5º Fórum de Nutrição 2009 - Brasília DF
Nutrição e Saúde Pública

BERNARDO, C.O.; VASCONCELOS, F.A.G. Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC, Florianópolis, Brasil. Autor apresentador: Carla de Oliveira Bernardo.

OBJETIVO: Sabendo-se que a presença de obesidade nos pais é um dos possíveis fatores envolvidos na gênese da obesidade em crianças e adolescentes, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o estado nutricional de escolares de 7 a 14 anos do município de Florianópolis e associá-lo ao estado nutricional de seus pais. METODOLOGIA: Estudo do tipo transversal, com amostra representativa da população de escolares de 7 a 14 anos do município de Florianópolis, SC. Participaram 2799 escolares, 1457 do sexo feminino e 1342 do sexo masculino. Os dados foram coletados a partir de questionário socioeconômico com os pais e coleta de medidas antropométricas com os escolares. O diagnóstico nutricional foi definido a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) para idade e sexo de acordo com Centers for Disease Control and Prevention para os escolares e segundo os pontos de corte de IMC da Organização Mundial de Saúde para os pais. Utilizou-se o pacote estatístico STATA versão 9.0, sendo as associações entre a variável dependente (prevalência de sobrepeso/obesidade) e cada variável independente verificadas pelo teste de qui-quadrado. A análise múltipla foi realizada por meio da regressão de Poisson, apresentando as razões de prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95%. Considerou-se significante valor de p≤0,05. RESULTADOS: A prevalência global de sobrepeso e de obesidade nos escolares foi 13,9% e 8,2%, respectivamente. Verificou-se uma prevalência de sobrepeso/obesidade de 27,3% nos escolares do sexo masculino e 17,4% no sexo feminino (p<0,001). Dentre os familiares, 55,1% dos pais e 34,3% das mães apresentaram sobrepeso/obesidade. Analisando-se a prevalência de sobrepeso/obesidade com estado nutricional da mãe, verificou-se que mães com sobrepeso ou obesidade têm significativamente mais filhas com sobrepeso ou obesidade (RP = 1,1 e IC 95% 1,01-1,22). Não foram observados resultados semelhantes com os filhos. Em relação ao estado nutricional do pai, não foram observadas associações significantes com o estado nutricional dos filhos e filhas. CONCLUSÕES: Observou-se elevada prevalência de sobrepeso e obesidade nos escolares, principalmente do sexo masculino. Observou-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares do sexo feminino mostrou-se associada ao excesso de peso das mães, sendo este um possível fator predisponente ao sobrepeso e à obesidade em escolares. Isso aponta a importante influência familiar, em especial das mães, na formação de hábitos e estilo de vida das crianças, o que reforça a necessidade de intervenções que atuem na prevenção da obesidade desde a infância, direcionando o foco também para os familiares e responsáveis pela criança.

Palavras-chave: Avaliação Nutricional, Sobrepeso/Obesidade, Ambiente Obesogênico.

5º Fórum de Nutrição 2009 - Brasília DF
Nutrição Clínica/Hospitalar

PASTORE J.*, FABRE M., GEVAERD S., BURIGO T., CARNEIRO C., MEDINA L.,TRINDADE E.
* autor apresentador. Desenvolvido no Centro de Pesquisas Oncológicas. Florianópolis, Brasil.

Objetivo: Verificar o efeito da Terapia Nutricional Enteral no estado nutricional de pacientes oncológicos. Metodologia: Portanto, foi realizado este estudo do tipo transversal, de natureza quantitativa retrospectiva. A população estudada constituiu-se de 95 pacientes com idade superior a 18 anos em uso de terapia nutricional enteral (TNE) atendidos ambulatorialmente no período de janeiro de 2005 a maio de 2006. Para a avaliação do estado nutricional (EN) foram coletados dados de estatura, peso e percentual de perda/ganho de peso (%PP), antes e após uso de TNE. O EN foi verificado através da análise concomitante do IMC e do %PP. Os programas Microsoft Excel e Statistical Package for the Social Science for Windows foram utilizados para a tabulação e análise dos dados onde se realizou o teste t pareado para verificar se houve diferença no peso e no índice de massa corporal após a realização de tratamento e de TNE. Considerou-se significante o valor de p < 0,05. Resultados: Obteve-se dados de 95 pacientes (H:83, M:12) com média de idade de 57,28 ± 10,61 anos com neoplasias malignas de cabeça e pescoço (58,94%), esôfago (29,47%), outros (11,56%). Estavam em tratamento oncológico 73,68% destes: apenas quimioterapia (11,57%), apenas radioterapia (11,57%), quimioterapia e radioterapia (26,31%), paliativo (9,47%) e 26,31% dos pacientes não tinham tratamento identificado na ficha de nutrição. Receberam dieta de origem vegetal 60% dos pacientes, de origem animal 21,05% e mista 18,94%. Encontrou-se %PP significativa em 10,5% dos casos avaliados e em 47,36% verificou-se manutenção ou aumento de peso. Conclusão: O presente estudo reafirmou a importância do uso de TNE na manutenção do EN, demonstrando sua importância como adjuvante no tratamento oncológico.

5º Fórum de Nutrição 2009 - Brasília DF
Nutrição e Saúde Pública

PASTORE, J*; FEROLDI, D.; PEDROSO G.; SILVA G.; NEVES J.
*Autor responsável pela apresentação
Desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.

Objetivo: avaliar o perfil nutricional e alimentar dos residentes da Moradia Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina a fim de embasar ações posteriores de educação nutricional.  Metodologia: consistiu em aplicação de questionário de freqüência alimentar validado e avaliação antropométrica (peso e altura). Para classificação do estado nutricional, baseada no IMC, utilizou-se como referência os valores propostos pela OMS em 1995. Foram entrevistados 33 estudantes entre 18 e 32 anos, maioria do sexo masculino, não havendo predominância de curso de graduação freqüentado. Resultados: A maioria da amostra encontrava-se eutrófica (54,54%), sendo que 12,12% encontravam-se abaixo da eutrofia e 33,33% acima. Em relação ao consumo de alimentos, observou-se que a refeição mais freqüente entre os entrevistados foi o almoço, sendo realizado por 96,9% destes e que a maioria dos entrevistados (65,6%) realiza esta refeição no restaurante universitário. O jantar é realizado por 90,6% dos residentes da moradia estudantil e o desjejum por 81,2%.  A maioria dos entrevistados realiza o jantar na moradia (43,8%), mas um grande percentual de estudantes (37,5%) faz esta refeição no restaurante universitário. Encontrou-se que 87,5% dos moradores realizaram três ou mais refeições diárias, sendo que 21,2% consumiam três ou mais porções de frutas por dia e que 45,4% consumiam esta quantidade de vegetais diariamente. O consumo diário de arroz e feijão foi relatado por 69,7% dos moradores. Conclusão: percebeu-se no presente estudo que embora a maioria dos entrevistados encontre-se em eutrofia, muitos se encontram fora desta faixa, apontando necessidade de acompanhamento nutricional. Foi possível, também, comprovar que o restaurante universitário exerce impacto importante na alimentação dos residentes desta moradia e identificar aspectos que devem ser trabalhados nas atividades de educação nutricional, a fim de ajudar a população estudada a adotar hábitos de alimentação mais próximos das recomendações nutricionais adequadas.