Com o objetivo de identificar comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares em modelos adolescentes e sua relação com o consumo alimentar, foi realizado um estudo com 98 modelos de 11 a 19 anos. Para as adolescentes com sintomas de transtornos alimentares, foram avaliadas medidas antropométricas, consumo alimentar e presença de subnotificação. Para a análise estatística, os dados foram expressos em proporções e comparados por meio do teste Qui-Quadrado. Dos adolescentes analisados, 96,9% eram do sexo feminino e 25,5% indicavam comportamento de risco para o desenvolvimento de transtorno alimentar. Quanto ao consumo energético e de macronutrientes, baseado na alimentação habitual, a maioria das adolescentes não atingiram as necessidades energéticas e de lipídios recomendadas. Observou-se que 88% das modelos subnotificaram sua alimentação. O acompanhamento nutricional dever ser realizado a fim de evitar o desenvolvimento de hábitos alimentares inadequados e transtornos alimentares.
A adolescência, período de transição entre a infância e a vida adulta, é caracterizada por intensas mudanças somáticas, psicológicas e sociais, compreendendo a faixa etária dos 10 aos 19 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1995).
Neste período há maior demanda de substâncias nutritivas, interferindo na ingestão alimentar e aumentando as necessidades de nutrientes específicos (Dunker, 1999).
A supervalorização da imagem corporal em nossa sociedade tem como conseqüência o elevado número de adolescentes que cada vez mais se preocupa com a estética, tendo como padrão de beleza a magreza (Rodrigues et al, 2005).
O ato de restringir os alimentos tem início geralmente na adolescência, em resposta a uma má aceitação das mudanças corporais, principalmente do peso, associado a fatores psicológicos e ao forte apelo sociocultural do culto à magreza, o que pode predispor a um transtorno alimentar (TA) (Philippi, 2003).
O conhecimento do perfil da alimentação de adolescentes é importante para revelar comportamentos e hábitos sinalizadores dos sintomas dos TA, em especial o das modelos, que são consideradas uma população exposta a riscos nutricionais próprios da faixa etária e agravados pelo modo de vida que a profissão exige (Philippi, 2003; Rodrigues et al, 2004).
Tanto a anorexia nervosa (AN) quanto a bulimia nervosa (BN) estão intimamente relacionadas por apresentarem psicopatologia comum, preocupação excessiva com o peso e forma corporal levando à adoção de dietas extremamente restritivas ou utilização de métodos inapropriados para alcançar o corpo idealizado (Claudino, 2002).
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/2005
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