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Exercícios físicos intensos podem provocar doenças renais graves, segundo pesquisa americana
 
Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale, nos EUA, descobriram que o estresse físico de correr uma maratona, por exemplo, pode causar lesão renal aguda de curto prazo.

Uma equipe de pesquisadores, liderados pelo professor de nefrologia Chirag Parikh, examinou 22 corredores, antes e depois da Maratona de Hartford 2015 e encontraram possíveis danos estruturais aos túbulos renais no rim após o exercício. O estudo, realizado em colaboração com cientistas da Universidade de Quinnipiac, também nos Estados Unidos, foi publicado no American Journal of Kidney Disease em março deste ano.

Os resultados revelaram que 82% dos corredores da maratona desenvolveram danos nos rins, semelhante a problemas renais em pacientes doentes em unidades de cuidados intensivos e cirurgia pós-cardíaca. Todos os corredores, especialmente aqueles com doenças como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas precisam estar em estreita comunicação com seu médico quando decidem executar uma maratona ou algum exercício intenso.

O grupo de pesquisa se interessou por entender o efeito do estresse térmico e da atividade física sobre os rins devido à recente epidemia de doença renal entre jovens que trabalham em fazendas de cana-de-açúcar na América Central. De acordo com o artigo, os pesquisadores decidiram usar a maratona para seu estudo, pois oferece um cenário controlado para melhor elucidar os efeitos da atividade física intensa.

Corrida perigosa

O trabalho envolveu 22 participantes da maratona, com amostras de sangue e urina coletadas um dia antes da competição, no dia da corrida e um dia após a maratona. Os pesquisadores investigaram vários marcadores de lesão renal, incluindo os níveis de várias proteínas na urina e de creatinina sérica, um resíduo lançado no sangue que denuncia doenças no sistema urinário.

Oitenta e dois por cento dos corredores desenvolveram uma lesão renal aguda no estágio 1, em que o órgão fracassa de repente em filtrar os resíduos do sangue. No entanto, em contraste com doentes com rins danificados, o prejuízo renal causado pelos corredores foi temporário e os resultados no sangue e urina voltaram aos níveis normais dentro de 48 horas após a corrida.

Foi demonstrado que o fornecimento de sangue para os rins diminui em cerca de 25% durante a execução das tarefas, como este é desviado para o músculo e a pele, essa diminuição provoca a morte celular no rim, particularmente nos túbulos. As células mortas e detritos eram evidentes nas amostras de urina dos corredores quando examinadas ao microscópio.

Além disso, o aumento da temperatura do corpo durante a corrida provoca estresse devido ao calor, o que também pode ferir o rim. Estes dois fatores, bem como a potencial hidratação inadequada e uso de drogas anti-inflamatórias não-esteroides, medicamentos que aliviam a dor muscular, podem ter causado os danos observados.

Comparação acertada

Não houve evidência de doença renal crônica (DRC) – perda progressiva de longo prazo na função renal – nos participantes do estudo. Em contraste, a DRC foi encontrado em trabalhadores agrícolas na América Central, que experimentam níveis semelhantes de estresse físico como os corredores. Segundo o artigo, essa variação pode ter sido em razão de uma maior exposição ao calor e acesso limitado à hidratação e recursos de saúde.

Dado os resultados do estudo, aconselhamos os corredores a permanecer bem hidratados durante a corrida e, se possível, evitar correr em temperaturas mais quentes.Também recomendamos um tempo de recuperação adequado após a corrida para permitir que órgãos lesionados se recuperem.

Mais cuidados

Exercícios físicos intensos podem levar ao desenvolvimento de uma doença renal de nome difícil: a Rabdomiólise. Lesões causadas por atividades extenuantes destroem músculos, estes liberam proteínas que danificam os rins. Escurecimento da urina, fraqueza e dores musculares são os sintomas mais comuns. Hidratação adequada e treino moderado são importantes na prevenção deste problema.

Fonte
Dra. Maria Letícia Cascelli - Médica nefrologista e diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB).
 
 
 
 
 

 
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