O câncer é um problema de saúde pública no mundo inteiro (Lima et al, 1993), sendo o câncer infantil a segunda causa de óbito nos países desenvolvidos e a quinta no Brasil (Lopes, 2003). Dos diferentes tipos de câncer infantil a leucemia é a doença maligna mais comum na infância, correspondendo a 30% dos casos de câncer, sendo a linfoblástica aguda responsável por 85% dos casos (Lopes, 2003).
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma doença hematológica maligna caracterizada por proliferação incontrolada de linfócitos imaduros e seus precursores (Perera et al,1987). Trata-se de uma enfermidade maligna curável, cuja taxa de mortalidade varia entre 3 - 5% (Quintana et al, 1987).
As alterações metabólicas impostas pelo câncer associadas a presença das co-morbidades propiciam o surgimento da desnutrição energético - protéica (DEP) que acomete entre 8 a 32% das crianças. A DEP repercute aumentando a mortalidade, diminuindo a função imunológica e a resposta ao tratamento, interferindo negativamente na qualidade de vida destas crianças (Shibuya, 2003; Viana, 1993). O monitoramento do estado nutricional da criança é de extrema importância, pois elas apresentam aumento das necessidades nutricionais, bem como maior retenção de líquidos e menor percentual de tecido adiposo, o que as tornam mais suscetíveis à instalação rápida da DEP (Shibuya, 2003).
O estudo de Mariz-Lopez et al (1991) com 43 crianças com LLA de risco padrão, verificou que somente a desnutrição teve um impacto significativo na sobrevivência e na incidência de recaídas. A sobrevivência depois 5 anos nos eutróficos foi de 83% e de 26% para os desnutridos (p<0,001). Já as recaídas isoladas na medula óssea foram de 25% nos desnutridos e 7% nos eutróficos.
Além da DEP outro distúrbio ponderal que pode ocorrer na criança com LLA é a obesidade decorrente do ganho de peso excessivo, durante e até 4 anos após o diagnóstico da doença (Reilly et al, 1998).
Reilly et al (1998) estudando o gasto energético basal (GEB) de crianças com LLA e comparando-as com crianças normais, observaram redução significante no GEB, o que contribui para o ganho de peso corporal, mesmo quando a ingestão alimentar é menor como no caso das crianças com LLA. A obesidade é mais pronunciada nas meninas que nos meninos e surge no primeiro ano de tratamento. Algumas suposições quanto a sua etiologia têm sido feitas, tais como sua relação direta com a irradiação craniana e com uso de corticosteróides (Dongen-Melman et al, 1995).
Este trabalho objetivou avaliar o estado nutricional antropométrico de crianças com LLA nas diferentes fases do tratamento.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/2006
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