1) Qual é a prevalência global de desnutrição em pacientes com câncer?
A prevalência global de desnutrição em pacientes com câncer chega a 90% dos casos, dependendo do tipo e localização do tumor. Essa estatística é tão alta porque muitos médicos esquecem de aliar ao tratamento da doença uma dieta equilibrada. Este foi um dos pontos discutidos por especialistas no simpósio “O que há de Novo na Terapia Nutricional Oral em Câncer”, durante o II Congresso Brasileiro de Nutrição e Ganepão 2006, que aconteceu essa semana em São Paulo (SP).
A desnutrição em pacientes internados com câncer é um dos problemas decorrentes da doença e do próprio tratamento, pois os medicamentos interferem no paladar das pessoas. Tanto que o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri) mostra que essa taxa de desnutrição é quase três vezes maior que a de outros pacientes no hospital, chegando a 66,3%, contra 42,9%. No entanto, a incidência global de desnutrição em pacientes oncológicos pode chegar a 85%.
2)Como é realizado o plano de tratamento para o câncer?
O diagnóstico do câncer geralmente é marcado pelo inicio de um plano de tratamento que inclui desde cirurgias, quimioterapia ou radioterapia até a combinação de outras modalidades terapêuticas. Essas intervenções são importantes para o tratamento, mas afetam diretamente o paladar do paciente. Por isso, é importante que a parte nutricional seja pensada logo após o diagnóstico, pois a boa dieta pode ajudar na melhoria dos resultados.
3)A desnutrição pode gerar uma redução da resposta ao plano de tratamento?
A desnutrição pode gerar uma redução da resposta ao plano de tratamento, aumentar o risco de toxicidade induzida pela quimioterapia, aumento no risco de complicações pós-operatórias, entre outras. Além disso, a disgeusia, alteração no paladar, merece destaque já que é registrada em 15% a 100% dos doentes com câncer e pode se manifestar na sensação de sabor metálico, sensibilidade ou insensibilidade ao doce e intolerância ao amargo. Mais que desconforto, pode comprometer a alimentação e a suplementação oral, porque alguns pacientes chegam a ter aversão por determinados alimentos.
4) Quais são os efeitos benéficos da suplementação de ácido eicosapentaenóico (EPA)?
Recentemente, contudo, foram descobertos os efeitos benéficos da suplementação de ácido eicosapentaenóico (EPA). O acréscimo do EPA às dietas tem sido associado à redução do quadro inflamatório, controle dos fatores mobilizador de lipídios e indutor de proteólise. Além disso, tem um significante efeito imunomodulador, que contribui para o aumento da sobrevida dos pacientes.
É fundamental que os médicos não esqueçam da parte nutricional do paciente, pois a desnutrição acima de tudo, prejudica o tratamento.
Tipo ou localização do Tumor Prevalência de desnutrição (%)Estômago 65 – 85
Pâncreas 80 – 85
Esôfago 60 – 80
Cabeça e Pescoço 65 – 75
Pulmão 45 – 60
Colo / Reto 30 – 60
Urológico 10
Ginecológico 15
População com câncer em geral 30 - 90
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