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Saúde da mulher - O risco cardiovascular em mulheres e a cultura da falta de prevenção

1) Os países em desenvolvimento apresentam grande incidência de mortes por doenças cardiovasculares? Dados da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e Sociedades Brasileiras apontam que até 2010, as doenças cardiovasculares serão a principal causa de morte nos países em desenvolvimento. Contudo, os fatores de riscos modificáveis são responsáveis por 80% das causas de doenças cardiovasculares. 2) Este problema está crecendo entre as mulheres? No caso das mulheres, realmente é preciso fazer um alerta. A vida não é fácil para as mulheres, que com a modernização, passaram a ter um aumento nas jornadas. E muitas vezes chegam em consultórios cardiológicos preocupadas com a saúde do marido, porém, estão pouco informadas sobre os riscos que as atingem. Por isso, é importante saber que: - a maior causa de morte em mulheres é devido a doença cardiovascular, com oito milhões de mortes por ano. Este número é oito vezes maior do que o de mortes por câncer de mama; - o uso concomitante de pílula anticoncepcional e tabagismo é falta grave e pode acarretar morte súbita por embolia pulmonar; - hipertensão , tabagismo e pílula anticoncepcional é uma mistura ainda pior. Consulte seu médico; - reposição hormonal tem indicações, com começo, meio e fim, por isso evite automedicação. Informe-se com seu ginecologista; - o infarto em mulheres tem pior evolução quando comparados ao sexo oposto; - a segunda causa de morte é por câncer ginecológico; - a partir dos 50 anos, aumentam as chances de câncer de intestino. 3) O que a mulher pode fazer para prevenir estes problemas? - realizar avaliação com clínico geral ou cardiologista para rastreamento de fatores de risco para doenças cardiovasculares; - realizar consultas periódicas com seu ginecologista e seguir as recomendações sobre papanicolaou, uso adequado de método anticoncepcional, prevenção de osteoporose e medidas para aquelas que planejam uma gestação; - acima de 40 anos é fundamental fazer uma avaliação cardiológica anual. Dessa forma, realizar consultas e avaliações médicas periódicas, principalmente ginecológica e cardiológica é muito importante, principalmente, em mulheres na fase do climatério, período em que aumentam os índices de infarto. No entanto, quanto antes esta avaliação for antecipada, melhor, principalmente quando a pessoa possui histórico familiar negativo, pressão alta, tabagistas, diabéticas, obesas, entre outras.

Autor

Dra. Danielli Haddad Syllos Dezen Cardiologista, formada em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, possui ampla experiência médica em clínica geral no Hospital das Clínicas da FMUSP, em cardiologia e tabagismo no Instituto do Coração (Incor) – HCFMUSP, e também em check up e medicina preventiva. É ex-colaboradora do Ambulatório de Tabagismo do Instituto do Coração (Incor). Atua ainda como médica do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês. Além disso, Danielli Haddad já foi médica observadora do Programa de Check up Executivo da Mayo Clinic, Jacksonville, nos Estados Unidos.

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