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Proposta de Pirâmide Alimentar para o Diabético

A terapia nutricional em diabetes melito (DM) sofreu no século 20 constantes alterações. Frederick M. Allen, em 1912 desenvolveu a famosa ?Terapêutica da fome de Allen?, oferecendo 1000Kcal/dia e 10g de carboidratos (CHO)/dia, com o objetivo de manter os indivíduos vivos até que, supostamente, a insulina voltasse a tornar-se disponível. Deste modo, até o surgimento da insulina exógena, os diabéticos eram tratados com dietas muito baixas em CHO e em regime de semi-inanição.

Mesmo após a terapia com insulina, os estudiosos ainda da primeira metade do século vinte, ainda recomendavam a dieta pobre em CHO e rica em lípides, porque poucos estudos, e ainda não conclusivos, como os de Geyelin e col, Sansum e col. e Kempner e col, demonstravam os benefícios da dieta com maior aporte de glícides e menor de lípides. Entretanto, no decorrer de décadas as recomendações nutricionais indicadas pela American Diabetes Association (ADA), foram sendo modificadas à luz de novos conhecimentos, particularmente aqueles revelados pelos estudos sobre índice glicêmico de alimentos.

De dietas extremamente restritas em energia e CHO e muito ricas em gorduras e colesterol, passou-se a recomendar dietas ricas em CHO e fibras, suficiente em proteínas e restritas em gorduras saturadas e colesterol. Há muito que a individualização da terapia nutricional tem sido o ponto fundamental, dentro das recomendações de todos os órgãos voltados para DM.

Os resultados apresentados pelo ?Diabetes Complications Control Trial? (DCCT) indicaram que as pessoas que aderiram mais que 90% do tempo ao plano alimentar individualizado, tinham em média um nível de hemoglobina glicada 0,9% menor do que aqueles que apresentaram uma adesão à dieta de 45% do tempo. A terapia nutricional deve também estar focada na prevenção de complicações tardias, lembrando que a doença cardiovascular é a mais comum no diabetes do tipo 2, sendo as anormalidades das lipoproteínas a principal causa da aterosclerose.

Portanto, a dieta é primordial para o controle glicêmico, e também para normalização dos níveis de lipoproteínas. Já é sacramentado que a educação em diabetes é uma das interfaces do tratamento, sendo considerada imprescindível tanto para o paciente, quanto para a família e aqueles que o cercam. Sem dúvida, a educação nutricional é fundamental dentro deste processo, podendo inclusive ser considerada como a base da terapia.

A utilização da pirâmide alimentar para a população, como forma de orientação para escolha de uma dieta nutricionalmente adequada, é a mais freqüente escolha entre os nutricionistas e educadores em saúde de todo o mundo, sendo já reconhecida pela maior parte das pessoas. A pirâmide alimentar como instrumento pedagógico, na educação nutricional em diabetes, nos pareceu adequada e oportuna, já que a conduta nutricional nesta enfermidade preconiza basicamente uma dieta equilibrada. Foram necessárias algumas adaptações para enfatizar alguns aspectos fundamentais que se aplicam principalmente à prevenção de complicações tardias.

Autor

Dra. Celeste Elvira Viggiano Nutricionista Clínica com 18 anos de atuação em Diabetes e Obesidade e Mestre em Saúde Pública

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2001

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