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12º Fórum Nacional de Nutrição - Belo Horizonte MG
16/abr/2016 - sábado - 8h30 às 19h30 - Quality Hotel Afonso Pena - Avenida Afonso Pena, 3761

 
 

A TROCA DE SABERES E O COMPARTILHAR DE SABORES: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM TRABALHADORAS RURAIS.

LESSA, B.1; RIMOLI, J.2.

Faculdade de Ciências Aplicadas - Unicamp, Limeira, SP, Brasil.
Bolsa financiadora: PIBIC- CNPq.

Bruna V. Lessa1 será a responsável pela apresentação do trabalho.

Decorrente a transição epidemiológica brasileira, com a crescente prevalência de doenças crônicas-degenerativas, a população em geral tem se interessado por questões de saúde. Compreende-se, que é essencial difundir a importância da educação em saúde entre coletivos, enriquecendo assim, as trocas de saberes e a produção de novos conhecimentos sobre o processo saúde-doença. Dessa forma, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar o estado nutricional e traçar o perfil sócio-epidemiológico de agricultoras rurais pertencentes à Associação de Mulheres Agroecológicas (AMA) – Hortoflorestal VERGEL, de Mogi-Mirim-SP, cuja singularidade é o cultivo de alimentos orgânicos. O estudo relacionou hábitos alimentares, culturas e crenças e gerou uma reflexão sobre a importância de uma alimentação equilibrada e saudável, dentro das possibilidades financeiras e culturais das agricultoras. Adotou-se uma metodologia qualitativa e foram utilizadas estratégias pedagógicas participativas, como Rodas de Conversa, com uma amostra de 8 agricultoras. Refletiu-se sobre o valor nutricional dos alimentos, o impacto desses nas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e os hábitos alimentares. Aplicou-se um recordatório alimentar de 24 horas (R 24h) e no auxílio deste utilizou-se um álbum fotográfico de porções alimentares. Para a avaliação dos perfis antropométrico e nutricional das agricultoras, aferiu-se quatro pregas cutâneas (PCT, PCB, PCSE, PCSI) e quatro circunferências (CB, CP, CC e CQ), o peso, altura e a pressão arterial. No último encontro, realizou-se a devolutiva às agricultoras. Por nos referenciarmos em obras de Paulo Freire e no referencial da Pesquisa Participante (Brandão, 1990) pretendeu-se durante os encontros mensais, totalizados em cinco encontros, problematizar a realidade das agricultoras. Durante as Rodas de Conversa e visitas ao assentamento rural notou-se a necessidade e a espontaneidade das agricultoras ao se abordar assuntos como o estresse e a dupla jornada de trabalho, as relações familiares, a obesidade, gravidez, hipertensão entre outros. As precárias condições socioeconômicas e as histórias de vida dessas agricultoras se encontraram por meio do Movimento Sem Terra, que possibilitou uma relação estreita entre as famílias. Um fato curioso que ocorreu durante a pesquisa foi a participação deste grupo de agricultoras no quadro “Mandando Bem” do programa “Caldeirão do Huck”, transmitido aos sábados na emissora Globo. Esta participação trouxe ás agricultoras novas oportunidades de capacitação, melhorando a qualidade de seus serviços. Observou-se o cansaço devido ao excesso de trabalho e seu reflexo na alimentação. Segundo o R 24h os alimentos mais comumente consumidos e citados foram: café com açúcar, chá preto, pão francês, arroz branco, feijão carioca, macarrão com molho vermelho, ovo frito, linguiça, salsicha, cenoura, alface, óleo e sal. As refeições mais realizadas foram aquelas de maior porte, como o almoço e o jantar. O café da manhã, uma refeição que deve incluir 25% do valor energético consumido no dia, não mostrou ter muita importância, sendo representado na maioria dos casos pelo consumo de 1 xícara pequena de café com açúcar e uma unidade de pão francês. Na maioria dos casos, as agricultoras não relataram ter o hábito de realizar a colação e o lanche da tarde, principalmente devido ao excesso de trabalho, consumindo apenas um copo americano de água nestes períodos. A ceia, por sua vez, foi representada pelo consumo de um copo americano de chá preto. A presença de hipertensão (PAS> 140mm Hg) foi constatada em 50% das mulheres e pode ser associada ao alto consumo de açúcar, óleo e sal, como verificado no R 24h. De acordo com a avaliação nutricional, 50% das mulheres estavam obesas, 25% com sobrepeso e 25% eutróficas. Apesar desta amostra ser pequena, o número de casos de obesidade surpreendeu, pois esperava-se encontrar uma porcentagem menor devido ao fato das mulheres serem agricultoras rurais. O fato da associação ser predominante feminina pôde explicar o interesse por reflexões sobre saúde e prevenção de doenças. As agricultoras tinham informações atualizadas sobre a importância da alimentação, principalmente, em relação aos produtos orgânicos e os convencionais. As precárias condições de vida e o “estresse” diário, que vivem a maioria das mulheres, mesmo em um ambiente afastado do centro urbano, provavelmente são alguns dos fatores responsáveis pelo desencadeamento da compulsão alimentar em algumas mulheres do grupo, a qual está relacionada à prevalência de obesidade neste grupo. Observou-se baixo consumo de carboidratos complexos, de leite e derivados e de frutas. Notou-se uma forte relação do consumo de frutas, verduras e legumes sazonais. O baixo consumo de água entre as agricultoras (média 600 ml) pode estar diretamente relacionado com a desidratação, avaliada por sinais clínicos, como pele e cabelos secos e com a alta frequência de dores musculares. Na devolutiva, ressaltou-se a importância da ingestão de água e do consumo de frutas e verduras; refletiu-se sobre a avaliação nutricional e antropométrica; questionou-se o hábito de utilizar muito óleo na preparação de alimentos comuns como o arroz e feijão, como também, o uso excessivo do sal e açúcar. Sugeriu-se outras preparações como assados e grelhados. Notado também o alto consumo de café, aproveitou-se para explicar que seu consumo excessivo pode trazer problemas gástricos e ósseos. Devido ao número restrito de estudos sobre agricultores e seus hábitos alimentares, a importância desse estudo na atenção primária indica que se trata de um grupo de risco, necessitando de ações de prevenção da morbidade e na mortalidade por DCNTs, salientando também que o mapeamento em larga escala destes trabalhadores, do ponto de vista nutricional, é emergencial.

