7º Fórum Nacional de Nutrição - São Luiz MA
Consenso Regional

Carta do 7o Fórum Nacional de Nutrição – Maranhão
O 7o Fórum Nacional de Nutrição - região Maranhão, realizado em São Luís, nos dias 15 e 16 de setembro de 2011, cujo tema central é "Definindo os rumos da Nutrição no Brasil",

Considerando que:
- A insegurança alimentar é um grave problema em nosso meio, desencadeando  situação de má nutrição que se manifestam pela presença de desnutrição, sobrepeso , obesidade e deficiência de micronutrientes;
- Órgãos internacionais e nacionais, instituições e entidades ligadas à saúde recomendam a adoção de estilos saudáveis, entre eles a alimentação equilibrada, com vistas à promoção da saúde;
- A adoção de alimentação complementar saudável e sua introdução em tempo oportuno são de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança;
- A Vigilância Alimentar e Nutricional da população, nos diferentes ciclos da vida, é a base para a tomada de decisões pelos responsáveis por políticas, planejamento e gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional;
-Para a  implementação da Política Nacional de Segurança Alimentar se faz necessário ações e programas intersetoriais, com vistas a assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada;
- A introdução da terapia antirretroviral combinada (HAART) para pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) favoreceu, além do controle da infecção, da restauração da imunidade, redução da morbimortalidade associada a doença, o ganho de peso, redistribuição anormal de gorduras, a obesidade e os distúrbios metabólicos;
- Pacientes portadores de HIV apresentam distorção da imagem corporal, valorizam as maiores faixas de Índice de Massa Corporal (IMC) e estão menos motivados para seguir plano alimentar para perda de peso.
- A Doença Inflamatória Intestinal é uma patologia crônica, de etiologia desconhecida com implicações multifatoriais, que acomete todo o trato gastrintestinal levando a alterações várias inclusive com comprometimento do Sistema Imunológico;
- A satisfação da clientela de restaurantes de auto-serviço requer excelência nos atributos sensorias das refeições;
- Falhas nos atributos sensoriais das refeições oferecidas em restaurantes de auto-servico são razões para o aumento do consumo de refeições desestruturadas (fast foods, etc);
- O uso indiscriminado e mal orientado de suplementos alimentares por praticantes de atividade física;
- Obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil e já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras;
- O aleitamento materno exclusivo até o sexto mês deve ser um comportamento incentivado por meio de políticas públicas de saúde, a fim de que se possa atenuar a problemática da obesidade na infância;

Recomenda:
- Que os nutricionistas e demais profissionais da área da saúde sejam capacitados para a atenção integral da saúde da população, com vistas a promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças relacionadas a má alimentação;
- Garantia da uma formação adequada na área da saúde coletiva para os nutricionistas que pretendem atuar no campo da gestão das políticas públicas de alimentação e nutrição e , também,  para os que atuarão no campo da assistência nutricional no SUS;
- Fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, no âmbito do Sistema Único de Saúde, em todos os municípios, como instrumento de diagnóstico e monitoramento da situação alimentar e nutricional da população;
- Garantir que nutricionistas integrem equipes multiprofissionais nos serviços vinculados à Atenção Primária em Saúde e no âmbito dos serviços de assistência do SUS, na Assistência Social e na Educação, visando à qualidade de vida dos indivíduos e coletividades;
- Colaborar para mudanças efetivas no ambiente o qual se insere o indivíduo, como a escola e a família, por meio do estímulo a adoção de práticas alimentares  saudáveis e  de exercícios físicos;
- Desenvolvimento de ações e interlocuções intersetoriais com o seguimento  de educação, assistência social, agricultura, entre outros, com vistas a garantir a segurança alimentar e nutricional dos indivíduos; - A introdução no protocolo de avaliação do estado nutricional a avaliação da autopercepção da imagem corporal em indivíduos HIV positivos, antes de propor tratamento nutricional, sobretudo as orientações visando o emagrecimento;
- A perda de peso não superior a 10% em indivíduos HIV positivos com sobrepeso e obesidade, objetivando melhora do perfil metabólico, evitando dietas muito restritas;
- No  tratamento da Doença Inflamatória Intestinal considerar que, dietas muito restritivas sem  atentar para a fase de remissão com exclusões dietéticas levam a um comprometimento do estado geral tão deletério quando a própria fase ativa da doença;
- Que é viável realizar redução do teor de gordura das preparações em restaurantes, com o uso de tecnologia, sem prejuízo da aceitabilidade e do consumo da clientela;
- Empresas e instituições devem por em prática estratégias em saúde para reduzir a incidência de doenças crônicas não transmissíveis;
- Empresas e instituições devem compreender que o não tratamento do sobrepeso e obesidade tem efeitos sobre a produtividade de seus funcionários e nos gastos com tratamentos de saúde, que serão compartilhados pelo paciente, empresa e Estado;
- O conhecimento mais especifico dos tipos de suplementos alimentares e suas aplicações no exercício físico;
- A orientação de utilização dos suplementos alimentares por profissionais nutricionistas habilitados para esta finalidade
- O tratamento da criança obesa consiste em três pontos fundamentais: reeducação alimentar, exercícios fisicos e acompanhamento com equipe multidisciplinar;
- Promoção do acompanhamento alimentar desde a infância, momento em que são formados os hábitos alimentares;
- Reestruturar o habito alimentar familiar é fundamental para que não haja reicidivas no tratamento da criança obesa.

Comissão Científica:
Prof. Dr. Aldemir Soares Mangabeira Júnior (IESB/DF)
Profa. Dra Ana Cecília Ferreira Mendes(Fac.São Luís/MA)
Dra. Ana Cláudia Ribeiro – (UDI-Hospital/MA)
Profa Dra. Eliane Moreira Vaz(ASBRAN/RJ)
Profa. Dra Helma Jane Ferreira Veloso (UniCEUMA/MA)
Profa Dra. Joelma Ximenes P. Teixeira Nascimento(UFMA/MA)
Prof. Dr. Moisés Feitosa(SPORTMED/BA)
Prof. Nayra Anielly Lima Cabral (CEUMA/MA)
Profa. Dra Sueli Ismael Oliveira da Conceição (UFMA/MA)
Dra. Sibele B. Agostini (Nutrição em Pauta/SP)
Profa. Dra Valéria S.Medeiros Monteiro(Hosp.Coração/MA)