4º Fórum Nacional de Nutrição - Rio de janeiro RJ
Consenso Regional

Carta do 4o Fórum Nacional de Nutrição – Região Rio de Janeiro
O 4o Fórum Nacional de Nutrição - região Rio de Janeiro, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 14 e 15 de março de 2008, cujo tema central é “Definindo os rumos da Nutrição no Brasil”,

Considerando:

- A dificuldade do entendimento por parte dos gestores de saúde em priorizar a importância do profissional nutricionista na coordenação das ações de alimentação e nutrição;
- Que a competência imunológica encontra-se diretamente relacionada a integridade estrutural e funcional da mucosa intestinal e do sistema imunológico associado a própria mucosa; 
- O câncer como segunda causa de óbito da maioria dos países e que a ingestão nutricional inadequada é um fator dominante gerando comprometimento, agravado pelos efeitos desnutridores da quimioterapia;
- A Hipertensão Arterial Sistêmica como doença crônica não transmissível de alta prevalência mundial com repercussões clínicas que comprometem a qualidade de vida dos indivíduos;
- A falta de capacitação técnica de recursos humanos e a inadequação no processamento e na manutenção das cadeias fria e quente de preparo, conservação e distribuição dos alimentos nas unidades de alimentação e nutrição;
- O sobrepeso e a obesidade infantil vêm aumentando notoriamente em todas as classes sociais;
- O aumento do número de mulheres atletas apresentando a tríade da mulher atleta, em especial as desordens alimentares;
- A alimentação saudável é parte integrante do Guia Alimentar Brasileiro,  promotora de uma boa condição de saúde e previne as DCNT (Doenças Crônico Não Transmissíveis);
- A complexidade relacionada a seleção dos alimentos e que esta é influenciada por muitos outros fatores, além do acesso aos alimentos e o conhecimento de nutrição;
- Que órgãos nacionais e internacionais, representantes de entidades ligadas à saúde, recomendam mudanças no estilo de vida e a adoção de uma alimentação equilibrada para promoção da saúde;

Recomenda:

- Incorporar e/ou fortalecer as ações de alimentação e nutrição na pactuação de saúde dos municípios e estados, fomentando sua contrapartida para estas ações;
- A vigilância nutricional seja entendida e aplicada como ferramenta científica para detectar o estado de saúde da população e nortear as políticas públicas de saúde;
- A inserção efetiva do profissional nutricionista nos núcleos de atenção a saúde da família;
- A atenção às manifestações clínicas referentes as alterações funcionais intestinais, associada a utilização de nutrientes específicos capazes de favorecer a recuperação da homeostasia da mucosa intestinal como glutamina, prebióticos, probióticos e lipídios da série Omega-3;
- A disciplina Interações Fármacos-Nutrientes seja ministrada em todos os cursos da área de saúde com o objetivo de elevar o nível de saúde da nossa população, bem como a qualidade de vida do paciente oncológico;
- A adoção da dieta DASH (Dietary Approches to Stop Hypertension) como parte do tratamento não farmacológico da Hipertensão Arterial. Esta dieta se caracteriza por ser rica em frutas, verduras e grãos integrais e quantidades adequadas de leite e derivados desnatados com baixa quantidade de gordura saturada e açucares;
- Investimento na capacitação de pessoal para promover em unidades de alimentação e nutrição um maior comprometimento da equipe, o que facilita o controle dos riscos de contaminação alimentar; 
- Que haja mais campanhas de educação nutricional e campanhas de estímulo de atividade física para se prevenir e/ou diminuir a prevalência da obesidade infantil;
- Que as atletas sejam monitoradas quanto às possíveis causas das desordens alimentares, como os fatores dietéticos que interferem no rendimento desportivo e que comprometem a saúde.
- Que seja utilizada a pirâmide alimentar brasileira e o Guia Alimentar Brasileiro para avaliação e orientação nutricional de indivíduos e grupos populacionais
- A modificação das práticas alimentares e da qualidade de vida como estratégia de combate à deficiência de vitamina A é de extrema importância e deve ser objeto de reflexão para que as ações educativas possam se tornar elementos efetivos de transformação de hábitos alimentares inadequados.         

Comissão Científica:

Prof.Dra. Andréa Ramalho (UFRJ/RJ)
Prof. Dra Avany Fernandes Pereira (UFRJ/RJ)
Dra. Annie Schtscherbyna (NUTTRA/RJ)
Prof. Dra Isabela Guerra  (Laboratório Delboni Auriemo/SP)
Prof.Dra Karla Tonini (UCB/RJ)
Dra Madalena Maria Ribeiro Marques (Secretária da Saúde/RJ)
Dra. Márcia M.M. Paranaguá (UNIME/BA)
Prof. Dra Monique Pedruzzi (UFF/RJ)
Prof. Dra Nelzir T. Reis (UVA/RJ)
Dra. Sibele B. Agostini (Nutrição em Pauta/SP)
Prof.Dra. Sônia Tucunduva Philippi (USP/SP)