 

 

ACEITABILIDADE DE TORTA DE HORTALIÇAS POR CRIANÇAS DE OITO E NOVE ANOS DE UMA ESCOLA PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE SETE LAGOAS – MG

REZENDE, L.; FRANÇA, L.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM SETE LAGOAS, MG – BRASIL

AUTOR (A) APRESENTADOR (A): LAILA CARLINE GONÇALVES REZENDE

RESUMO A infância é uma fase de grande importância para a formação dos hábitos alimentares, que irão contribuir para a saúde do indivíduo por toda a vida. Os minerais e vitaminas presentes nas hortaliças são de extrema importância para o crescimento e o desenvolvimento normais, prevenção de carências nutricionais e doenças associadas. A ingestão média de hortaliças pela população brasileira ainda é metade da quantidade recomendada e se manteve estável nos últimos anos.
Objetivo: avaliar a aceitabilidade de uma torta de hortaliças por crianças na faixa etária de 8 e 9 anos de uma escola particular do município de Sete Lagoas – MG.
Metodologia: este estudo é do tipo transversal no qual cada criança recebeu uma amostra do produto a ser testado e logo em seguida, a mesma respondeu a um questionário de escala hedônica facial com classificação de 1 a 5. Resultados: participaram da pesquisa 110 crianças, destas, 29% (n=32) atribuíram a nota 4- Gostei e 59% (n=65) a nota 5- Adorei. Somando-se os resultados correspondentes as notas citadas, obteve-se 88% de aceitação, o que mostra que o produto testado atingiu uma boa aceitação por parte das crianças. Conclusão: considerando-se os resultados, pode-se concluir que este tipo de preparação feita com hortaliças deve ser utilizado como uma forma de incluir alimentos mais nutritivos na alimentação das crianças, contribuindo para a saúde e desenvolvimento adequado destes indivíduos.
 

 

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO TEATRO COMO UM MÉTODO DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL PARA ESCOLARES

ANDRADE, K.S.; SANTOS, L.R.; MAGALHÃES, K.A.; SANTOS, L.C.

