No Brasil e no mundo é crescente a preocupação da população com a aquisição e a manutenção da qualidade de vida. Como conseqüência, observam-se alterações no estilo de vida, em especial a busca por maior atividade física e as modificações no hábito alimentar.
Essas mudanças geralmente são estimuladas e direcionadas por veículos de divulgação da mídia, como televisão, jornais, rádio, e por categorias profissionais, destacando-se a poderosa influência dos professores de educação física.
A divulgação da mídia acerca de diferentes suplementos nutricionais e seus possíveis benefícios, os quais na maioria das vezes não têm efeito comprovado cientificamente, é crescente. Este fato pode influenciar o aumento da demanda destes produtos.
Observa-se que o uso de suplementos nutricionais é feito sem a informação fundamental de que os mesmos nutrientes que são ingeridos em forma medicamentosa, muitas vezes em altas doses, poderiam ser fornecidos através de uma dieta balanceada, adaptada às necessidades geradas pela atividade física. Nota-se que o consumo de determinados nutrientes em proporções elevadas pode trazer conseqüências danosas à saúde.
Capinussú (1998), comentando sobre o papel das academias de ginástica como um local de destaque para contribuir para a qualidade de vida das pessoas, o questiona, levantando considerações quanto à formação do profissional que ali trabalham, chegando a citar que nestes estabelecimentos se pratica a “agressão à saúde”, devido às orientações inadequadas lá transmitidas. Supõe-se que os indivíduos que freqüentam academias de ginásticas sejam preocupados com a saúde, nutrição e qualidade de vida. No entanto, podem desconhecer conceitos básicos sobre nutrição.
Kazapi & Ramos (1998) mencionam a existência de muitas crenças e concepções errôneas relacionadas ao desempenho atlético. Historicamente, atletas têm utilizado uma variedade de substâncias ditas ergogênicas (tais como esteróides anabólicos, estimulantes e suplementos nutricionais), objetivando uma melhor performance física. Entretanto, a maioria dos estudos relacionados ao emprego dessas substâncias merecem alguns comentários: são realizados com atletas de alto nível; na grande maioria, diferentes estudos, quando comparados, têm resultados controversos; poucos desses estudos preocupam-se com efeitos a longo prazo, como sobrecarga de órgãos e o aparecimento de doenças como diabetes mellitus e hipertensão arterial.
Ressalta-se que freqüentadores de academias geralmente não são atletas., Rocha & Pereira (1998) analisando o consumo de suplementos nutricionais por freqüentadores de academias de ginástica, demonstram que grande parte desta população se constitui de indivíduos menores de trinta anos, profissionais liberais, prestados de serviços ou estudantes. Esta população procura a academia de ginástica com finalidades de condicionamento físico, hipertrofia muscular, emagrecimento ou mesmo lazer.
No que diz respeito ao acompanhamento nutricional, Araújo & Soares (1999), realizando pesquisa referente ao perfil de utilização de repositores protéicos nas academias de Belém – PA, verificaram que a maioria das academias desta capital não conta com o nutricionista em seu quadro técnico e que a utilização de suplementos nutricionais decorre na indicação feita por pessoas ou profissionais não habilitados, sem o devido respaldo técnico para esta conduta.
Em nosso país, o nutricionista é um profissional habilitado tecnicamente em orientar indivíduos ou coletividades quanto à nutrição e de acordo com a sua formação ética, deve comprometer-se para garantir ao ser humano condições de satisfação de suas necessidades nutricionais.
Os professores de educação física, no seu convívio diário com atletas, esportistas ou freqüentadores de academia, são requisitados para orientar a dieta ou o uso de suplementos. Questiona-se se estes profissionais detêm o conhecimentos básicos sobre estes assuntos ou se os mesmos se sentem aptos a prestarem estas orientações.
O presente estudo objetivou avaliar os conhecimentos de nutrição de acadêmicos de educação física de uma universidade e a sua postura quanto à orientação nutricional de seus futuros clientes.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2000
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