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CÂNCER DE PULMÃO

1)O que é câncer de pulmão?

Dos tumores malignos, o câncer de pulmão é o mais comum e apresenta um aumento anual de 2% na sua incidência mundial.

2)Como se desenvolve?

O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão é o tabagismo. Ele é responsável por 90% dos casos desse tumor. Mais homens que mulheres desenvolvem o câncer de pulmão, mas o número de casos em mulheres está aumentando.

Essa neoplasia pulmonar pode também ser causada por químicos - arsênico, asbesto, berílio, radônio, níquel, cromo, cádmio e cloreto de vinila - encontrados principalmente no ambiente ocupacional.

Às vezes, essa doença se desenvolve em indivíduos que nunca fumaram e a causa é desconhecida.

3)O que se sente?

Vários podem ser os sintomas de câncer de pulmão, porém alguns podem aparecer somente quando a doença se encontra em estágio mais avançado. Entre os mais comuns temos: falta de ar, tosse persistente, escarro com sangue, rouquidão, dor no tórax persistente e poderá também haver perda de peso ou apetite.

4)Como o médico realiza o diagnóstico?

Ao perceber o aparecimento de qualquer sinal ou sintoma de doença respiratória, o paciente deverá procurar um médico e este fará uma investigação onde uma radiografia de tórax poderá detectar uma lesão suspeita. Outros exames poderão ser solicitados como tomografia ou ressonância magnética de tórax.

5)Qual é o tratamento?

De acordo com o estágio da doença o médico decidirá qual a melhor forma de tratamento. Estes tumores podem ser tratados com cirurgia apenas e, em alguns casos, haverá necessidade de complementação do tratamento com quimioterapia, radioterapia ou ainda de ambas.

6)Por quê as pessoas fumam?

Até duas décadas atrás o ato de fumar estava relacionado à imagem de independência, segurança, afirmação, poder, diferencial. As mulheres se alinhavam a um "glamour" e os homens reafirmavam sua "soberania". As propagandas mostravam subliminarmente esse contexto dourado.

Atualmente sabemos que a nicotina, encontrada em todos os tipos de tabaco, é uma droga que causa dependência química. Ela é quem produz a sensação de prazer físico e psicológico.

Clinicamente a nicotina atinge o cérebro em 8 segundos, liberando várias substâncias para os neurotransmissores responsáveis por essa sensação de prazer. Essa ingestão contínua cria uma tolerância a droga, que gera no organismo uma necessidade de doses cada vez maiores.

7) O que mostram os dados estatísticos sobre o tabagismo?

Estatisticamente o tabagismo é um dos multifatores responsável por 30% das mortes por câncer, com importante incidência nos cânceres de pulmão, cabeça e pescoço, colorretal,mama e outros. Para não nos referimos apenas a área oncológica, vale lembrar que o tabaco tem direto fator nas doenças coronarianas, nas doenças pulmonares obstrutivas, nos acidentes vasculares cerebrais/AVC. Podemos relacionar também o aneurisma cerebral, as tromboses, as infecções respiratórias, as disfunções sexuais, as interferências na gravidez (aborto, baixo peso, menor tamanho do recém nascido e defeitos congênitos).

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que em 2006 os números de câncer de pulmão no Brasil, foram estimados em 17.850 ( homens) e 9.320 ( mulheres), o que corresponderá a 19 novos casos a cada 100 mil homens e 10 a cada 100 mil mulheres.

Em tempo a sobrevida média em 5 anos varia de 13% a 21% em países desenvolvidas e de 7% a 10% nos países em desenvolvimento . Portanto, podemos afirmar frente a nossa realidade brasileira, que estamos no terreno da letalidade.

Tem-se muito à falar e á prevenir sobre o uso do tabaco, tarefa essa que hoje já está bastante disceminada. A Oncoclin enquanto equipe multiprofissional, tem preocupação com esse tema por postura ética-humana, que nos torna responsável pela vida com qualidade de nossos pacientes.

O dado mais otimista de todas essas situações decorrentes do ato de fumar é que podemos ser vitoriosos quando combatemos o que nos faz mal - e isso vale também para vencermos na luta contra doenças, acreditando sempre na possibilidade da vida.

Autor

Dra. Silvana Maria Trippi Moraes Gotardo Médica especialista em Radioterapia e Oncologia pelo Hospital A.C. Camargo - Hospital do Câncer SP e Diretora médica da Oncoclin - Oncologia

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