Universidade Federal de Minas Gerais- Belo Horizonte/ MG-BR

Autor apresentador: Karine Silva de Andrade

Objetivo: Avaliar a efetividade do teatro como um método de intervenção nutricional para escolares.
Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção, não controlado, realizado com 160 alunos do 1º, 2º e 3º ano do primeiro ciclo, de uma escola da rede municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. A intervenção foi pautada em ações de educação alimentar e nutricional, desenvolvidas a partir de quatro oficinas, com duração de 30 minutos cada, e intervalos quinzenais entre elas. As atividades foram elaboradas e aplicadas por duas acadêmicas de graduação em nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais, como parte de uma disciplina obrigatória do curso de Nutrição em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família. As oficinas abordaram: 1. A alimentação saudável e sua importância para a saúde, 2.A alimentação saudável com a inclusão de alimentos variados, 3.Escolhas saudáveis dos alimentos na hora das refeições, 4.O incentivo do consumo de frutas, legumes e leguminosa através da exploração dos sentidos. O teatro – de caráter interativo – foi o método adotado na primeira oficina. A história era composta por duas personagens, uma delas se encontrava fraca e sem entusiasmo, enquanto que a outra, com a colaboração das crianças, tentava ajuda-la a ter mais disposição por meio de escolhas alimentares mais saudáveis. As demais oficinas contaram com dinâmicas diversas e exposição dialogada. A avaliação da efetividade do teatro ocorreu por meio da observação da participação das crianças e do registro de falas por um observador. Tal registro contemplou todas as oficinas a fim de avaliar a construção de conhecimento durante a intervenção. Resultados: Verificou-se ampla participação dos escolares na peça teatral por meio de questionamentos e auxílio na condução da atividade. Notou-se que os alimentos mencionados como saudáveis durante a oficina teatral (suco de frutas natural, bolo caseiro, frutas, iogurte, verduras e legumes) foram lembrados ao fim desta e durante todas as outras oficinas por meio de comentários e questionamentos “quais alimentos são saudáveis?”, “Eu como banana todos os dias, isso é saudável”, “mesmo meu pai sendo verdureiro e não como verduras”, “minha mãe faz bolo de cenoura, eu adoro”. Estes também apontam para a capacidade crítico-reflexiva das crianças induzidas pelas oficinas, em especial a teatral. Conclusões: O teatro demonstrou ser um bom método de intervenção nutricional para crianças em idade escolar, denotando a sua viabilidade para inserção em atividades de educação alimentar e nutricional.
 

 

OFICINAS COMO ESTRÁTEGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA POPULAÇÃO USUÁRIA DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE EM BELOHORIZONTE- MG.

FONSECA, L.M.; REIS, M. T. S.; MAZOCHI, V.; SANTOS, L.C.

Universidade Federal de Minas Gerais-Belo Horizonte/ Minas Gerais, Brasil.

Autor apresentador: Luana Moreira Fonseca

Objetivo: Avaliar a execução de oficinas como estratégia de educação alimentar e nutricional para população usuária de Unidades Básicas de Saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Metodologia: Trata-se de uma intervenção, não controlada, realizada por meio de quatro oficinas, sendo duas com os usuários adultos e duas com crianças, que apresentam excesso de peso ou morbidades, direcionados pela nutricionista do Núcleo de Saúde da Família aos grupos operativos respectivos de cada ciclo da vida. Os temas abordados foram. “Circunferência Abdominal e Índice de Massa Corporal: Qual a importância?” e “Conhecendo um pouco mais sobre os alimentos!”, “Saudável ou não? Eis a questão!” e “O que está por trás dos alimentos”, sendo os dois primeiros trabalhados com os adultos e os dois últimos com as crianças. As oficinas foram realizadas nos meses de setembro e outubro de 2015, com intervalo de trinta dias entre cada aplicação, e apresentaram duração de quarenta minutos. Em todas as oficinas efetuou-se mensuração do peso e da altura para posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC=peso/altura2). Os comentários realizados durante as oficinas foram registrados por um observador para possibilitar verificar a percepção dos usuários quanto aos temas abordados. Resultados: O grupo de adultos contou com a presença média de seis participantes e verificou-se que cinco perderam peso (mínimo: 600g; máximo: 2,4kg). Os usuários participaram ativamente dos encontros tal como pode ser constatado em comentários como: “Qual a diferença do alimento integral e do comum?”, “Eu acho que a mais prejudicial é a da barriga.”, “Qual a diferença entre os óleos? Qual é o melhor?”, “Tem alguma maneira de conservar por mais tempo as verduras e legumes?” “Para lavar as verduras é só com água mesmo?”, “Posso comer o pão de sal mesmo?”, “Tapioca Emagrece?”, “O que é light não tem açúcar?”. O grupo de crianças, no entanto, apresentou baixa adesão (três participantes) o que culminou em dificuldade de comparações antropométricas. No entanto, salienta-se que as crianças presentes foram participativas, com comentários e questionamentos ao longo dos encontros “Eu tomo refrigerante só as vezes, mas suco de caixinha é todo dia”, “O arroz e o feijão vou colocar nos não saudáveis porque o arroz engorda né?!” ,”A coxinha não faz bem né porque é frita”, “ Eu não como nada de manhã, mas repito a merenda na escola todos os dias”. Conclusão: A realização de oficinas foi interessante como estratégia de educação alimentar e nutricional, sobretudo para os adultos. Para as crianças, sugerem-se estratégias para favorecer maior adesão como a realização no ambiente escolar ou parceria com os programas vigentes.
 

 
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