1)A gordura abdominal aumenta risco de infarte?
A maioria dos pacientes e até mesmo alguns médicos, não sabe que o aumento da medida da circunferência da cintura é um importante fator de risco para doenças cardíacas - que matam 17 milhões de pessoas todos os anos no mundo. No Brasil, quem fuma tem 4,3 vezes mais chances de um infarto no miocárdio comparado àqueles que se mantêm longe do tabagismo. Um homem com circunferência abdominal maior ou igual a 94 cm possui 3,25 vezes mais risco do que aqueles abaixo dessa medida. Estudos indicam que uma perda de 10% no peso pode proporcionar redução de até 30% na gordura abdominal. Uma cintura de mais 80 cm para as mulheres e mais de 94 cm para os homens representa um risco maior de doenças cardiovasculares.
2)Como são calculados o sobrepeso e Obesidade?
O sobrepeso e a obesidade são calculados pelo índice de massa corporal (IMC), obtido pela divisão do peso em quilos pela altura em metros ao quadrado. Um IMC acima de 25 representa sobrepeso e acima de 30, obesidade. Mas a circunferência da cintura tem se mostrado um indicador mais preciso, porque também está ligada a outros fatores de risco como o colesterol alto, a diabete tipo II e a hipertensão.
3)Médicos e pacientes conhecem os problemas sobre a relação entre obesidade abdominal e doenças cardiovasculares?
Mais de 16 mil pessoas de 27 países, inclusive o Brasil, participaram em julho de uma pesquisa pela Shape of the Nations – com o apoio da Federação Mundial de Cardiologia (World Heart Federation - WHF). O levantamento procurou avaliar o grau de conhecimento de médicos e pacientes sobre a relação entre obesidade abdominal e problemas cardiovasculares: 66% das pessoas acreditam ter medidas saudáveis; 16% levam em consideração o tamanho das roupas; 10% chegam a essa conclusão olhando-se no espelho; 6% recorrem aos cálculos do índice de massa corpórea (IMC) e apenas 1% mede a circunferência da cintura. A distribuição de gordura no corpo segue dois padrões: forma de maçã (a gordura fica acumulada no abdômen) e forma de pêra (caracterizada pela deposição de gordura nos quadris). Para se ter idéia, a medida da circunferência abdominal (feita com uma simples fita métrica) é considerada hoje pelos especialistas uma indicação mais precisa do que o índice de massa corpórea (o IMC calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado). Trata-se de uma ferramenta efetiva para identificar indivíduos sob risco cardiovascular. E apesar dos avanços terapêuticos, a DCV - Doença Coronariana Vascular -, permanece como a principal causa de morte no planeta.
Os distúrbios cardíacos ou o acidente vascular cerebral (AVC) são responsáveis a cada ano por 17 milhões de mortes, ou seja, um terço dos óbitos no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a previsão até 2010 é de que a doença cardíaca será a principal causa de óbito nos países desenvolvidos. Um outro fator que contribui para a epidemia da DCV é a prevalência de diabetes - que até o ano de 2025, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes deve aumentar cerca de 72%.
O conjunto de fatores de risco que associados elevam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes, além de aumentar a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes é chamado de Síndrome Metabólica (SM). Nos Estados Unidos estima-se que 24% da população adulta seja portadora de SM e que aproximadamente 50 a 60% dos americanos com mais de cinqüenta anos também façam parte dessa preocupante população de alto risco cardiovascular. Alguns fatores contribuem para o aparecimento da SM: os genéticos, o excesso de peso (especialmente na região abdominal) e a vida sedentária.
4)Quais são suas dicas para o controle da Obesidade abdominal?
1. Para adultos, uma caminhada de 30 minutos por dia ajuda a reduzir os riscos de DCV;
2. Crianças podem ter 60 minutos de atividade física diária;
3. Procure ajuda de pessoas incentivadoras que participem com você ou mesmo lembrem sobre a importância da prática de exercícios;
4. Reduza o tempo que você e sua família passam diante da televisão ou do computador;
5. Exercícios físicos e dietas são considerados terapia de primeira escolha podendo levar a uma redução expressiva da circunferência abdominal;
6. Antes de dar início a qualquer programa de exercício ou reeducação alimentar, consulte seu médico;
7. Para medir corretamente o abdômen: pegue a fita métrica, tire a camisa e afrouxe o cinto; posicione a fita métrica entre a borda inferior das costelas e a borda superior do quadril. Relaxe o abdômen e expire no momento de medir;
Um alerta: a gordura abdominal é reconhecida por 58% dos médicos como fator de risco significativo para doença cardíaca. No entanto, 45% reportaram nunca ter medido circunferência da cintura de seus pacientes. 59% dos pacientes sob risco de doença cardíaca dizem que nunca foram informados por seus médicos sobre a relação entre gordura abdominal e aumento no risco de desenvolver doenças cardíacas. Atualmente a maioria da população parece estar mais focada no peso do que no excesso de gordura abdominal: no Brasil, 66% dos entrevistados controlam seu peso por meio de balança, comparados aos 6% que calculam seu IMC e a 1% que mede a circunferência abdominal. Em média, 46% das pessoas que passaram nos serviços de atendimento médico primário no Brasil estão acima do peso ou obesas, contra 54% registradas no México e uma média de 38% nos países europeus.
5) Dê um exemplo de como poderemos calcular o IMC
Para fazer o cálculo do IMC basta dividir seu peso em quilogramas pela altura ao quadrado (em metros). O número que será gerado deve ser comparado aos valores para saber se você está abaixo, em seu peso ideal ou acima do peso:
Tabela IMC:
IMC - Situação
Abaixo de 18,5 - abaixo do peso ideal
Entre 18,5 e 24,9 - peso normal
Entre 25,0 e 29,9 - acima de seu peso (sobrepeso)
Entre 30,0 e 34,9 - Obesidade grau I
Entre 35,0 e 39,9 - Obesidade grau II
40,0 e acima - Obesidade grau III
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