1)A atividade física eleva a sensação de bem-estar?
Estudo, apresentado como dissertação de mestrado na Unifesp, mostrou que o exercício físico, quando realizado em intensidade moderada e regularmente, pode ser utilizado como tratamento alternativo de distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão em adolescentes obesos. Já é conhecido que a atividade física eleva a sensação de bem-estar, devido ao aumento da produção do neurotransmissor serotonina. Descobrir qual a intensidade com que o exercício deve ser realizado para que esse benefício seja sentido por adolescentes obesos com depressão foi o tema de pesquisa
2) Como foi realizada a pesquisa?
Três vezes por semana, o pesquisador acompanhou 40 adolescentes com esse perfil, que foram divididos em quatro grupos distintos, por um período de três meses. O primeiro grupo, considerado controle, apenas recebeu orientação nutricional. Os outros três grupos, além da orientação nutricional, realizaram, respectivamente, recreação (atividades físicas sem controle de variáveis como duração, velocidade e mudanças na freqüência cardíaca); uma hora de bicicleta ergométrica com alta intensidade; e uma hora de bicicleta ergométrica com baixa intensidade.
Ao final de três meses verificou-se que, em todos os grupos avaliados, houve diminuição dos índices de depressão, de gordura e do peso corporal. Os melhores resultados quanto ao distúrbio psicológico foram encontrados no grupo que praticou bicicleta com baixa intensidade, com uma redução de até 45%, de acordo com questionário específico sobre depressão aplicado junto aos adolescentes estudados.
4) Quais os benefícios do exercício de baixa intensidade?
O exercício, quando realizado de forma moderada, mobiliza mais ácido graxo no organismo, utilizando-o como fonte de energia. Esse processo facilita a entrada do aminoácido triptofano, matéria-prima da serotonina, da corrente sangüínea para o cérebro, aumentando, conseqüentemente, a produção do neurotransmissor que promove a sensação de bem-estar.
5) Qual é a relação entre transtornos de humor e obesidade?
Várias pesquisas têm abordado a relação entre obesidade e transtornos de humor, devido a suas implicações no longo prazo e pelo fato de que tem havido crescimento no registro da incidência associada das duas patologias.
Dois estudos realizados no início de 2000 exemplificam bem essa preocupação. Um deles, produzido no Departamento de Pediatria da Unifesp, identificou razões emocionais em 76% dos casos de adolescentes obesos que buscaram ajuda. Outro estudo, desta vez do Departamento de Endocrinologia, mostrou que 100% dos adolescentes obesos apresentavam níveis variados de depressão e, destes, 80% já estavam com depressão grave.
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