1) Como se caracteriza o refluxo?
Cerca de 90% dos bebês regurgitam ou refluem desde o nascimento. Com o
passar dos meses, esse índice sofre uma sensível redução, chegando a
60% no final do primeiro semestre de vida e a 5% quando completam um
ano de idade.
O refluxo se caracteriza pela volta do alimento, sólido ou líquido, do
estômago para o esôfago e acontece devido a várias causas. Entre elas,
podemos enumerar a imaturidade do esfíncter esofagiano, a adoção de uma
dieta basicamente líquida, a colocação do bebê em uma postura mais
horizontal que vertical, excesso de gases, constipação intestinal e,
muitas vezes, até o uso de uma fralda muito apertada. Todos esses casos
de regurgitação chamados de "refluxos fisiológicos" são naturais e
fazem parte do desenvolvimento infantil.
2) Quando o refluxo gastroesofágico é considerado doença?
O refluxo gastroesofágico é considerado doença quando, na presença ou
não dos vômitos e regurgitações, a criança começa a ter problemas no
desenvolvimento, crescimento e outros distúrbios conseqüentes ao
refluxo como pneumonias, otites e laringites de repetição, sempre
lembrando os casos de bebês com chiado no peito que não melhoram com a
medicação específica para esse problema". Há casos em que os freqüentes
refluxos ácidos do estômago para o esôfago chegam a evoluir para uma
inflamação denominada esofagite.
As crianças que apresentam a doença do refluxo gastroesofágico podem
não ganhar ou até mesmo perderem peso e param de crescer. Além disso,
podem apresentar sintomas como irritabilidade, choro persistente,
dificuldade para dormir, recusa de alimentos ou complicações
relacionadas ao nariz, ouvido, seios da face e garganta. Em casos mais
graves, podem apresentar uma apnéia (parada respiratória) ou aspirar o
próprio material gástrico refluído para os pulmões, progredindo para
uma pneumonia aspirativa. Os sintomas que sugerem a presença de
aspiração pulmonar são o chiado no peito e a falta de ar.
Nas crianças mais velhas, as manifestações clínicas do refluxo
gastroesofágico são de dor ou sensação de queimação no peito que se
move até o pescoço (azia), gosto ácido ou amargo na boca, vômitos,
episódios de tosse, arrotos e dor ao engolir o alimento.
O refluxo fisiológico melhora a partir do segundo semestre de vida,
quando a criança inicia a alimentação pastosa, e tende a desaparecer
até um a dois anos de idade. Quanto à doença do refluxo
gastroesofágico, sua evolução e controle dependem de medidas
terapêuticas a serem instituídas pelo médico além de alguns cuidados
que podem melhorar bastante o problema.
3) Que cuidados podem melhorar o problema?
É importante que a criança seja colocada no colo, com a coluna ereta,
como se estivesse em pé, para arrotar depois de alimentada por pelo
menos meia hora antes de deitá-la.
Fracionar a alimentação para que o estômago não distenda e o refluxo
seja evitado é outro cuidado que se deve ter com a criança. A
quantidade de alimento deve ser menor a cada vez e distribuída em mais
vezes ao dia. Alguns alimentos devem ser evitados em crianças maiores,
como gorduras, frituras, chocolate, sucos cítricos (ácidos), café,
refrigerante e iogurte.
Outra dica da médica especialista é manter a cabeceira do berço ou da
cama elevada para que a ação da gravidade ajude o esvaziamento
gástrico. Outra posição boa para manter o bebê, segundo ela, é
colocá-lo de lado e em cima do braço esquerdo.
4) Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico é eminentemente clínico, e somente para casos que não
respondem ao teste terapêutico é que o médico irá solicitar os exames
complementares. O refluxo gastroesofágico é tratado com medicações que
auxiliam no esvaziamento gástrico (procinéticos) e medicações que
neutralizam a acidez da substância do estômago
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