A diabetes tipo 2 obriga o corpo a lidar com uma situação limitante, já que o organismo não utiliza mais a insulina de maneira adequada, o que desencadeia níveis elevados de glicose no sangue. E com o avanço da idade, a situação piora, pois a resistência a insulina é maior e o quadro evolutivo. A incidência é maior a partir dos 40 anos, em pessoas com sobrepeso, sedentárias, com histórico familiar de diabetes e principalmente que tiveram uma má alimentação, ao longo da vida.
A alimentação é uma grande aliada na prevenção e controle da doença. A alimentação equilibrada, seguindo os cuidados necessários com a ingestão de carboidratos, açúcares e ultraprocessados, resulta no controle do peso corporal, o que repercute na prevenção da doença.
É bom esclarecer que o consumo de frutas, que contém frutose, não está relacionado diretamente ao surgimento da doença. Quando é feito com moderação, o açúcar natural das frutas não representa um perigo para a saúde. No entanto, se a pessoa já tem predisposição para a doença e apresenta outros fatores, como sedentarismo, idade avançada e metabolismo lento, pode acarretar elevações no nível de glicose. É possível fazer a ingestão das frutas, mas sem exageros. A prioridade devem ser frutas com baixo índice glicêmico e descartar sucos industrializados. Além disso, a hidratação diária ganha mais importância, além de trocas inteligentes na dieta.
Vamos falar sobre frutose?
Chamado de açúcar natural a frutose pode ser encontrada em frutas e vegetais. Não afeta a saúde, porque é feita a ingestão concomitante com fibras, vitaminas e minerais, permitindo a digestão lenta e progressiva da absorção do açúcar. É um alimento nutritivo, que fornece energia e promove a saciedade. A frutose é rica em alimentos como maçã, pera, manga, uva, mamão, beterraba, cebola, alcachofra, entre outros. Já a sacarose, como em outros tipos de açúcar, o processo de absorção é mais ágil, podendo levar a recorrentes elevações da glicemia. A frutose e a glicose são monossacarídeos, considerados açúcares simples. Como a frutose é metabolizada pelo fígado, ao ser convertida em glicose, é utilizada pelas células como fonte de energia ou armazenada como gordura. O consumo nas frutas e vegetais, com acompanhamento de alimentos integrais e naturais, a frutose além de fornecer energia para o corpo, atua na absorção de minerais e potencializa o sistema imunológico.
No entanto, o consumo em alimentos e bebidas ultraprocessados, ricos em frutose, porém sem fibras e outros componentes nutritivos, como refrigerantes, sucos industrializados e biscoitos recheados, pode provocar além do risco de diabetes tipo 2, acúmulo de gordura no fígado, aumento dos triglicerídeos e ácido úrico, probabilidade de doenças cardiovasculares e obesidade. Devido ao processo de fabricação, os ultraprocessados perdem nutrientes, se tornando produtos com alto teor de frutose. E não pense que o mel pode ser consumido sem moderação. A frutose faz parte do alimento em grande quantidade. E cuidado com os adoçantes, a base de stevia, xilitol e sorbitol.
A boa orientação é fazer substituições por frutas em menor quantidade de calorias. As porções de frutas ao dia devem integrar um planejamento nutricional. É essencial que os alimentos variados devem ser combinados, para garantir o aporte nutricional. Assim, a elevação de glicemia e a liberação de insulina estarão sobre controle. A preferência pode ser por mamão, melão, melancia e morango. Já para as frutas mais calóricas vale o bom senso, ou seja, o consumo em quantidade menor. Como a laranja contém mais frutose, o consumo diário deve ser com moderação, dependendo do quadro clínico e hábitos pessoais. Por isso, combinar fibras, sementes ou farelos com as frutas, sem deixar de associar fontes saudáveis de gorduras e proteínas vai contribuir para a redução dos índices glicêmicos.
Fonte
Carolina Queiroga - Nutricionista clínica. Fitoterapeuta. Pós-graduada em Fitoterapia na Prática Clínica pela Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT). Especializada em Nutrição Clínica e Hospitalar pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nutrição Estética pelo Instituto de Pós-Graduação em Saúde (IPGS).
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