1) Exagerar nos exercícios físicos pode prejudicar a saúde tanto quanto o sedentarismo?
A síndrome do overtraining pode causar perda da iniciativa, distúrbios do sono e do apetite,cansaço permanente, alterações no rítimo menstrual, fadiga excessiva e dores persistentes.
Estar com o corpo em forma é o desejo de muitas pessoas, principalmente com a chegada do Verão. Nessa corrida frenética contra o tempo vale tudo, desde aderir a uma dieta equilibrada, entrar numa academia de ginástica, praticar atividade física em parques até contratar um personal trainer. Mas, se por um lado praticar atividade física faz bem para a saúde, por outro, o exagero acaba colocando o próprio corpo em risco.
2) Os médicos não cansam de afirmar que combater o sedentarismo é essencial para a saúde e praticar atividade física regularmente é uma forma de prevenir diversas doenças degenerativas, responsáveis por grande parte da mortalidade mundial?
Hoje em dia, a população em geral tem freqüentado academias de ginástica e parques com o intuito de melhorar a forma física, a saúde e a qualidade de vida. O modismo, determinado pela adoção de um padrão estético com pouca gordura e músculos bem definidos, tem levado as pessoas a buscarem a redução do peso corporal, o aumento da massa muscular, além do tradicional condicionamento aeróbio.
Motivadas a alcançar esses objetivos, as pessoas passam várias horas por dia e vários dias da semana realizando exercícios de alta intensidade. Outras, ainda, associam este padrão de atividade física com dietas hipocalóricas e suplementos alimentares. É possível que tais pessoas estejam realizando exercícios em excesso, ultrapassando os próprios limites e prejudicando a saúde. Esse excesso de atividade física pode desencadear a Síndrome da Fadiga Crônica, também conhecida por Síndrome do Overtrainig.
3) O que é a síndrome do overtraining?
Síndrome do Overtrainig é a situação onde há uma diminuição do desempenho do atleta gerada pelo estresse do treinamento sem um tempo necessário para a recuperação adequada do organismo. Esta situação tem se tornado muito comum entre os atletas submetidos a grandes volumes de treinamento seguidos por um tempo insuficiente de recuperação.
O overtrainig desencadeia uma série de alterações metabólicas, comprometendo os sistemas cardiovascular, neuroendócrino, imune e musculoesquelético. Alguns atletas, mesmo sabendo de suas quedas de rendimento aumentam a carga de treinamento levando a um círculo vicioso de mais fadiga e mais diminuição do desempenho.
5)O que incluem os fatores de risco?
Os fatores de risco incluem treinamento de alta intensidade com períodos de recuperação insuficiente, aumento abrupto no volume de treinamento, intervalos reduzidos entre competições e rotina monótona de treinamento, sendo essas lesões predominantes em corredores de longa distância.
6) Quais são os sintomas?
Nesta síndrome não há sintomas específicos, sendo que entre os mais freqüentes temos: perda da iniciativa, labilidade emocional, distúrbios do sono (cansaço permanente), distúrbios do apetite, alterações no ciclo menstrual, susceptibilidade aumentada a infecções, fadiga excessiva com dificuldade de recuperação entre os treinamentos, e dores persistentes desproporcionais ao nível de treinamento.
A situação de overtraining pode levar à fadiga e lesões musculares e fraturas ósseas (fraturas por estresse).
6) Como prevenir?
A prevenção deve ser feita através de uma avaliação criteriosa do atleta antes do início do treinamento, que inclui a avaliação clínica completa e exame físico criterioso, incluindo avaliação aeróbia, avaliação anaeróbia, teste de força e equilíbrio muscular, avaliação na atividade específica e determinação do gasto calórico na atividade específica. Além disso, algumas regras devem ser adotadas para o dia-a-dia do treinamento:
- Correr sobre superfícies planas e firmes, porém não muito duras;
- Evitar a utilização do mesmo par de tênis nos treinamentos quando muito gasto;
- Aquecer antes do início das corridas;
- Praticar regularmente exercícios de alongamento com atenção particular aos músculos dos membros inferiores;
- Manter um período adequado de recuperação após treinamentos longos;
- Treinar outras regiões do corpo além dos membros inferiores;
- Evitar sobrecarga nos dias de fadiga acentuada ou nos períodos de recuperação de lesões.
A preparação de um atleta para a prática esportiva deve ser global, estimulando todos os sistemas orgânicos para que estes criem adaptações melhorando o desempenho do organismo como um todo. É necessário conhecer as particularidades da atividade específica, o tempo de duração, a intensidade, o grau de exigência dos sistemas metabólicos, os grupamentos musculares solicitados, os tipos de contrações musculares e os padrões de movimento para que se possa montar um programa de exercício que satisfaça essas exigências e prepare o organismo que será submetido a um esforço intenso. Sendo assim, depois de conhecidas as condições clínicas e físicas do atleta, deve ser feito um plano de treinamento individualizado, sem que nunca tente se superar os limites que cada atleta apresenta.
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