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Amenorréia e Esporte

A incorporação da mulher ao esporte de competição foi um fenômeno relativamente tardio devido à uma séria de tabus baseados em que a mulher não estava dotada fisiológicamente para o exercício intenso e de longa duração. Também, popularmente, a atividade hormonal cíclica da mulher estava relacionada com uma séria de efeitos antagônicos – a mulher, durante a menstruação, não pode tomar banho ou lavar os cabelos, ou uma paella feita por uma mulher em plena menstruação tem muitas possibilidades de estragar – que faziam do ciclo ovulatório normal algo mágico que transcendia sua fisiologia normal cujas regras não podiam ser infringidas. Atividades “próprias dos homens” podiam não ser boas para as mulheres.

Também a imagem “graça e delicada” da mulher podia ficar afetada pela indumentária e pelo desenvolvimento muscular conseqüente do exercício intenso. Recordamos o começo do esporte no tempo da Seleção Feminina em que as jovens deviam jogar basquete com saias longas ou
no esporte de alta competição, até 1960 as mulheres não podiam correr distâncias superiores a 800 metros (duas voltas no estádio) e até 1970 elas era proibidas de participar de uma Maratona (42 km 197 mts). A estréia em uma Maratona Olímpica não aconteceu até 1984. A partir deste momento começou a se estudar a fundo as mudanças nas mulheres, produzidas pelo esporte de resistência e longa duração e, ainda que existam muitas incógnitas, chegou-se a conclusão de que as mulheres possuem uma maior capacidade para queimar gordura.

Mediante treinamento e dieta, podem melhorar seu metabolismo para utilizar a gordura como material energético, já que ela é de grande importância para as disciplinas de resistência. Além de consumir maior quantidade de gordura, as mulheres treinadas parecem sofrer menos estresse já que se desprendem de valores mais baixos de adrenalina e, além disso, apresentam uma diminuição de glicogênio muscular mais atenuado que os homens. Por outro lado, os estrógenos possuem uma ação antioxidante equiparável a da Vitamina E, fator de grande importância devido à produção de radicais livres que acontece durante o exercício. Também os estrógenos possuem ações sobre alguns neurotransmissores relacionados com a sensação de fadiga e diversos estados psíquicos. Toda esta incorporação das mulheres nos últimos anos nos esportes de competição fez com que se observe, com certa freqüência, alterações do ciclo menstrual com ou sem desmineralização esquelética.

Autor

Dr. Pere Pujol FACSM - Endocrinologista. Unidade de Nutrição do Departamento de Fisiologia do Centro de Alto Rendimento San Cugat, Barcelona

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mai/Jun/2000

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