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Efeito da Ingestão de Cafeína Sobre Série de Treinamento Aeróbio em Natação

O objetivo do presente estudo foi determinar os efeitos da ingestão de cafeína sobre a velocidade de nado e a concentração de lactato sangüíneo de nadadores competitivos em série de treinamento intervalado com características predominantemente aeróbias. Dez nadadores se submeteram a dois nados de 400 m para determinação do limiar anaeróbio (LAn) correspondente à concentração fixa de 4 mM de lactato e a duas séries de cinco nados de 400 m com 60 s de intervalo entre os nados a 98% do LAn sob a condição cafeína (Caf) (6mg/kg) e placebo (Pla). Os resultados mostraram velocidade média de nado (V400) significativamente maior e concentração de lactato sanguíneo significativamente menor para a condição Caf em relação à Pla. Desta forma, conclui-se que a cafeína parece ter efeito ergogênico sobre série de treinamento aeróbio intervalado em natação.

A cafeína (Caf) é uma das sustâncias mais consumidas em todo o mundo. Tal popularidade deve-se, provavelmente, à crença de que essa substância reduz a fadiga mental e física promovendo aumento do desempenho físico (Doherty & Smith, 2004). Esta idéia vem se consumando desde que Costill e colaboradores, no final da década de 70, iniciaram seus estudos com interesse nos possíveis efeitos da cafeína como recurso ergogênico no exercício de longa duração. Desde então, estudiosos vêm experimentando esta substância como agente modulador do desempenho para níveis distintos de performance física (MacIntosh & Wright, 1995).

Assim, um amplo número de estudos tem mostrado efeitos benéficos da ingestão de cafeína no desempenho aeróbio nos últimos anos (Bell & McLellan, 2003; Denadai & Denadai, 1998; Doherty & Smith, 2004; Doherty & Smith, 2005; Graham et al., 1998; MacIntosh & Wright, 1995; Mclellan et al., 2004). Esses estudos têm atribuído inúmeros mecanismos de ação à ingestão de cafeína, tanto de ordem central como periféricas, além de desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas tais como: estimulação do sistema nervoso central; mobilização de ácidos graxos livres e conseqüente economia do glicogênio muscular; aumento da liberação de catecolaminas; liberação de cortisol e aumento nas concentrações de Ca2+ no meio intracelular (Braga & Alves, 2000). Todavia, tais efeitos ainda são bastante controversos, visto que aparentemente outros mecanismos podem estar associados a estas ações durante diferentes tipos de exercício (Spriet, 1995).

Por este motivo, autores têm estudado os efeitos da administração de cafeína em diferentes modalidades esportivas, distâncias e intensidades de esforço (Bell et al., 1998; Bell & McLellan, 2003; Bruce et al., 2000; Denadai & Denadai, 1998; Hunter et al., 2002; MacIntosh & Wright, 1995; Santalla et al., 2001). Esses estudos apontam para a melhora do desempenho físico após a ingestão de apenas 3 a 6 mg de cafeína por kg de peso corporal e têm relatado que apesar das controvérsias encontradas na literatura, a cafeína parece ser uma substância efetiva para a melhora do desempenho desportivo.

No entanto, Braga & Alves (2000) ressaltam a falta de dados que comprovem os efeitos benéficos da ingestão de cafeína em estudos de campo, já que a maioria destes foi realizado em situações laboratoriais. Em um dos poucos estudos com essa característica, MacIntosh & Wright (1995) observaram a redução do tempo final de 1500 m de natação após a ingestão de 6 mg/kg de cafeína. Assim, poucos são os estudos que tem procurado investigar os possíveis efeitos ergogênicos da ingestão dessa substância sobre os exercícios de treinamento aeróbio de nadadores de competição.

O objetivo do presente estudo foi determinar os efeitos da ingestão de cafeína sobre a velocidade de nado e a concentração de lactato sangüíneo de nadadores competitivos em série de treinamento intervalado com características predominantemente aeróbias.

Autores

Lucas Balieiro Gabarra Profissional de Educação Física pela UNAERP, Especialista em Fisiologia do Exercício pela UFSCar.
Pedro Balikian Júnior Doutor em Fisiologia pela UNICAMP, Docente Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Laboratório de Fisiologia do Exercício da UNOESTE
Rafael Deminice Profissional de Educação Física pela UNESP/Bauru, Especialista em Fisiologia do Exercício pela UFSCar, aluno do Curso de Especialização em Nutrição do HCFMRP/USP

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2005


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