6º Fórum Nacional de Nutrição - Salvador BA
Consenso Regional

Carta do 6o Fórum Nacional de Nutrição Região Bahia

O 6o Fórum Nacional de Nutrição – região Bahia, realizado em Salvador, nos dias 6 e 7 de maio de 2010, cujo tema central é "Definindo os rumos da Nutrição no Brasil",

Considerando que:

 - As novas descobertas da Nutrigenômica;
- O excesso de peso tem aumentado notoriamente em todas as classes sociais e, dentre os fatores que desencadeiam esse ganho de peso destaca-se a ocidentalização da alimentação;
- A perda de peso envolve vários mecanismos ativados pela restrição calórica ou pela redução do peso, dificultando sua perda ou recuperação do peso perdido;
- Os mecanismos de adaptação à perda de peso são individualizados;
- A obesidade é reconhecida como uma epidemia mundial com grande impacto na morbi-mortalidade das populações, principalmente em função dos eventos cardiovasculares promovidos e por alterações metabólicas resultantes da adiposidade abdominal;
- A Ferramenta de trabalho do Nutricionista é o alimento; e que, no cenário atual há várias discussões a cerca de componentes bioativos nos alimentos com muitos pontos ainda pouco discutidos entre os Nutricionistas;
- As intervenções nutricionais consensuadas para uniformizar a terapia e a assistência nutricional aos pacientes oncológicos;
- Os suplementos nutricionais são comercializados nas mais diferentes formas e amplamente consumidos por praticantes de exercícios físicos, tanto para promoção da saúde quanto para desempenho físico;
- A prática irregular de exercícios físicos e a ingestão inadequada de nutrientes contribuem para o aumento de lesões e risco de morte súbita, induzidos pelo estresse oxidativo;
- Os erros alimentares frequentes na infância, o desmame precoce, a introdução equivocada da alimentação complementar, consumo abusivo de alimentos industrializados e guloseimas.
- A obesidade na infância e adolescência se configura como grave problema de saúde pública no Brasil, dado à sua elevada e crescente prevalência, associada aos riscos à saúde futura;
- O crescimento de doenças e agravos relacionados ao consumo de alimentos comercializados em vias públicas já é tema de controle da Secretaria de Vigilância Sanitária em território nacional, pela alta porcentagem de ocorrência,
- O comércio de alimentos em vias públicas deve ser alvo da atenção do nutricionista no seu exercício profissional seja atuando em órgãos reguladores ou na capacitação incentivado pela iniciativa privada;
 
Recomenda que:

- É essencial que possamos entender a razão de certos pacientes responderem melhor a determinados tratamentos e condutas. Muito em breve conseguiremos ser ainda mais precisos e eficientes em relação ao tratamento dietoterápico;
- Uso de planos alimentares individualizados com metas reais para a perda de peso;
- Uma perda de peso saudável corresponde a perda de 5 a 10% do peso inicial;
- Acompanhamento sistemático após o emagrecimento para a sustentabilidade do peso perdido;
- É altamente desejável que as autoridades de saúde promovam condições adequadas para prevenção e controle destas ações. Para isso, abordagens multidisciplinares capazes de conscientizar a população sobre a importância da adoção de um estilo de vida mais saudável incluindo hábitos alimentares adequados associados à prática de atividade física regular são essenciais. Além disso, as estratégias de intervenção deverão ocorrer em todos os ciclos da vida visando reduzir, de fato, o impacto sobre a morbi-mortalidade decorrente das complicações que a obesidade acarreta;
- Um incentivo maior para a prática da Dietética para que esta seja aplicada e funcional por meio de novos conceitos: como a gastronomia funcional e molecular e com isso tanto os profissionais como a comunidade a ser assistida poderá contar com a presença dos alimentos condicionalmente ricos em componentes bioativos fruto da prática de uma Dietética mais Aplicada e mais Regionalizada, mesmo na era da globalização;
- As intervenções nutricionais devem garantir equidade e qualidade na assistência a indivíduos com câncer no Brasil;
- O suplemento nutricional seja utilizado ou prescrito somente após avaliação cuidadosa e científica, quanto sua segurança, eficácia para determinado objetivo e legalidade;
 - Faz-se necessário uma avaliação nutricional mais criteriosa, no sentido de minimizar os efeitos dos radicais livres durante a prática desportiva, reduzindo o risco de lesões e morte súbita no exercício e no esporte.
- O nutricionista deve avaliar a realidade na qual a criança está inserida, hábitos familiares, rotinas, responsáveis pelo cuidado da criança, hábitos e preferências da criança para que o cardápio seja montado com essa realidade e proximidade para que haja uma adequada adesão;
- Colaborar para mudanças efetivas no ambiente o qual se insere o indivíduo, como a escola e a família, incluindo tanto a promoção de hábitos alimentares saudáveis como de exercícios físicos, bem como restringir a publicidade e propaganda de alimentos não-saudáveis ao público infantil;
- Leis específicas para esse segmento de mercado sejam sancionadas em prol da segurança alimentar, do fortalecimento das pessoas que exercem essa atividade e da garantia de acesso a alimentos de menor custo para a população;
- Os agentes responsáveis pelo exercício profissional nos órgãos reguladores se responsabilizem não só pela fiscalização como também pela capacitação de pessoas envolvidas no comércio de alimentos.

Comissão Científica:

- Profa.Dra Graziela Rita Rodrigues Brandão(UNIME/BA)
- Profa. Dra Josefina Bressan (UFV/MG)
- Prof. Dr. Jamacy Costa Souza (UFBA/BA)
- Dra Lúcia Varjão da Costa (HAM/BA)
- Profa Dra Márcia Paranaguá(UNIME/BA)
- Prof. Dr. Moisés Feitosa (SPORTMED/BA)
- Profa Dra. Nailza Maestá (UNESP/BOTUCATU)
- Dra. Sibele B. Agostini (NUTRIÇÃO EM PAUTA/SP)
- Prof.Dra. Simone Janete Oliveira Barbosa (UFBA/BA)
- Profa. Dra Patrícia Jacob (GASTROCENTER/BA)
- Prof. Dr.Thiago Onofre Freire (UFRB/BA)