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Dia Internacional do Leite: nutricionista destaca benefícios para cada fase da vida

Puro, com café, chocolate, processado ou de diversas outras maneiras; ao todo, no mundo, são consumidas 589 milhões de toneladas de leite por ano, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). Não à toa, tem seu próprio “Dia Internacional”: todo 1º de junho. O leite é considerado um dos alimentos mais nobres, pois é rico em proteína, gordura, sais minerais, carboidratos e vitaminas.
 
O consumo do leite animal por humanos se tornou um hábito há cerca de 10 mil anos, quando os animais foram domesticados e os adultos foram ficando cada vez mais capazes de digerir a lactose. De acordo com a especialista, cada nutriente do leite de vaca, o mais comum à disposição, tem um papel importante para o organismo humano. As proteínas do leite, por seu perfil de aminoácidos essenciais, digestibilidade e biodisponibilidade – que são rapidamente absorvidas pelo organismo – favorecem o alimento na caracterização de grau máximo de qualidade proteica, sendo comparável à albumina, que contribui para a construção de fibras musculares. Com relação ao cálcio, o leite é a principal fonte deste mineral.
 
Em cada fase da vida, o leite contribui de alguma forma para a saúde. Na infância, garante benefícios para o crescimento, saúde dental, hidratação, desempenho cognitivo e controle do apetite. Na fase adulta, além de oferecer nutrientes, o consumo de leite pode auxiliar no controle da pressão arterial, na redução do risco de problemas cardiovasculares, possui ação antiobesidade e antidiabética. Com a chegada da velhice, este alimento ajuda na prevenção de quadros de sarcopenia e diminui o risco de osteopenia e osteoporose. Ou seja, o leite é recomendado para todas as fases da vida. Com exceção de condições muito específicas, todos podem consumir o leite de vaca. Esta bebida é recomendada por guias alimentares nacionais e internacionais, e pode ajudar no aporte de nutrientes, como o cálcio. Em resumo, é um alimento saudável e adequado. Vale ressaltar a importância de orientações dietéticas personalizadas, considerando as necessidades nutricionais individuais e as condições de saúde de cada indivíduo.
 
Intolerância a lactose

Mas com tantos benefícios, como as pessoas intolerantes à lactose podem tirar proveito deste alimento tão completo? A lactose é o açúcar de quase todos os leites. Quando ingerimos, esta substância é quebrada em dois açúcares menores (galactose e glicose), os quais são absorvidos no intestino delgado, alcançam a corrente sanguínea e, então, são utilizadas como fonte de energia pelas células. A lactase é a enzima que faz esta quebra. A lactose não é digerida quando há deficiência parcial ou total da lactase, alcançando o intestino grosso (cólon). Desse modo, as bactérias do cólon metabolizam a lactose absorvida em gases que são responsáveis pelos sinais e sintomas da intolerância.
 
O consumo de leite de vaca não causa a intolerância à lactose. Na realidade, existe uma relação inversa: quanto maior o consumo de leite, menor o risco de seu desenvolvimento. Tanto a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), quanto a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) chamam a atenção para a importância do diagnóstico clínico, uma vez que os sintomas da má digestão de outros carboidratos podem ser erroneamente confundidos com este quadro. Além disso, mesmo para pacientes diagnosticados, geralmente 12 gramas de lactose são tolerados sem sintomas. Por fim, opções como a enzima lactase oral ou leites sem lactose podem ser oferecidos no caso da incapacidade de digerir este açúcar.
 
Os sintomas variam conforme diversos fatores, tais como quantidade de lactose ingerida, trânsito intestinal e idade do paciente, podendo ser mais ou menos intensas. Geralmente, os sintomas aparecem entre 30 minutos a duas horas após a ingestão de laticínios. As mais comuns são: inchaço abdominal, cólicas, gases, flatulência, diarreia, assaduras, náuseas, vômitos, câimbras e, algumas vezes, constipação intestinal.
 
O importante é ter um diagnóstico concluído por um médico, considerando que para ser feito o diagnóstico desta intolerância alimentar podem ser adotados os seguintes procedimentos:
 
- Métodos clínicos: retirar todos os alimentos com lactose da dieta faz com que os sintomas acabem em dias ou semanas. Trata-se do procedimento mais comum;
 
- Teste respiratório para pesquisar eliminação de hidrogênio em amostras de ar expirado: na sua execução, a lactose não absorvida é fermentada no cólon, levando à produção de hidrogênio. Parte deste gás é absorvido pelo intestino, alcança a corrente sanguínea e é eliminado no ar expirado dos pulmões em concentrações aumentadas;
 
- Teste de tolerância à lactose: após a ingestão de lactose, pessoas sem esta doença apresentam elevação da glicemia (glicose formada pela quebra da lactose) a valores maiores que 20 mg/dL em relação ao jejum. Estas variações não são observadas nos intolerantes; (são os mais comuns)
 
- Teste genético: quando se suspeita de intolerância primária ou congênita à lactose é possível avaliação gênica para detectar a presença de mutações que proporcionam a característica de persistência da produção de lactase e tolerância à lactose.
 
Tratamento

A boa notícia é que existem formas de se evitar os sintomas desconfortáveis. O tratamento consiste na redução da ingestão de lactose presente em laticínios. Este procedimento costuma ser suficiente. Quanto mais intolerante for a pessoa, menor deve ser a quantidade ingerida para que não ocorram sintomas. Saber se o alimento tem lactose e em qual teor é fundamental para o paciente. Para os casos mais graves, existem no mercado produtos com redução de 80% a 90% da lactose. Uma alternativa são os medicamentos. Existem remédios com a enzima lactase para o uso quando for preciso ingerir lactose em situações especiais. Ela pode ser encontrada em pó, pílulas ou líquido, e deve ser ingerida logo antes do alimento para a digestão da lactose. Essas medidas, sem dúvida, permitem uma qualidade de vida melhor para quem vivencia o problema.

Fonte

Dra. Ligia Vieira Carlos – Nutricionista  do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

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