Diversos suplementos à base de ervas são comercializados como ergogênicos para atletas. Entretanto, muito de nosso conhecimento com relação à eficácia dessas substâncias baseia-se em histórias e muitos dos trabalhos científicos disponíveis apresentam problemas metodológicos, como modelo experimental deficiente e uso de uma variedade de substâncias com pureza e teor suspeitos. As preparações de ervas comercialmente disponíveis podem conter ergogênicos farmacológicos proibidos. Apesar de o ginseng ter recebido considerável atenção de pesquisas, há uma escassez de estudos bem-controlados que avaliem a eficácia dos ergogênicos à base de ervas com suposto efeito no desempenho de exercícios e esportivo em seres humanos.
Futuras pesquisas exigem cuidado especial quanto ao modelo experimental, pureza do produto, doses padronizadas, adesão dos indivíduos e do teste estatístico. Muitos medicamentos à base de ervas da atualidade sobreviveram por séculos por causa do valor medicinal terapêutico (apesar de não-ergogênico) aplicável a indivíduos fisicamente ativos. Entretanto, pessoas que queiram usar suplementos à base de ervas deveriam procurar profissionais da saúde, porque nem todos os suplementos à base de ervas são seguros, principalmente quando usados em quantidades excessivas ou quando combinadas com outras ervas ou medicamentos. Além disso, muitos produtos à base de ervas comercialmente disponíveis podem não conter quantidades significativas, ou nenhum dos ingredientes ativos, além de poder conter contaminantes.
Ervas: A Teoria Ergogênica As plantas nos oferecem a maioria dos nutrientes essenciais para a vida. Além de nutrientes essenciais, as plantas consumidas como alimentos contêm substâncias naturais, chamadas de fitoquímicos. As ervas, derivadas de folhas, casca, frutas, raízes, gomas, sementes, caules ou flores de plantas, também contêm diversos fitoquímicos com suposto valor nutritivo ou medicinal e têm sido usadas como remédio em toda a história da humanidade. Winslow & Kroll (1998) relataram que as primeiras evidências do uso de plantas por seres humanos com o objetivo de curar datam do período de Neandertal e hoje vários medicamentos podem ser classificados como ervas. Assim, são reguladas como medicamentos em alguns países, como a Alemanha.
Entretanto, nos Estados Unidos, a maioria das ervas é regulamentada pela lei que regulamenta a Educação e a Saúde de Suplementos Dietéticos ? Dietary Supplement Health and Education Act ? DSHEA, mais como ingredientes de produtos alimentícios que como medicamentos. Os suplementos dietéticos à base de ervas são comercializados para pessoas fisicamente ativas por diversos motivos: aumentar a energia, induzir a perda de peso, promover o crescimento muscular ou induzir outras respostas fisiológicas ou metabólicas que podem intensificar o desempenho do exercício. Por exemplo, o SportPharm contém diversas ervas, como termadrene, ma huang, guaraná, cafeína, casca de salgueiro lilás, pimenta caiena e gengibre, e destina-se a aumentar o estado de alerta mental, estimular o metabolismo de queima de gorduras e ajudar a melhorar o desempenho físico. As bebidas esportivas e as barras de cereais também contêm ervas.
Trabalhos científicos corroboram os efeitos medicinais benéficos de ervas específicas para problemas específicos de saúde, como registrado nos documentos Herbal Medicine: Expanded Commission E Monographs (Medicina à Base de Ervas: Monografias Ampliadas da Comissão e, por Blumenthal et al., 2000) e WHO Monographs on Selected Medicinal Plants (Monografias da OMS sobre Plantas Medicinais Selecionadas, pela Organização Mundial da Saúde, 1999). No entanto, infelizmente com apenas algumas exceções, é pequeno o número de estudos científicos que examinam os efeitos ergogênicos dos suplementos dietéticos. Esta discussão destaca o que se encontra disponível com relação a estudos científicos com determinados produtos contendo ervas; outras substâncias derivadas de plantas, como a cafeína e a efedrina, serão discutidas nos próximos artigos.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2004
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