Consideráveis esforços vem sendo realizados no desenvolvimento de alimentos funcionais que tenham influência sobre a saúde física. Por outro lado, a possibilidade de que aquilo que comemos possa alterar o nosso humor e a nossa memória tem sido muito pouco pesquisado. Podemos provar ser possível desenvolver alimentos funcionais que melhorem o nosso funcionamento psicológico.
Sem dúvida alguma o alimento com maior impacto no nosso humor é o chocolate, o item da alimentação mais desejado. Aqueles que adoram o chocolate tendem a procurá-lo quando se sentem emocionalmente fracos e a habilidade de melhorar o humor tende a ser a maior razão para o seu consumo.
O segundo fator, independente do desejo, é se o consumo de chocolate induz sentimentos de culpa. Tem havido uma série de sugestões de que as propriedades do chocolate de melhorar o humor reflitam a ação de componentes que funcionam como drogas, incluindo cafeína e magnésio, entre outras.
Contudo, os níveis destas substâncias no chocolate são tão baixos que se torna impossível a ocorrência de tais influências. O mecanismo mais provável é que, da mesma forma que todos os alimentos palatáveis, o chocolate estimula a endorfina liberada no cérebro, resultando na elevação da disposição mental induzida pelo chocolate.
O chocolate ilustra o poderoso impacto que um alimento pode produzir.
A deficiência de muitas vitaminas é associada com sintomas psicológicos, como por exemplo a depressão, antes mesmo dos sintomas de uma doença por deficiência. Em alguns pacientes idosos a deficiência de folato é associada com depressão. Os dados mais sistemáticos se referem à tiamina. Em quatro estudos duplo cego uma melhora no estado de tiamina, em adultos jovens e idosos, foi associada com uma melhor disposição mental.
Repetidas vezes, após as refeições, verificou-se como resultado um estado menos energético e mais relaxado, aproximadamente depois de duas horas. Isto sugere que vários tipos de doenças depressivas estão associadas com um aumento no consumo de alimentos com alto teor de carboidratos, apesar destes alimentos também terem sabor agradável e conter altos níveis de gordura.
Uma teoria mais consistente considera que uma refeição rica em carboidratos aumenta a taxa que os triptofanos entram no cérebro, levando a um aumento no nível do neurotransmissor serotonina, o qual modula a disposição mental.
Apesar deste mecanismo ser importante em condições laboratoriais é improvável ser significante após a realização de uma refeição normal, pois apenas dois a quatro por cento das calorias de uma refeição protéica vai prevenir um aumento na disponibilidade de triptofano.
Contudo, os dados existentes sugerem que em indivíduos normais, em contrapartida aos deprimidos, o consumo de maior quantidade de carboidratos, ao longo de dias, está associado a uma melhora no humor do indivíduo.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2000
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