de problemas – substitui a capacidade que você já tem ! ( Nasceu com ela! )
Convença-se disso!
Dando um pequeno passo adiante, diria que criatividade, em qualquer de suas manifestações, está ligada a vontade de viver!

7)Como se desenvolve o seu curso de criatividade para nutricionistas?
Desde 1.991 quando tive oportunidade de participar em vários cursos e jornadas de criatividade , aplico todas as técnicas aprendidas e através de minhas vivências (profissionais e pessoais) , passei a ministrar palestras / cursos / e “Oficina de Criatividade“ voltados para o desenvolvimento criativo de nutricionistas.

Hoje sei que criatividade nem sempre consiste em criar uma nova idéia, mas em conectar uma idéia a uma situação nova ou diferente.
O pensamento criativo é como um caleidoscópio, revela inúmeros moldes quando girado.
Na "Oficina de Criatividade" , através do "Baralho Criativo" desenvolvo dinâmicas voltadas a :construir um clima criativo. Semear idéias.
Promover comportamentos (encorajar / reforço positivo / estimular e compartilhar idéias e estimular a equipe).
Confucio estava absolutamente certo quando disse : - “Vejo e imagino, Leio e recordo, FAÇO E APRENDO“

Autor

Dra. Helena Bernardo

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